Dom Duarte Pio juntou partidários na terra onde nasceu Afonso Henriques para comemorar o 5 de Outubro dos monárquicos. Em Guimarães, no ” berço da nacionalidade”, ouviram-se ontem vivas ao Rei de Portugal. E não era uma dessas, agora muito em voga, feiras medievais. Os vivas tinham como destinatário o Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, que festejava com algumas centenas de monárquicos o 5 de Outubro. Cada um festeja o seu 5 de Outubro. Para os republicanos é o de 1910 que conta; os partidários da Causa Monárquica recuam a 5 de Outubro de 1143, dia da assinatura do Tratado de Zamora, uma data “fundadora para Portugal”, lembrou Dom Duarte Pio. “Portugal tem um Rei”, lia-se num cartaz, à entrada do Paço dos Duques, o local escolhido pelos monárquicos, vindos de todo o País, para prestarem “lealdade” ao simbólico candidato ao trono de Portugal. Do cimo de um cavalo, à chegada do Duque de Bragança, alguém lançava a palavra de ordem: “Real, real, real! Viva o rei de Portugal!” “Sua Alteza”, assim foi apresentado Dom Duarte Pio, sorria para as crianças e cumprimentava os partidários da nobre causa. Depois, já no interior do Paço, discursou. E foi duro com a “invasão mental estrangeira” que “ocupou Portugal em 5 de Outubro de 1910. Nessa data, disse de forma metafórica, foi destruída “a comunidade de sonhos, a que chamamos Pátria”. E para descrever o “pântano” aonde a “Pátria” mergulhava, por obra dos homens da República, Dom Duarte usou palavras “dos nossos maiores escritores”. Camões, Ramalho Ortigão, Eça, padre António Vieira ou Fernando Pessoa, citado várias vezes. A república “francesa que implantaram em Portugal”, referiu o candidato ao trono, pela voz do poeta da Mensagem, “foi um fenómeno da nossa decadência, da nossa desnacionalização”. Um discurso sempre a olhar para o passado, raramente uma alusão ao futuro. Para encerrar, a última estrofe do poema Nevoeiro, de Fernando Pessoa. “Ó Portugal, hoje és nevoeiro…/ É a hora!”, declamou D. Duarte. E, de seguida, um apelo: “Portugueses, saibamos fazer a hora. Restauremos a esperança na lusitana antiga liberdade.” Houve um forte e longo aplauso, bandeiras – azul e branco, com a respectiva coroa – levantadas. A partir daí, alguém avisou os presentes: quem ainda o não tinha feito, “podia ir dar os cumprimentos a Suas Altezas”. Em declarações aos jornalistas, no final da “alocução” aos fiéis partidários da causa, o candidato ao trono disse não ter dúvidas de que os portugueses viveriam melhor com um Rei. “A Monarquia, como se vê noutros países da Europa, pode dar algo mais à democracia que vivemos hoje.” Voltou a atacar os homens da primeira república. “Esqueceram os ideais, perseguiram a Igreja, os opositores, criaram obstáculos à liberdade nos jornais. Foi caótico. Por isso, o povo apoiou longos anos a ditadura” salazarista. De regresso ao presente, O Duque de Bragança concorda com o apelo ao consenso político feito pelo PR. “Tem toda a razão porque medidas duras têm de ser tomadas por consenso.” Nas situações de crise, considerou, o consenso é “indispensável”. Se as medidas forem tomadas por um partido só “torna-se difícil, porque será penalizado nas eleições”. O consenso político partidário deve abranger, “pelos menos, os que têm responsabilidade nas governações passadas”. A cerimóniade ontem, na cidade onde nasceu o primeiro Rei de Portugal, juntou algumas centenas de apoiantes da causa monárquica. Vieram de vários pontos do País. Uns de mais longe, outros de mais perto. Como foi o caso de Rui Barandas: veio do Porto ouvir o candidato ao trono. Mónarquico por várias razões. E a primeira que ponta talvez seja influenciada pelos tempos de crise. “O orçamento do nosso presidente da República é oito vezes superior ao das monarquias modernas da Europa”. Por outro lado, argumenta Rui Barandas, “uma Monarquia dá mais prestígio. Portugal tem 800 anos de Monarquia, não se pode deitar essa legado ao lixo”. Depois da alocução aos distintos apoiantes, Dom Duarte Pio de Bragança, acompanhado por Dona Isabel de Bragança, fez uma passeata pelas ruas de Guimarães. Mas aí, enfim, não se ouviram vivas ao “Rei”.
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Neste último parágrafo " Mas aí, enfim, não se ouviram vivas ao Rei", é pura mentira do DN que parece que faz questão em inaltecer só as republicanices diárias! Durante todo o passeio deram-se sempre e constantemente VIVAS AO REI!
Neste último parágrafo " Mas aí, enfim, não se ouviram vivas ao Rei", é pura mentira do DN que parece que faz questão em inaltecer só as republicanices diárias! Durante todo o passeio deram-se sempre e constantemente VIVAS AO REI!
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