A recriação do baptizado do embaixador do Rei do Congo na igreja de Santa Maria, em Beja, marcou o início da visita que Dom Duarte realizou no passado fim-de-semana, dias 12 e 13, à capital do Baixo Alentejo.
Concebida a partir de uma sinopse elaborada pelo director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, José António Falcão, a recriação contou com a participação de alunos e professores da disciplina de História da Escola D. Manuel I.
Após a iniciativa, o Duque de Bragança teve ainda a oportunidade de ver actuar o Coro de Câmara da Igreja do Carmo, de Beja.
No sábado, 13, à noite o Herdeiro ao Trono de Portugal participou na "Festa Azul", iniciativa que decorreu no pavilhão da Escola D. Manuel I e que contou com as interpretações de diversas tunas académicas Universitária, além do fadista António Pinto Basto e mais grupos corais e de teatro.
CORREIOALENTEJO------------------------
Recriação do Baptismo da 1ª Embaixada do Congo em Santa Maria da Feira
A Real Associação do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral promoveu na igreja de Santa Maria da Feira, matriz de Beja, no passado 12 de Outubro, em parceria com diversas instituições da cidade e da região, um notável evento de História Viva: a recriação do solene baptismo do embaixador do Congo, Caçuta, depois D. João da Silva, e dos membros da sua comitiva, que tivera lugar, nesse mesmo monumento, em 1498, na presença dos reis D. João II e D. Leonor e de destacados membros da corte.
Este evento, integrado na Festa Azul, partiu de um projecto do Prof. Doutor José António Falcão, Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, que o Presidente da Real Associação, Dr. José Gaspar Robles Monteiro, coadjuvado pelos seus colegas da Direcção e pelos demais corpos sociais da agremiação, empreendeu com o maior entusiasmo. Conseguiu-se para tal a colaboração da Escola Secundária D. Manuel I, da Associação Desejo de Mudança e do Coro do Carmo, além do apoio logístico dos municípios de Albufeira, Beja e Serpa. A Paróquia de Santa Maria, cujo prior tem sido um entusiasta da recuperação patrimonial em curso na igreja, abriu as suas portas com cordialidade e fez-se representar muito dignamente.
Perante S. A. R. o Duque de Bragança, Dom Duarte, e uma nutrida plateia, que enchia a igreja, e de que faziam parte, entre muitas outras personalidades, o Dr. Mário Simões, Deputado à Assembleia República, a Dr.ª Isabel de Jesus da Costa Godinho, Ministra Conselheira da Embaixada de Angola, o Dr. Miguel Góis, Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Beja, o Sr. Desidério Silva, Presidente da Câmara Municipal de Albufeira, a Dr.ª Margarida Silveira, Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, e os Pintores António Paizana e António Inverno, foram-se desenrolando os sucessivos momentos de uma criteriosa recriação: a chegada dos reis e da sua luzida comitiva, a cavalo, ao Largo de Santa Maria; o acolhimento no adro da igreja; e a cerimónia do baptismo, na capela-mor da mesma. Na animada interpretação dos papéis tomaram parte alunos e professores da Escola Superior de Educação de Beja e da Escola Secundária D. Manuel I.
Tomou depois a palavra o orador convidado, Prof. José António Falcão, membro da Academia Portuguesa da História, que fez o enquadramento histórico do acontecimento que se comemorava, integrando-o não só na conjuntura da época em que teve lugar, mas também na evolução da cidade de Beja e da própria igreja de Santa Maria da Feira, cujo processo de recuperação acompanha há anos a fio. Como fez questão de acentuar o pároco, P.e Dr. Alberto Geraldes Baptista, a palestra foi escutada com grande interesse pelos presentes, graúdos e miúdos, o que mostra a atenção de que o património religioso é merecedor na região. A jornada terminou com um momento musical, a cargo do Coro do Carmo, inspiradamente dirigido pelo seu maestro, P.e Dr. António Cartageno, que cantou e encantou.
O Senhor Dom Duarte, acompanhado pelos dirigentes, sócios e convidados da Real Associação do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral, visitou seguidamente a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Aqui, inteirou-se do trabalho que a Diocese de Beja tem vindo a realizar, de maneira sistemática, para a salvaguarda da arte sacra e de outros aspectos da memória religiosa do seu vasto território, louvando os esforços realizados. Deixou igualmente um belo testemunho, com palavras de incentivo, no Livro de Honra do Departamento do Património Histórico e Artístico, firmando-o como Duque de Beja, uma extraordinária distinção para a cidade.
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