O presidente da Causa Real assumiu-se nesta quinta-feira “francamente contente” com a provável eliminação do feriado da República, que “divide o país”, mas lamentou o fim do 1.º de Dezembro, uma celebração consensual e sem “base ideológica”.
“As pessoas, quando olham para estes dois feriados, tentam criar um balanço entre aquilo que é a Republica contra aquilo que é a Monarquia. Claramente, é um balanço que não existe”, disse à Lusa Luís Lavradio, para quem o 5 de Outubro (data da implantação da República em 1910) “divide profundamente o país, e dividiu na altura, e surgiu na consequência do assassinato de um Chefe de Estado de Portugal”.
Luís Lavradio sublinhou que sempre considerou “quase um abuso” a celebração do 5 de Outubro e disse ficar “francamente contente”por ser abolido como feriado nacional.
Já o 1.º de Dezembro, que assinala a restauração da independência em relação a Espanha em 1640, “pelo contrário, não é um feriado com base ideológica, nem com base divisória”.
“É um feriado que une o país à volta de uma questão que para mim e para a Causa Real continua a ser muito importante, que é a nossa independência enquanto país e enquanto nação. Tenho obviamente muita pena que se tenha suprimido esse feriado, mas a Causa Real e eu próprio não deixaremos de continuar a celebrá-lo e a celebrar os heróis da Restauração e aqueles que consolidaram, e a muito custo, a nossa independência enquanto país”, acrescentou o presidente da Causa Real.
O Governo anunciou hoje que vai propor aos parceiros sociais a eliminação do 05 de Outubro e do 1.º de Dezembro da lista de feriados obrigatórios e de igual número de feriados religiosos. O objectivo do Governo é contribuir, com esta medida, para o aumento da produtividade.
O presidente da Causa Real ressalvou que “do ponto de vista político, do ponto de vista económico”, entende “perfeitamente a ideia do Governo” e apontou o caso da Inglaterra, que decidiu que os feriados se celebram à segunda-feira, uma opção que, disse, “talvez seja mais efectiva do que suprir alguns feriados”.
Público, 26 de Janeiro de 2012
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