quarta-feira, 21 de março de 2012

S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA APRESENTA O LIVRO "A DOENÇA E A MORTE NA DISNATIA DE BRAGANÇA"

Lisboa, 19 mar (Lusa) -- O médico José Barata afirma que os grandes flagelos como a sífilis, tuberculose e até a loucura "atormentaram a última dinastia" portuguesa, tendo "apenas três Monarcas ultrapassado os 60 anos".
A obra "A doença e a morte na dinastia de Bragança" é apresentada quinta-feira, dia 22 de Março, às 18:30, numa sala da igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa, onde está instalado o Panteão Real.
José Barata enumera de forma exaustiva, "numa perspetiva evolutiva do conhecimento médico em Portugal", as diferentes observações clínicas dos últimos 14 Monarcas portugueses.
Alerta o autor para a ampla documentação que existe na medida em que "a medicina prestou sempre grande atenção às figuras reais".
"A doença do Rei era institucionalmente assumida como matéria de interesse", escreve José Barata, acrescentando que "a saúde da Família Real, enquanto assunto de Estado, constituía também preocupação diplomática".
Há assim muita documentação comentando a saúde dos soberanos e familiares mais próximos, além de, "em cada época, os clínicos darem o seu melhor para mitigar o sofrimento da Família Real, com recurso às mais avançadas terapêuticas disponíveis", muitas vezes recorrendo a médicos estrangeiros.
O autor dá conta da existência documental de "curiosos e detalhados registos das observações clínicas e das terapêuticas aplicadas aos régios pacientes".
Relativamente aos Bragança, que reinaram de 1640 a 1910, escreve o autor que "a mortalidade infanto-juvenil marcou presença dramática e constante" tendo "a morte precoce" ceifado "a vida à maioria dos varões primogénitos".
Por outro lado, dos 19 Monarcas -- José Barata não considera Dom Pedro II, tio e marido de Dona Maria I, -, apenas três ultrapassaram os 60 anos; foram eles Dom João V, Dom José e Dom Luís. O último monarca, Dom Manuel II, morreu no exílio devido a um edema na glote, aos 42 anos.
José Barata dá notícia da suposta maldição que um frade medicante lançou a D. João IV, fundador da dinastia, por este não lhe ter dado esmola, e refere que a família sofreu todos os flagelos da época como a sífilis, a tuberculose, a febre tifoide, patologia vascular cerebral e a morte violenta, como foi o caso do Rei Dom Carlos e do Príncipe Herdeiro, assassinados em Fevereiro de 1908, em Lisboa.
O livro "A doença do Rei era institucionalmente assumida como matéria de interesse", editado pela Sociedade Portuguesa Medicina Interna que celebra o 60.º aniversário, é apresentado por Dom Duarte Pio de Bragança, Herdeiro da Dinastia.
NL.
Lusa/Fim.

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