Exmas. Senhoras, Exmos. Senhores, Meus Queridos Amigos, Caros companheiros monárquicos: Permitam-me que comece estas palavras com uma afirmação pessoal: sou monárquico. Gostava que isso ficasse bem claro. E digo isto para que todos aqueles que se identificam com a causa façam assim como eu. Por onde quer que passem, digam sempre que são monárquicos. Afirmem com convicção. É assim que se formam as grandes correntes e nós queremos continuar a crescer.
Sei que é difícil falar de Monarquia num país que assistiu ao assassinato de um Monarca para que a república, envergonhadamente escondida, subisse ao poder. Hoje temos um filho da Nação, que é bastardo, eleito de cinco em cinco anos, sem qualquer tipo de preparação, carregando na alma o peso familiar desse acto malvado, travestido de democrático e disfarçadamente absolutista, dado que esta república nem sequer admite a realização de um referendo, para que seja o povo a escolher entre república, federação ou monarquia. Para que conste: qualquer uma desta pode e deve ser democrático.
Minhas Senhoras, Meus Senhores, Caros Amigos Monárquicos:
Esta nossa democracia está cada vez pior e enferma mesmo de alguns males que a lançam para a boca da agonia total. Afinal a república era um regime tão perfeito, tão equilibrado, que poderia ser o exemplo do paraíso – diziam eles - mas infelizmente esta república está transformada numa pandemia que parece ter repercussões muito maiores do que aquela que nos fazem querer parecer. Não é para admirar, pois, quem muito promete, dificilmente consegue cumprir. E veja-se por exemplo onde está um dos grandes perigos das repúblicas e quiçá, das democracias: a eleição por voto directo e secreto.
Se é verdade que este tipo de processo permite a escolha pela maioria, também não é mentira que essa mesma escolha seja apenas a tendência da maioria. Mas pior do que isso é permitir o voto de quem não tem competência para escolher o perfil de quem nos vai governar. Este é o verdadeiro perigo. Termos pessoas que interferem no processo eleitoral que não estão à altura de saber escolher quem é o melhor gestor para governar Portugal. É isso que me preocupa, porque num sistema republicano são muitos os que prometem para conseguirem ser eleitos. Prometem emprego, mas não ensinam a trabalhar, prometem mais e melhor educação, mas não lhes dão o conhecimento, oferecem-lhes o título sem a sabedoria, dão o diploma que conta para as estatísticas mas que esconde a dura realidade da nossa economia e do desemprego que aumenta assustadoramente.
Os republicanos prometem-nos mais justiça, justiça essa que penaliza cada vez mais o povo e os abriga – a eles, políticos - dos crimes, das fraudes e dos benefícios próprios. Fazem da justiça autênticos baloiços, à disposição deles próprios. Tudo isto para o crescimento ilícito da pior e mais viciada classe que existe entre nós. Meus amigos, este é o cenário ideal para um republicano. Isto é que é uma verdadeira república!
Mas nós, Monárquicos, não queremos isso. Temos valores e princípios, defendemos causas e temos argumentos. Privilegiamos as pessoas como um todo e não apenas os interesses pessoais.
Veja-se por exemplo o caso do Tiririca, no Brasil. Eleito sem saber quase nada. Digam-me o que é que ele vai fazer para um parlamento?! Como pode ele representar um povo?! Será que todos os brasileiros se revêm nele?! Meus caros amigos monárquicos, é nisto que a república diz que é democrática? Então deixem-me que lhes diga que aqui, o tudo, é muito pouco. A República nasce do oportunismo e da miséria e aproveita-se da infelicidade alheia. Da miséria que os próprios republicanos semeia para tirar dividendos da eleição e para os prolongar no poder. É isso que nós temos de combater, de destruir, de saber denunciar. São esses oportunistas de meia tigela, cujo o prazo de validade há muito se esgotou, que eu quero combater.
Mas a república tem mais anedotas. Oferece o poder aos filhos bastardos deste Portugal, bastardos esses que são eleitos de 5 em 5 anos?! Esta república troca causas por milhões e oferece ao povo a liberdade do voto, mas ilude as pessoas com promessas falsas, ocultando o conhecimento.
Meus amigos, caminhamos apressadamente para o abismo. Muitos são os perigos desta democracia, que está doente e completamente adulterada da sua razão de ser e de existir.
Muitos dirão que eu exagero. Pois bem, que o digam, não me importo. Esses republicanos travestidos de solidários querem-nos crucificar só porque denunciamos a galinha dos ovos de ouro deles. Eles servem-se da república para se dizerem democráticos. Utilizam o voto e a histeria popular para se fazerem eleger e depois enriquecerem escandalosamente.
Servem-se da iliteracia do povo português , liderada por eles próprios, para enganar quem promovem e tem o direito de votar. Contam os votos e nunca mais querem saber de nós. Pior do que isso, passam quatro anos a angustiar toda a gente com pesadas cargas de impostos que em vez de tocar a economia para a frente esgota os parcos recursos que as empresas têm para fazer face a um ou dois meses mais fracos e cujo a receita não consegue superar a despesa. Este é o Portugal em que vivemos.
Não podemos andar a eleger republicanos travestidos de democratas, cujo o único objectivo é apenas e só assegurar o futuro pessoal, dos seus familiares, amigos e militantes do partido. Quanto nos custa um presidente da República? Quantos ainda temos entre nós que têm direito a casa, carro, secretária, motorista, telefone e alguns, ainda, uma fundação, porque fica bem na fotografia ter algo que os ligue a uma obra de solidariedade. Solidariedade que paga com o dinheiro dos nosso impostos.
