terça-feira, 12 de julho de 2011

PALÁCIO DA AJUDA MOSTRA EM MONTE CARLO FAUSTO DA CORTE PORTUGUESA - 11 DE JULHO DE 2011.

Foi inaugurada ontem, dia 11 de Julho, no Espaço Ravel, em Monte Carlo, a exposição "Fausto e Grandeza nas Cortes Europeias", em que Portugal estará representado pelo Palácio da Ajuda, entre os 21 países participantes.
A secção portuguesa reproduz uma sala de refeições do Palácio no tempo do Rei Dom Luís e da sua Mulher, Dona Maria Pia. “Apresentamos o requinte da Côrte Portuguesa, com uma mesa para 12 pessoas, que através da colocação de um espelho dará a ilusão de serem 24”, explicou Isabel Silveira Godinho.
Em Monte Carlo, o Palácio apresentará uma mesa com toalha de linho com as armas reais e 12 pratos de porcelana de sobremesa do serviço “casquinha” da manufactura de Edouard Honoré (1824-1840), decorados com flores, frutos, retratos e aves.
A primeira sala será precisamente a de Portugal, “pois a exposição segue a ordem geográfica”, explicou à Lusa a directora do Palácio da Ajuda, Isabel Silveira Godinho.
A responsável salientou a excelência e a grandiosidade das colecções do Palácio, tendo afirmado que numa estimativa recente apurou-se que o que está patente ao público representa 9,7% do total das colecções do museu.
“As nossas colecções, além de serem todas verdadeiras, na medida em que tudo pertenceu e foi escolha da Casa Real, não há acrescentos de bom ou mau gosto, são de excelente qualidade”, sublinhou.
Em Monte Carlo, o Palácio apresentará uma mesa com toalha de linho com as armas reais e 12 pratos de porcelana de sobremesa do serviço “casquinha” da manufactura de Edouard Honoré (1824-1840), decorados com flores, frutos, retratos e aves.
“Estes pratos foram adquiridos por Dona Maria II e ostentam o seu monograma. O restante serviço de mesa é branco, decorado a ouro”, disse à Lusa fonte do museu.
“O serviço de copos é da firma A La Paix e é decorado com os monogramas entrelaçados de Dom Luís e Dona Maria Pia, e terá sido adquirido em 1884, na sequência da viagem régia realizada no ano anterior”, disse a mesma fonte.
Da exposição da mesa faz ainda parte um faqueiro e outras peças de prata do ourives francês Veyrat, datadas do século XIX.
“Esta baixela, de proveniência francesa, terá sido trazida de Itália pela própria Dona Maria Pia, quando da sua vinda para Portugal. Todas as peças apresentam cinzeladas as armas de aliança de Portugal e Sabóia, em alusão ao casamento do Monarca português com a Princesa italiana”, explicou a mesma fonte.
“Vamos mostrar um Portugal rico com a pompa que uma corte no século XIX exigia”, disse Isabel Silveira Godinho que pretende que “a nossa exposição fique no olho do visitante”.
Da mostra portuguesa constam ainda algumas peças da baixela de Saint Germain, quadros e jóias da Rainha Dona Maria Pia que morreu há 100 anos, e viveu 48 anos no Palácio.
Estarão expostos os retratos de Dom Luís e de Dona Maria Pia, ambos de autoria de Michele Gordigiani, e um de D. José, de autor desconhecido. Constam ainda quadros representando a “Chegada de Dona Maria Pia ao Tejo”, de João Pedroso Gomes da Silva, a “Ratificação do Casamento de Dom Luís e Dona Maria Pia”, de António Manuel da Fonseca, e “Baptizado do Príncipe Real Dom Carlos”, de Tetar van Elven.
Será também exposta uma aguarela de Dom Carlos, sem título e com a designação descritiva de “Paisagem com junta de bois, moinho e mar”, segundo a mesma fonte.
Da exposição portuguesa consta ainda o diadema e colar de estrelas que “foram encomendados pela Rainha, em 1863, ao ourives português Estêvão de Sousa” e as designadas “jóias arqueológicas” de Fortunato Pio Castellani. “As 10 peças [destas joias] que estarão presentes nesta mostra, fazem parte de um conjunto total de 33, presente de casamento da cidade de Roma à filha de Victor Manuel II”, esclareceu fonte do museu.
No âmbito da ourivesaria constam ainda “dois meios adereços de caça, de origem portuguesa mas de autor desconhecido, e constituídos por brincos e alfinete, e medalhão e brincos”.
A exposição “Fastes et Grandeur des Cours en Europe”, organizada pelo Fórum Grimaldi, é comissariada por Catherine Arminjon, conservadora-geral do Património da França e estará patente até 11 de Setembro.
Questionada sobre as normas de segurança, a directora do Palácio da Ajuda afirmou serem as máximas e as que jamais viu. “É um edifício específico para estes acontecimentos e que tem as condições máximas de segurança que jamais vi”, declarou Isabel Silveira Godinho.
O Fórum Grimaldi apresenta esta exposição como uma “volta à Europa inédita que faz luz sobre soberanos como os Imperadores da Áustria, Francisco José e Sissi, os Reis da Espanha Filipe V e Isabel Farnésio, o Imperador Napoleão e Josefina, assim como a corte monegasca até ao reinado do pai do actual Príncipe Alberto III, Rainier III (1949-2005), entre outros.
(AC)

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Esperemos que desta vez, a Dª Isabel S. Godinho tenha em atenção certos "primos" do alheio, não vão desaparecer mais umas tantas preciosidades da Coroa. Seria um bocadinho esquisito, não? Esta mania de emprestar o que não deve sair do país é uma parvoíce. Já lhes ocorreu fazerem umas tantas cópias' Servem perfeitamente e à distância não se notará. Mas como quando se trata de "armar ao pingarelho" neste país tudo se pode fazer...