terça-feira, 23 de março de 2010

RAINHA DONA AMÉLIA DE REGRESSO A PORTUGAL
«Durante todos estes longos anos, nunca falei. É verdade que ainda era vivo o Rei Dom Manuel, meu filho, todo dedicado à causa portuguesa, e que tenho o orgulho de ter educado no culto da sua Pátria. E se agora vivo em França, depois de vinte e cinco anos passados em Portugal (...) as minhas afeições, e mesmo a minha tragédia, fizeram de mim portuguesa até à alma.(...) pedi que fosse desmentido um dos mais crueis boatos sobre a nossa partida de Portugal. Não fugimos para Gibraltar. Assim que embarcámos na Ericeira (...) tinhamos a intenção de nos dirigir para o Norte e desembarcar no Porto, que reclamava o seu Rei. (...) quero desmentir aqui solenemente aqueles que ainda ousam dizer que nos dirigimos para o Sul porque, a bordo, havia duas Raínhas em lágrimas. É mentira. (...)Não chorámos, não nos queixámos, não tivemos medo. Chorei, sim, mais tarde, mas de pena e desespero. Nunca os Braganças foram cobardes! (...) mesmo na morte - amámos a Pátria distante».
NOTA: «A viagem da Raínha decorreu de 19 de Maio a 30 de Junho de 1945; foi de Lisboa a Fátima, do Buçaco ao Mosteiro de Alcobaça e Batalha, parando na Ericeira, o seu porto de exílio, e visitando os dispensários que ela própria criara». - (in Stéphane Bern, «Eu, Amélia, Última Rainha de Portugal», Livraria Civilização Editora, pág. 224).
Publicada por João Afonso Machado em Segunda-feira, Março 22, 2010

1 comentário:

Mário Guinapo disse...

Tenho a alegria de ter esse excelente livro,ao qual recorro frequentemente,relendo as palavras dessa verdadeira Mulher e Rainha,de coragem,rectidão e sentido de dever inebaláveis até ao ultimo suspiro de vida.
Um exemplo...