quarta-feira, 20 de abril de 2011

ANTERO DO QUENTAL - 18 DE ABRIL DE 1842

Há 169 anos nascia em S. Miguel, Açores, Antero do Quental. O sonetista genial, um filósofo marcante, um espírito de paixões e desilusões. Uma vida inteira de sofrimento que o conduziria à imortalidade entre os nossos maiores. Geralmente - e mal-intencionadamente - interpretado de modo distorcido. Senão porquê, leia-se este excerto de uma sua carta a Lobo de Campos, seu amigo e contemporâneo na Universidade coimbrã:
«Creio que teremos República em Portugal, mais ano, menos ano; mas francamente não a desejo, a não ser de um ponto de vista todo pessoal, como espectáculo e ensino. Então é que havemos de ver o que é atufar-se uma nação em lama e asneira. Falam da Espanha com desdém - e há de quê - mas eles, os briosos portugueses, estão destinados a dar ao mundo um espectáculo republicano ainda mais curioso: se a República espanhola é de doidos, a nossa será de garotos».
Eça de Queiroz, seu admirador incondicional, chamava-lhe Santo Antero. Além de santo, Antero era também, como se vê, profeta.

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