O Jubileu de Diamante de S.M. a Rainha Isabel II de Inglaterra, vem confirmar que o regime monárquico está intimamente ligado ao sentimento mais profundo de partilha e afecto, bem longe da frivolidade da República.
Ontem, apesar das condições atmosféricas adversas, para a organização deste grandioso evento do Desfile Real no Tamisa, estiveram presentes nas pontes, margens, e em todos os lugares permitidos pela apertada segurança, 1,2 milhões de súbditos ingleses, assim como, turistas de todo o mundo, que estão constantemente de visita a Londres.
Os índices de popularidade da Monarquia inglesa, que aquando do último casamento real, recentemente celebrado rondaria os 80%, segundo a mais recente sondagem realizada atingiu o nível mais elevado dos últimos 20 anos, 87%.
Porquê?
Porque o regime soube adaptar-se aos tempos modernos, mantendo toda a sua "Pompa e Circunstância", de que os britânicos tanto se orgulham, e não abdicam, apesar dos momentos difíceis que igualmente atravessam.
São assim, e continuarão a sê-lo.
A cultura de "império" e o seu lugar na história universal faz parte da sua génese cultural, que lhes é ensinada e logicamente assimilada, com igualmente importante, como o ar que respiram - é uma defesa natural, só assim, compreenda-se, conseguiram durante um valoroso tempo, aguentar estoicamente um cerco terrível por parte da força aérea do III Reich, de Adolf Hitler, durante a II Guerra Mundial.
O regime monárquico soube unir e aglutinar o sacrifício e, parece que nestes actuais momentos dolorosos, fará o mesmo - tudo indica que sim.
S. M. a Rainha Isabel II de Inglaterra, atravessou durante estes 60 anos de reinado, as dificuldades inerentes ao exercício do mais alto cargo, com alegrias e tristezas, sob o mais elevado espírito de missão que adoptou nos momentos anteriores à sua coroação: "...estou aqui para servi-los..."
Grande, muito grande.
Quando se fala em abdicação, afirma: "...sou Rainha, morrerei Rainha."
Ontem foi notícia em todo o mundo, e quando se ligava a televisão, exclamava-se em linguagem corrente: "está a dar a Rainha", com se efectivamente fosse a Rainha de todos nós, mesmo o que não monárquicos, nem se identificam com este tipo de acontecimentos - mas, no entanto, é a Rainha.
Claro está, que gostaria muito que tal acontecesse em Portugal, mas temo, perante actual cenário, que os monárquicos portugueses terão que fazer muito para que isso aconteça.
Há muito pouco tempo, um estimado amigo republicano, disse-me algo que me surpreendeu:
- Defendes um regime contra-natura, pois nos tempos que correm não faz sentido algum.
Perante estas afirmações de um amigo culto, informado e leitor atento das entrelinhas da política, respondi obviamente que talvez fosse aconselhável estar igualmente atento aos acontecimentos do Jubileu, e retirasse as devidas conclusões, longe de qualquer tipo de preconceito - parece que assim fez, ontem contactou-me e afirmou:
- Sabes? Tens razão, embora continue a ser republicano, tenho que assumir que é muito mais motivador e aglutinador.
Para mim, basta-me esta última condição.
Com toda a "Pompa e Circunstância", ao som de Edward Elgar, digo: "GOD SAVE THE QUEEN", por muitos e bons anos.
Nota: Acho que já é momento de se começar a pensar com a seriedade devida sobre o regime que queremos em Portugal. Os monárquicos deverão unir-se em torno do ideal "Restaurar Portugal". Para quando uma reunião alargada?
José Peres da Silva Bastos
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