Meus caros amigos monárquicos, temos de erradicar de vez estes parasitas, eles construíram de uma sociedade que está cada vez mais apodrecida e fétida, governada de uma maneira muito absolutista e tendo em vista apenas e só os benefícios pessoais de quem se esgota na popularidade para se servir desta nova literacia académica com que enganam o povo. Isto é que tem de ser dito. Isto é que devia ser a verdadeira preocupação do povo.
Infelizmente enchem-nos os noticiários com futebol, telenovelas e “talk shows” e com isto vão conseguindo enganar o povo, fazendo anedotas com o acessório e evitando os reais problemas. Estamos muito perto da falésia. Ela vai ruir a qualquer momento e o que vejo é uma descontracção preocupante de quem não tem consciência do que diz e do que principalmente não faz. Políticos?! O Povo é que os sabe classificar, mas infelizmente esquecem depressa o mal em que vivem.
Que políticos são estes que castraram o nosso Portugal, quando em nome da força e da importância colectiva, aderiram á Europa. Desprezaram, venderam a nossa identidade e anularam o nosso escudo, que era a recompensa do nosso trabalho. Que políticos são estes que fazem as leis do Estado e que em vez de sensibilizar e acarinhar os trabalhadores e empresários os reprimem e penalizam com leis que dificultam o empreendedorismo e a criação de novas empresas e consequentemente novos postos de trabalho! Que estado é este que em vez de seleccionar e admitir técnicos capazes e de qualidade, com provas dadas, tem optado, nas admissões, pela capacidade popular, isto é pela famosa cunha.
Que república é esta que se diz democrática e onde os políticos são obrigados à disciplina de voto. Que democracia é esta em que vivemos que privilegia apenas metade dos portugueses? Que presidentes são estes apoiados por partidos que fragmentam a sociedade? Que políticos são estes que imprimem aos agentes fiscalizadores metas e objectivos, trocando assim a sensibilização pela repressão feroz de quem precisa de atingir a todo custo metas e objectivos de maneira a facturar valores para os gastos de grandes mordomias politicas. São políticos e políticas que privilegiam a estatística em detrimento do nosso povo e da nossa gente. Quem são estes novos políticos que nasceram desajeitados para a vida e agora se transformaram em oportunistas de ocasião, sobrevivendo à custa de autênticas espirais de silêncio.
Quem foram e são estes políticos que venderam Portugal à Europa, a troco de fama pessoal. Uma adesão que castra Portugal ao impor cotas de produção e mercado, quando a nossa riqueza – a de toda gente – vem da terra e do mar.
Quem trocou o nosso escudo, divisa do nosso país, orgulho deste povo que se soube sempre impor e que agora se viu obrigado a “europaízar” por via destes políticos sem brasão.
Dançarinos da ilusão não respeitam processos de desenvolvimento dos povos confundindo, por vezes, liberdade com libertinagem, cultura com ideologia, democracia com lobbies. O globalismo e a precária situação nacional, em que se precisa de menos estado, menos burocracia e menos impostos, questionam os orçamentos do estado e constituem uma incógnita na tentativa de manter o equilíbrio e a paz social. A economia social de mercado - o modelo europeu - é cada vez mais questionado atendendo às consequências dum liberalismo económico feroz sem respeito por Estados nem pelas necessidades humanas mais legítimas ao tender fugir à responsabilidade colectiva.
Os princípios básicos foram aceleradamente transformados em bem-feitorias que favorecem “os” singulares em detrimento do bem colectivo. Esqueceram-se os valores que nos deram a identidade e a coluna vertebral que nos permite olhar em frente sem reservas de escândalos, já não temos crédito nas palavras que dizemos, nesta selva de betão é o salve-se quem puder.
Este não é um combate gratuito, despido de razões e sem causas reais. Bem pelo contrário. Eu acredito na Monarquia, porque um Rei é a génese da nossa identidade. Um Rei não tem partidos nem se associa a causas políticas, porque um Rei é o filho legítimo da nação. Um Rei é de todos e para todos. Um Rei é motivo principal de aproximação dos povos, é a defesa de uma nação, é digno e legal representante de todos os portugueses. Lembrem-se que os primeiros palmos de terra foram dados a um Rei. Muitos anos depois os filhos quiseram as partilhas e descambaram para a ilusão de quem não estava preparado para governar uma causa. Não conheço referências dos republicanos, mas tenho ouvido grandes elogios a um homem que mesmo sem estar no poder tem feito grandes obras e defendido grandes causas. Pedia desde já uma grande salva de palmas para SAR Senhor D. Duarte, não só pela pessoa que é, mas também pelas causas que tem defendido e conseguido ao longo da sua existência.
Permitam-me apenas concluir com a ideia de que vamos sair daqui mais fortes e mais poderosos. Temos de acreditar firmemente nas nossas convicções, valores e princípios. Se acreditarmos colectivamente vamos conseguir. O momento não é de divisões e muito muito menos de guerras entre nós. Todos juntos somos poucos, porque eles andam a enganar os portugueses. Convém-lhes facilitar este tipo de enganos. Muitos são os portugueses que ainda trocam regimes com estados políticos. É preciso dizer-lhes que uma coisa é a república e a monarquia, outra coisa é o parlamento, onde se debatem os partidos políticos. Quem é monárquico pode e deve escolher o partido político que quiser, mas jamais será republicano, filho de um bastardo eleito de 5 em 5 anos. Contem comigo para nos batermos por esta causa. Viva o Rei! Viva Portugal!
(*) Mensagem proferida pelo nosso associado de Espinho, José António Moreira, Professor e Jornalista, no passado dia 10 de Dezembro em Sangalhos (Anadia).
Fonte: Real Associação da Beira Litoral