JÓIAS PRESENTEADAS PELA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA À RAINHA DONA AMÉLIA PELO SEU CASAMENTO (Clique na imagem para ampliar)
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O diadema continua a pertencer à Familia Real, visto ter sido usado por S.A.R., A Senhora Dona Isabel de Bragança no dia do Seu casamento mas por outro lado, penso que o paradeiro das restantes peças é desconhecido o que é pena, pois contam parte da História de Portugal.
Realmente, se as jóias falassem diziam onde estavam.
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Levaram as jóias...
Acabei de ler ontem «Leva-me Esta Noite», o mais recente livro da minha amiga Cristina Flora. Uma narrativa que, embora ficcional, também aborda um assunto... real: o roubo, em 2002, de parte das jóias da Coroa Portuguesa de uma exposição num museu em Haia, na Holanda. Além, óbvia e principalmente, dos ladrões, a culpa pelo sucedido foi: das autoridades culturais e policiais dos Países Baixos – que, além de não terem implementado as mais eficazes medidas de segurança, terão mostrado pouco interesse e empenho na resolução do caso; e de quem autorizou, em Portugal, a cedência de tesouros nacionais tão valiosos sem - confirmou-se depois – estar devidamente assegurada a sua protecção. E de não muito valeu a indemnização que se recebeu e o que se fez posteriormente com ela. Este foi mais um exemplo do desinteresse, do desleixo, da displicência com que frequentemente as instituições da república tratam as heranças da Monarquia. A não ser, claro, quando aquelas precisam destas para «comemorar» o centenário do golpe de 5 de Outubro de 1910... admitindo, implicitamente, que nada de muito importante, justificativo de ser «celebrado», aconteceu nestes últimos cem anos. O «novo» Museu dos Coches e a «renovação» da Praça do Comércio, e respectivos «cortejos» de dúvidas e de suspeições, constituem dois exemplos recentes e bem conhecidos desse abuso.
Acabei de ler ontem «Leva-me Esta Noite», o mais recente livro da minha amiga Cristina Flora. Uma narrativa que, embora ficcional, também aborda um assunto... real: o roubo, em 2002, de parte das jóias da Coroa Portuguesa de uma exposição num museu em Haia, na Holanda. Além, óbvia e principalmente, dos ladrões, a culpa pelo sucedido foi: das autoridades culturais e policiais dos Países Baixos – que, além de não terem implementado as mais eficazes medidas de segurança, terão mostrado pouco interesse e empenho na resolução do caso; e de quem autorizou, em Portugal, a cedência de tesouros nacionais tão valiosos sem - confirmou-se depois – estar devidamente assegurada a sua protecção. E de não muito valeu a indemnização que se recebeu e o que se fez posteriormente com ela. Este foi mais um exemplo do desinteresse, do desleixo, da displicência com que frequentemente as instituições da república tratam as heranças da Monarquia. A não ser, claro, quando aquelas precisam destas para «comemorar» o centenário do golpe de 5 de Outubro de 1910... admitindo, implicitamente, que nada de muito importante, justificativo de ser «celebrado», aconteceu nestes últimos cem anos. O «novo» Museu dos Coches e a «renovação» da Praça do Comércio, e respectivos «cortejos» de dúvidas e de suspeições, constituem dois exemplos recentes e bem conhecidos desse abuso.
Publicada por OCTÁVIO DOS SANTOS em Sexta-feira, Junho 12, 2009
Comentários:
Nuno Castelo-Branco disse...
Esta estorieta é simplesmente grotesca: 1. Emprestam-se jóias inestimáveis, algumas delas de grande valor simbólico e que foram ostentadas por D. Maria I no dia da aclamação. 2. Saem do país as ditas peças originais, em vez de cópias, tal como os ingleses costumam fazer. 3. Um museu com um sistema de alarme apropriado. Entram os meliantes, soa o alarme, partem-se as vitrinas e foge-se à vontade. Numa sala contígua, os guardas dizem que nada ouviram. Estranho... Por mero e assumido preconceito, tratando-se dos famigerados holandeses, podemos ser tentados a pensar em conluio dentro do próprio museu. 4. Recebemos uma ridícula indemnização que naturalmente devia ser usada para adquirir peças de joalharia - ou outras - que nos leilões vão surgindo e que pertenceram à família real. Não! O dinheiro reverte para não se sabe bem que entidade que decide a bel-prazer o que com ele fará. Há uns tempos, o meu pai alertou a tutela acerca de uma peça - uma aigrette - de brilhantes que pertencera a D. Amélia e ia a leilão, com uma base de licitação de 25.000 Euros. Telefonou, enviou mails, falou pessoalmente com a "tutela". Resultado? NADA! - peças outrora pertencentes aos reis D. Manuel e D. Augusta Vitória, foram há tempos a leilão e o príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen alertou o Estado português. Resultado? NADA! O que podemos nós esperar de um departamento de "Cultura" que tem como sede um edifício parcialmente arruinado? E que assim continue, dado o conhecido afã em tudo se transformar em réplicas do Centro Comercial do Martim Moniz. Até porque um dia poderemos vir a precisar do edifício, ou pelo menos, da parte poente para instalar uma "certa Instituição".
