domingo, 31 de outubro de 2010

ÚLTIMAS PALAVRAS DE DOM MANUEL II

Malcolm Howe, um monárquico britânico que escreveu um livro sobre o soberano português, cita as últimas palavras de Dom Manuel, que morreu sufocado em 1932 com uma infecção na garganta.
Ao dizer que seria “o último Rei de Portugal” provou, elogia o historiador, que “não só era real como era realista”. De acordo com Howe, Dom Manuel II percebeu que a Monarquia portuguesa “estava condenada” pela república.
O Monarca foi obrigado a fugir devido à instauração da república e procurou exílio no Reino Unido, onde a Mãe, a Rainha Dona Amélia, tinha crescido.
Após o casamento com a Princesa alemã Victoria Augusta, em 1913, fixou-se em Twickenham, a Oeste de Londres, e o casal real passou a tomar parte na vida local. Conta o actual pároco, Ulick Loring, que Dom Manuel II era um frequentador assíduo da missa de Domingo. “Chegava no Rolls Royce vindo de casa com a mulher, D. Augusta”, relatou.
De acordo com os testemunhos que recolheu, “quando chegava todos se levantavam, como se fosse um Rei”.
Dom Manuel II sentava-se na frente, sinal do estatuto de que beneficiava, e “no final todos se levantavam e ninguém saía sem ele sair primeiro”.
O envolvimento na paróquia é evidenciado pelas ofertas que fez de dois vitrais, um dos quais com a imagem de Santo António e várias peças de prata, entre as quais uma baptismal, que ainda ostentam a marca real.
Os registos de nascimento mostram ainda que Ele e a Mulher foram padrinhos de várias crianças da localidade, onde deixaram marcas na toponímia local.
Ainda hoje existem ruas com os nomes de Manoel, Augusta, Lisboa e Jardins de Portugal na área onde se situava casa onde habitou e que entretanto foi destruída para dar lugar a novas habitações.
O amor a Portugal de D. Manuel II seria reiterado, argumentou Howe, quando, durante a I Guerra Mundial se ofereceu para lutar ao lado dos portugueses, o que terá sido recusado pelo Governo republicano.
O seu trabalho em catalogar os livros portugueses do século XV, disse este historiador, é também um legado importante.
Todavia, o verdadeiro patriotismo revelou-se ao distanciar-se dos levantamentos armados dos monárquicos em Portugal.
“Era um verdadeiro patriota porque não queria que os portugueses morressem pela sua causa”, elogia o biógrafo britânico.
O receio era, enfatiza, que, se voltasse a Portugal, como pretendiam os monárquicos, “teria havido uma guerra civil e muitas pessoas teriam morrido”.

6 comentários:

Maria Oliveira disse...

Dom Manuel II,tinha como projecto de Vida o melhor para Portugal,...preferiu a Saudade pessoal,...Dom Manuel II,foi um Verdadeiro Rei,...mesmo longe Amou Portugal,e deixou o melhor de Si e do seu País no local aonde se exilou:Boa Memória. Dom Duarte,mantém viva a memória dos Arcanos... a esta "gentinha" que hoje está no poder,(que não tem necessariamente poder!!!!! deve ser difícil entender estas atitudes,POIS ESTA GENTE DE HOJE APENAS SE MOVE POR PROJECTOS PESSOAIS....

Plácido Zacarias disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Por piores que tenham sido alguns os monarcas Portugueses que tivemos e que fizeram este país, nunca nenhum deles deixou de pensar em primeiro lugar no bem de Portugal. Talvez nem sempre fizessem o melhor, mas não podemos comparar, foram outros tempos, outras mentalidades, outros conhecimentos. se há coisa que me custe fazer actualmente é votar para a presidência da replúbica. Não suporto o dinheiro que se gasta com os festejos das comemorações da implantação da república. Comemorar o quê? o brutal assassinato de duas peesoas uma delas uma criança? Não tolero os programas que passam constantemente no canal 1 da RTP sobre os republicanos da altura e sobre o proprio assassino, querendo fazer dele um heroi. É uma vergonha!!!
Este País nasceu da força de um Rei e como tal monarquia deviamos ser.
PM

Miguel Vilas Boas disse...

Gostaria de perguntar ao Sr. Plácido, se compreende as afirmações que faz. Gostaria de saber também se me consegue dizer um presidente que gastasse menos do que a Casa Real ou de um presidente que desse tanto ao país como a Casa Real deu e dá!

Se conseguir compreender a distância (o que duvido muito) cala-se! Se não posso sempre enviar-lhe um desenho porque de outra maneira temo que não chegue lá!

Anónimo disse...

Parabéns Sr. Miguel Vilas Boas, o sr. Plácido merecia esse comentário.

Ana Portugal

Fergus disse...

Os monárquicos doaram o valor máximo a Portugal. Todo o residual monárquico existente em Portugal, é do melhor que há. Os republicanos, apenas possuem o ardor e a ambição de poder, para delapidar o valor onde quer que ele exista. Hoje deveria existir mais tributo aos bravos que ao longo da sua história, Portugal teve. A fase heroica da nossa história assim o relata. Nos governos actuais, só há maçaricos e grande parte deles não conhecem a história dos nossos arrojados e bravos, cujos feitos, hoje, fazem arrepiar. À Monarquia devemos fazer a Vénia, porque ELA merece esse tributo.