terça-feira, 4 de agosto de 2009

"REAL" PÃO DE LÓ DE MARGARIDE
A Freguesia de Margaride, mencionada nas inquirições de 1258, com a designação de vila Margaride, pertence ao distrito do Porto. A povoação de Margaride foi elevada à categoria de vila de Felgueiras, por carta de D, Maria II, datada de Março de 1846.
É na cidade de Felgueiras, sede do concelho e comarca do mesmo nome, atravessada por estradas, que se dirigem para Guimarães, Fafe, Amarante e Lousada, que se fabrica o afamado pão de ló de Margaride, cuja história vamos fazer resumidamente, servindo-nos de informações que nos forma dadas, de elementos que colhemos e de documentos que consultamos.
(...)
Como já vimos, o fabrico do pão de ló ou pão leve, em Margaride data de há mais de dois séculos, pelo que se sabe. O da casa de Leonor data de há um século e meio.
Leonor Rosa, durante mais de cinquenta anos de trabalho porfiado e inteligente, conseguiu tornar conhecido em Portugal e no Brasil o seu pão de ló de Margaride, cujo nome é hoje bem persistentemente cobiçado.
Por carta particular, timbrada com as armas de Suas Altezas Reais os Duques de Bragança, data do Paço de Belém, em 5 de Dezembro de 1888, e assinada pelo Conde de São Mamede, foi informada Leonor Rosa da Silva, de que lhe foram concedidas as honras de fornecedora da Real e Ducal Casa de Bragança, podendo usar as Armas Ducais, conforme o modelo que está na casa. As Armas têm a encima-las uma coroa ducal e por timbre, um dragão.
Por alvará do Rei Dom Carlos, datado de 22 de Abril de 1893, dirigido a António de Melo, Marquês de Ficalho, par do reino, mordomo-mór do Rei, atentas às circunstâncias que concorrem em Leonor Rosa da Silva, com estabelecimento de confeitaria, na vila de Margaride, concelho de Felgueiras, foi feita mercê de a nomear fornecedora da Casa Real, dos artigos do seu comércio, gozando de todas as honras e prerrogativas que lhe competirem e podendo com este título colocar as Armas Reais Portuguesas no frontespício do seu estabelecimento.
O alvará foi assentado no livro de matricula dos moradores da Casa Real, a fls. 65, do livro 9, em 31 de Maio de 1893, e pagou de selo 19 500 réis. Também foi registado a fls. 64, do livro 8, de cartas e alvarás da secretaria de Mordomia-Mór da Casa Real.
Em 20 de Maio de 1905, pela 3.ª repartição (Propriedade Industrial) da Direcção Geral de Comércio e Industria, do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, foi passado o título de registo de recompensa (n.º geral 315), " Fornecedora da Casa Real", confirmada pela Mordomia-mór da Casa Real, a Joaquim Luiz da Silva, sucessor de Leonor Rosa da Silva, estabelecido em Felgueiras, de profissão doceiro, pelos seus produtos (doces).
Em virtude das autorizações dadas pelo Monarca português e pela Casa de Bragança, viam-se em tempo, na frente da casa da fábrica de pão de ló de Leonor Rosa da Silva, as Armas Reais portuguesas e as da casa de Bragança, que ainda hoje são usadas no carimbo com que a firma autentica os seus produtos.
Fonte: http://paodelodemargaride.com/
VÍDEO DA REAL VISITA À FÁBRICA DE PÃO DE LÓ - (19-06-2009)

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por este post precioso!

Lusa