Os portugueses de hoje vivem horas nunca antes vividas de desesperança. Numa visão mais imediatista, não será exagero dizer experimentam o atroz momento de agonia, a percepção de uma morte inevitável e próxima. Já sem querer saber de razões e opções. Sem fôlego para a política ou as alternativas que os partidocratas possam oferecer.
Quem terá ainda ânimo para festejar o Cinco de Outubro republicano? Ninguém, indiscutivelmente.
Bom seria, no entanto, aos portugueses não passasse despercebia a extraordinária importância do dia de amanhã. Em que se comemora - acima de tudo, sobrevoando o Tempo - o princípio da Nacionalidade. E em que o representante da nossa Casa Real, no Palácio da Independência (aonde, senão aí?) se dirigirá a todos nós.
E bom seria todos nós o ouvissemos.
Porque não haverá criticas de ocasião nem juízos sobre este ou aquele. Somente o apelo ao que nos resta no fundo da alma - a nossa orgulhosa condição de portugueses, multissecular condição de que, afinal, ainda não apareceu quem queira abdicar.
Sua Alteza Real, como sempre, colocará os seus préstimos ao serviço do Regime vigente. Como El-Rei Dom Manuel se dispôs a colaborar com a República que o exilou, a bem de um Povo sofredor (por razões menores) com a sua inclusão no drama da 1ª Grande Guerra.
Sua Alteza Real não personificará culpas. As suas palavras serão de solidariedade, tão-só. Connosco. Ao nosso lado.
Saibamos interpretar a sua mensagem e o seu lugar.
Enquanto isso, deponha Soares & Cª, definitivamente, uma sepulcral coroa de flores aos pés da estátua de todos os Antónios Josés de Almeida. De uma vez para sempre. E ouça penitenciadamente o que tem o Chefe da Nação a dizer ao Povo português.
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