domingo, 18 de outubro de 2009

A MONARQUIA PORTUGUESA
(...) É certo que a expressão «Monarquia Portuguesa» ainda evoca na maioria dos cidadãos algumas figuras ancestrais cuja força paradigmática vence o tempo e o esquecimento e desperta o sentir colectivo que nos ajuda a reconhecermo-nos como povo. Mas, como elemento fundamental da nossa identidade cultural e política do nosso País, a Monarquia Portuguesa não deve ser apenas sentida dessa forma difusa e passiva, antes deve ser estudada e conhecida nas suas facetas humanas e de autenticidade histórica: nos seus expoentes, sem dúvida, mas também nas personalidades menos fulgurantes; nos momentos de glória, mas também nos períodos de crise. De tal complexo surge a «alma» que dá a razão de ser e permanecer ao corpo que é a Nação Portuguesa.
Contudo, para muitos, a Monarquia é apenas a vaga memória, ou a saudade, de um tempo que terminou com o assassínio do Rei e do Princípe Herdeiro. Para outros, é uma instituição ultrapassada que teria entravado o progresso da sociedade e limitado a liberdade dos cidadãos, sendo mesmo acusada de todos os males presentes e passados --chegando-se a incluir nesses males até a criação de um Estado Português... Quando muito, a Monarquia teria existido para propiciar, com o seu desaparecimento, o advento de uma nova sociedade, um final de história, em que a razão e a ciência imperariam e a soberania do povo se manifestaria em plenitude.
Não parece que a realidade, histórica ou actual, confirme tal perspectiva.
Para contrariar a ideia - generalizada, é certo, mas inconsistente - de que a Monarquia não é compatível com a Democracia, haverá apenas que observar a maioria dos países onde esta forma de chefia do Estado pemanece (como em boa parte dos nossos parceiros da União Europeia) ou onde foi restaurada (caso de Espanha). Facilmente se reconhecerá que esses povos constituem sociedades onde a Democracia melhor é entendida e mais eficazmente é posta em prática. Também em Portugal, a Monarquia Parlamentar permitiu um grau de democraticidade e de liberdades públicas, de imprensa e sindicais que o nosso país só voltou a encontrar em 1976. (...)
Gonçalo Ribeiro Telles - "A Monarquia Portuguesa"

1 comentário:

Mário Guinapo disse...

Este nosso Povo reconheçe as vantagens da monarquia nos paises estrangeiros mas em Portugal recusam-se a aplicar semelhante forma de chefia de Estado,recusa essa fruto de 100 anos de"envenenamento" mental,prática corrente nos diversos governos republicanos,e que se mantém até aos nossos dias.
Com alegria vejo que alguma luz começa finalmente a brilhar no fundo deste tunel escuro e pantanoso que é a republica Portuguesa.Que a chama se não estinga e seja alimentada para garantia futura da Nacão e Patria Portuguesa.