Nuno Castelo-Branco disse...
Esta estorieta é simplesmente grotesca: 1. Emprestam-se jóias inestimáveis, algumas delas de grande valor simbólico e que foram ostentadas por D. Maria I no dia da aclamação. 2. Saem do país as ditas peças originais, em vez de cópias, tal como os ingleses costumam fazer. 3. Um museu com um sistema de alarme apropriado. Entram os meliantes, soa o alarme, partem-se as vitrinas e foge-se à vontade. Numa sala contígua, os guardas dizem que nada ouviram. Estranho... Por mero e assumido preconceito, tratando-se dos famigerados holandeses, podemos ser tentados a pensar em conluio dentro do próprio museu. 4. Recebemos uma ridícula indemnização que naturalmente devia ser usada para adquirir peças de joalharia - ou outras - que nos leilões vão surgindo e que pertenceram à família real. Não! O dinheiro reverte para não se sabe bem que entidade que decide a bel-prazer o que com ele fará. Há uns tempos, o meu pai alertou a tutela acerca de uma peça - uma aigrette - de brilhantes que pertencera a D. Amélia e ia a leilão, com uma base de licitação de 25.000 Euros. Telefonou, enviou mails, falou pessoalmente com a "tutela". Resultado? NADA! - peças outrora pertencentes aos reis D. Manuel e D. Augusta Vitória, foram há tempos a leilão e o príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen alertou o Estado português. Resultado? NADA! O que podemos nós esperar de um departamento de "Cultura" que tem como sede um edifício parcialmente arruinado? E que assim continue, dado o conhecido afã em tudo se transformar em réplicas do Centro Comercial do Martim Moniz. Até porque um dia poderemos vir a precisar do edifício, ou pelo menos, da parte poente para instalar uma "certa Instituição".
6 comentários:
Quando este miserável furto sucedeu, tive oportunidade de o comentar com os meus alunos de Direito da Universidade do Minho. Conclusão a que cheguei: a História é, por vezes, ainda mais grotesca do que se pode imaginar.
Porquê?
Porque depois de Évora-Monte, o Rei D. Miguel decidiu, sem qualquer obrigação jurídica para tal, devolver a Portugal até as suas joias pessoais...
Ora, até esses pertences terão sido roubados em 2002...!
Sem qualquer prurido digo que de certeza que o dinheiro recebido da indemnização do roubo das joias deve ter sido entregue de bandeija a alguma dessas fundações, que são criadas apenas para financiar com dinheiros publicos os amigalhaços e correligionários do partido,que por uns tempos não tem tacho na governação.
Quanto ao restante conjunto que surge na foto e do qual apenas sobra o diadema da Senhora Dª Isabel, será melhor perguntar à "Famille de France", useira e vezeira em espatifar o património.
Quanto ao roubo holandês, não me custa nada acreditar em cumplicidades dentro do próprio alegado "museu". Com sérias culpas para a directora do Palácio da Ajuda que agiu irresponsavelmente. Se estivesse no lugar da dita senhora, não saía peça alguma que não fosse uma simples cópia.
Costuma-se dizer que ladrão que rouba a ladrão, tem 100 anos de prisão. Mas aqui são 100 anos de conforto e bem estar....
Nuno, gostei do seu comentário e por isso tomei a liberdade de o publicar.
Há muito tempo que não se batalha sobre este assunto. Foi tudo para o Estado! Ao menos podiam mandar fazer réplicas e ainda sobrava dinheiro para os copos...
sabe onde aplicaram um milhão de eruos da indemnização mixuruca? No quadrinho do Tiepollo que agora está no Museu de Arte Antiga. O resto, zás... foi para o "tesouro público". Querem eles dar-se ao trabalho de irem aos leilões dos Orleães, Hohenzollern-Sigmaringen, por exemplo. É o não te rales!
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