sexta-feira, 20 de março de 2009

CONTESTAÇÃO - (DE COMO PORTUGAL TEM O DEVER DE DEFENDER
A SUA HONRA E A SUA HISTÓRIA)
Prefaciado pelo Dr. Mendo Castro Henriques, Professor de Filosofia Política na Universidade Católica Portuguesa, Presidente do Instituto da Democracia Portuguesa e Biógrafo oficial e membro do conselho privado de S. A. R. D. Duarte Pio de Bragança; e de João Gomes, editor de política, da Chiado Editora (a minha editora), este livro contesta o modo como a história de D. João VI foi apresentada pelo jornalista brasileiro Laurentino Gomes, no seu livro «1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil», cuja narrativa amesquinha Portugal, a Monarquia Portuguesa e os Portugueses.
Esta minha CONTESTAÇÃO pretende repor o período da História contada no livro «1808», e que é altamente desprestigiante para Portugal e para os Portugueses, essencialmente para D. João VI, que apesar de não ter sido “talhado” para reinar, reinou o melhor que pôde, conservando a dinastia de Bragança e o império português, com dignidade, não se vergando ao grande e poderoso Napoleão Bonaparte, que subjugou praticamente todos os monarcas europeus da época. Tento integrar as circunstâncias dos acontecimentos históricos apresentados no «1808», no contexto da época; analiso, sem preconceitos, as acções e consequências dos actos assinalados; e realço as virtudes da alma grande portuguesa.
Para Laurentino Gomes, D. João VI era um rei covarde.
Para mim (e para muitos historiadores), um rei corajoso, que deixou uma obra notável no Brasil.
Ao ler-se o livro de Laurentino Gomes chega-se ao final com a ideia de que os Portugueses foram (e ainda são) Feios, Porcos, Maus e Ignorantes. Os factos que o Laurentino narrou, fora do seu contexto, soam a preconceito. Logo, defender a Honra e a História de Portugal foi um dever que se me impôs.
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Prefácio ao livro “Contestação”
Temos por certo que o estudo e a interpretação da nossa história, são duas tarefas fundamentais para a nossa definição enquanto povo e, mais do que isso, para a nossa afirmação actual enquanto país. Com identidade, o que é próprio de qualquer nação, mas acima de tudo com uma história riquíssima, do que nem todas se podem gabar.
Gabamos, no entanto, o trabalho de investigação de Laurentino Gomes que trouxe a público a importância da transferência da Corte para o Brasil, evento cujo Bicentenário comemoramos em 2008. Reconhecemos o Brasil como um país amigo e os brasileiros como um povo irmão onde João Ubaldo Ribeiro acaba de ganhar o Prémio Camões. E vemos na língua portuguesa a marca distintiva da Lusoesfera, passo evolutivo da Lusofonia, numa época em que Portugal pode ter influência para além dos países de língua portuguesa. Exemplo disso são as recentes aproximações à Comunidade de Países de Língua Portuguesa por parte de Galiza, Croácia, Venezuela, Ucrânia, Guiné Equatorial, Marrocos e Ilhas Maurícias, povos e Estados que a história aproximou de Portugal.
Como portugueses, temos um compromisso com a história, que nos leva a defender as aproximações à verdade e contestar os desvios da mesma. Por esse motivo, aceitámos prefaciar o livro da jornalista Isabel A. Ferreira. Assertivo e forte, patriótico e escrito com muita limpidez e, acima de tudo, um exemplo “de como Portugal tem o dever de defender a sua honra e a sua História”.
O livro de Laurentino Gomes é interessantíssimo do ponto de vista hermenêutico porque acumula quase todos os erros possíveis ao interpretar figuras históricas: falta de contextualização, acumulação de informação não tratada, confusão nos critérios de relevância, teoria explicativa deficiente, etc., etc. Sabemos hoje que D. João VI, ao contrário do que Laurentino Gomes nos afirma, não era um monarca cobarde, tendo sido um dos únicos príncipes europeus que não se vergou perante Napoleão Bonaparte. Poucos reis, durante a nossa história, foram tão perseguidos por motivos pessoais, como D. João VI. Quer pela loucura de sua mãe, quer pelo seu casamento infeliz e as conspirações de sua mulher e de fidalgos visando a sua abdicação. E contudo, poucos reis, na nossa história, foram tão consistentemente vencedores nos projectos a que se abalançaram, de mãos dadas com o seu povo e dirigentes. A sua permanência por treze anos no Brasil, permitiu-lhe ser o governante que garantiu a unidade do Estado, a que o Povo Brasileiro justamente acrescentou a independência.
Concluamos, pois, que a lenda negra que pairou sobre o monarca português que nos trouxe ao “Portugal Contemporâneo” é muito bem contestada neste livro, deixando à opinião dos leitores avaliar onde está a verdade. Por este motivo, elogiamos o trabalho de Isabel A. Ferreira. Que esta obra ajude a clarificar o legado de D. João VI, o monarca luso-brasileiro!
Mendo Henriques
João Gomes

2 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Tomara esta gente chegar aos pés de D. João VI. Tolerante, bondoso, matreiro (no sentido de sageza e habilidade política), enganou Bonaparte, salvou a unidade do Brasil, garantiu a soberania nacional. Até Mário Soares hoje o reconhece!

Anónimo disse...

Na minha opinião Laurentino Gomes faz parte daquele grupo de pseudo-intelectuais Brasileiros,que odeiam Portugal,e utilizam os meios de que dispoem para vomitarem o seu fel contra nós.
Se o Brasil hoje em dia é uma Nação una e coesa a D.João o deve.
Estas criaturas deveriam primeiro estudar e informar-se e so depois fazerem juizos isentos de preconceitos e ideias feitas.