Para lá da questão das utopias (no sentido de ideais), e face à cruel realidade dura e crua, acidentes e premências da quotidiana governança da Nação, eu bem percebo a tua dificuldade, Henrique. Mas eu estou mais como o teu homónimo Barrilaro Ruas que defendia a urgência da promoção da Casa Real Portuguesa, como nossa reserva moral, mesmo que a montante da (im)possibildiade de alteração dos formalismos constitucionais. Para todos os efeitos, acontece que após um século de república, os portugueses possuírem uma incontestável Casa Real com geração (reconhecida inclusivamente como legitima pelo estado português*), é um património, um precioso privilégio em relação às muitas irremediáveis repúblicas europeias, um dado que o País jamais deveria desmerecer, menosprezar.
De resto, eu sei que tu sabes que eu sei quais as prioridades políticas quanto ao nosso mais imediato destino. Mas o facto é que, assumir o realismo monárquico (desculpa a redundância), não ocupa espaço, e a determinada fase das nossas vidas já não causa grande mossa na "carreira".
* Em 2006, o Departamento de Assuntos Jurídicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) fundamenta o reconhecimento de Dom Duarte Pio de Bragança como legítimo Herdeiro da Casa Real Portuguesa pelo "reconhecimento histórico e da tradição do Povo Português"; pelas "regras consuetudinárias da sucessão dinástica"; e pelo "reconhecimento tácito das restantes casas reais da Europa e do Mundo com as quais a legítima Casa de Bragança partilha laços de consanguinidade". Nesse mesmo documento, o Estado Português confere a Dom Duarte Pio representatividade política, histórica e diplomática, e que os duques de Bragança "são várias vezes enviados a representar o Povo Português em eventos de natureza cultural, humanitária ou religiosa no estrangeiro, altura em que lhes é conferido o passaporte diplomático". Wikipedia.
João Távora, corta-fitas
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