Parte das colunas de iluminação já foram arrancadas |
Luz oitocentista do Terreiro do Paço vai ser apagada
As seis colunas oitocentistas de iluminação pública que ainda resistem no topo norte do Terreiro do Paço serão em breve substituídas pelos altos postes iguais aos que já pontuam as laterais da placa central.
Esta decisão está gerar protestos de grupos de cidadãos, que em carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa pediram que os candeeiros sejam preservados.
Os trabalhos em curso naquele espaço, iniciados em 20 de Fevereiro, para conclusão da requalificação do espaço público do Terreiro do Paço - essencialmente o rearranjo dos pavimentos da ligação entre as ruas do Arsenal e da Alfândega -, prevêem também a remodelação da iluminação pública e do mobiliário urbano. Segundo os serviços de comunicação camarária, aqueles trabalhos ficarão concluídos em Junho próximo.
A colocação das novas colunas de iluminação, de estética nada consensual, ditos "periscópios" na blogosfera, foi decidida pela Sociedade FrenteTejo, entretanto extinta, a quem foi confiada a requalificação da frente ribeirinha de Lisboa, projecto que mereceu a aprovação do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico.
Na carta dirigida a António Costa, os signatários, do grupo Fórum Cidadania Lx, defendem o interesse histórico e estético daquele tipo de luminárias pública que correm o risco de desaparecer, datadas de finais dos anos 80 e inícios de 90 do séc. XIX, de inspiração parisiense, e que, segundo os críticos, deveriam ser recuperadas e preservadas.
O modelo, diz o grupo que contesta a sua substituição, está referenciado em literatura dedicada a Lisboa, semelhante a muitos outros ainda existente em alguma praças europeias, e é considerado mais ajustado a territórios históricos consolidados do que as peças contemporâneas que lhes tomam o lugar.
Aqueles históricos candeeiros mantêm-se no topo norte do Terreiro do Paço, nas laterais da placa central, diante do café Martinho da Arcada e do Ministério da Administração Interna, e nos bordos do Cais das Colunas.
Público, 27 de Março de 2012
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