quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Os primeiros anos do século XX, anunciavam prosperidade para Almeirim. As ligações comerciais com o vinho do Porto, criavam uma oportunidade enorme, pois ele seria enriquecido com a aguardente da destilação do vinho da casta Fernão Pires.Muitas caldeiras de destilação de aguardente vínica foram então construídas na Vila de Almeirim. Todos os grandes vinicultores tinham a sua caldeira e também muitos negociantes construíram a sua própria destilaria.Este grande número de caldeiras, todas em funcionamento simultâneo, originavam uma enorme azafama de transito e um cheiro muito característico, que misturado com aquele também intenso cheiro do mosto das adegas, produzia o que chamamos o “ Cheiro de Almeirim”. O Cheiro de Almeirim é nostálgico, para todos os que tiveram o privilégio de o sentir e felizmente eu sou um desses privilegiados.Das adegas até às caldeiras circulavam uns estranhos carros puxados por cavalo ou por mulas, carregando o casco cheio de vinho ou de água pé. Era uma azáfama danada, de um lado para o outro de cavalos batendo com os cascos nas ruas de seixo, cujo som já não mais se poderá ouvir.Esses carros de transportes, também eram uma exclusividade da Vila de Almeirim, os Aranhóis. Que muito correctamente foram honrados, como símbolo, ao ser um desses exemplares colocado numa rotunda da cidade.
Fonte: http://desafiodealmeirim.blogspot.com/2009/11/ultima-visita-real-historia-de-almeirim.html
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Receio que a situação esteja mais degradada.
Devido ao desrespeito pelas instituições que representam o Estado português?
Penso que tem havido uma espécie de inconsciência de alguns protagonismos políticos e, de certa forma, até do modo como fazem a sua comunicação. Nenhuma adversidade ou guerra política justificam uma forma de desrespeito formal e de educação entre as pessoas! Aquilo que me preocupa hoje e que me choca, quando leio à distância e sigo alguma da chamada guerra política, é, antes de saber do argumento ou da razão de cada um, a adjectivação usada para defender cada posição. E quando os adjectivos ocupam o lugar dos substantivos, é porque há pouca coisa a dizer e muito a gritar.
Refere-se aos conflitos entre o Presidente da República e o primeiro-ministro?
Não, estou a falar no geral.
É o que se passa na justiça portuguesa?
Sobre esses assuntos, não falo, senão estava aqui uma conversa para três horas…
Preocupa-o este constante vazar de informações que estão em segredo de justiça?
Preocupa-me, como cidadão, a devassa da vida individual e que as instituições a tolerem.
Refere-se às instituições judiciárias?
As instituições públicas em geral.
É por essa razão que acredita na proclamação da monarquia?
Acredito que temos de fazer o melhor para que volte a acontecer a restauração da monarquia. Se me pergunta se vai acontecer ou para quando a prevejo, a isso não sei responder. A única coisa de que estou certo é que, quando for, será por via democrática e não revolucionária.
Ainda recentemente deu uma aula sobre o tema "Monarquia e república"...
Defendo sempre que a monarquia não é uma forma de governo, que o rei já é um governo porque a monarquia é uma forma de regime.
Isso leva-nos à situação política do início do mandato de Cavaco Silva, em que se achava que o Presidente só iria reinar…
Não se pode pôr isso dessa forma... Não quero comentar a actualidade e prefiro guardar a posição política para mim, sem misturar os planos.
... A situação política actual mostra que não é isso que se está a passar?
Portugal vive de acordo com um sistema semi-presidencial, o que significa que o Presidente não é uma figura meramente tutelar, mas que tem poder efectivo. Não sendo apenas o símbolo de representação da chefia do Estado - é mais que um símbolo titular do poder -, tem de o exercer. E, genericamente, devo dizer - sendo impossível concordar com todos - que, desde 1976, Portugal teve presidentes da República eleitos e que no geral todos representaram bem e dignificaram o Estado português. Mas não estávamos acostumados a ver na praça pública conflitos como hoje em dia. Isso não… Mas não quero fazer comentários.
Façamo-lo de forma mais "real". Durante a monarquia, não existia um conflito tão grande entre o rei e o primeiro-ministro. Os reis, não é suposto terem juízos ou avaliações políticas. Os reis não são parte do sistema político porque estão por cima dos agentes políticos, daí não é suposto serem motivo de disputa ou protagonistas da dialéctica política.
(...) A sua actuação pública dos últimos meses tem sido muito vigorosa no campo monárquico. Ainda se justifica lutar para que o rei regresse ao poder em Portugal?
Eu faço-o, e todos aqueles que o fazem certamente têm a mesma posição. Não por uma questão de tradição ou de interesse - porque não há aqui conveniência alguma -, mas por uma questão de convicção. Nem por um juízo de probabilidade, por acharmos que é possível a curto prazo ou que vai ser provável, mas por nos mantermos fiéis ao princípio de convicção, que é aquilo que nos une. E não há que ter vergonha no facto de nos orgulharmos de defender uma instituição que foi representação do Estado português durante quase 800 anos.
Mesmo na véspera do ano em que se comemora o centenário da república?
Este próximo ano é especial para nós porque representa um estímulo adicional de firmação do legado português consubstanciado na instituição régia. Não estou a falar de nobreza, de aristocracia ou de outras figuras, mas apenas do rei e da sua vinculação ao povo. E cem anos de república, mesmo quando se oblitera uma II República, que retira a razão para falar em centenário, não creio que possam orgulhar especialmente Portugal. Não tenho uma visão dico- tómica, ou seja, que o período da república é mau e o da monarquia, positivo. Também houve muitas manchas negras na monarquia e muitas positivas na república. A afirmação da instituição real tem a ver com uma questão histórica e de Portugal ser uma construção real.
Gostava de sublinhar a atenção para aquilo que se tem verificado nas últimas manifestações públicas monárquicas: um número crescente de pessoas a participar e sobretudo de jovens.
Acredita que os portugueses ainda se revêem nos ideais monárquicos?
Gostava que isso fosse perguntado aos portugueses e que ninguém respondesse por eles.
Sugere um referendo?
Sugiro que seja feito um referendo à república, e não à monarquia. Porque a república foi implantada de uma forma não democrática, como todos têm presente historicamente. O que deveria ser referendado era a república, e não a restauração da monarquia. Por outro lado, vejo a crescente empatia com que o Sr. D. Duarte é recebido em todas as povoações que visita em Portugal: no interior e no litoral, a norte ou a sul. É recebido não apenas com simpatia mas com entusiasmo convincente.
Quem não está no poder tem sempre a vida facilitada. É o caso do Sr. D. Duarte?
Não é uma questão de poder apenas, mas acho que a vantagem está sempre com quem detém o poder.
A convocação de um referendo sobre a república seria uma situação muito perigosa?
Perigosa? Julgo que não. Complexa, seguramente que é, como acontece sempre que se põe em causa um ditame de uma geração para todas as futuras. Sempre que uma geração advoga a arrogância de poder ditar para todas as demais o que vão ser, normalmente o resultado não é bom. E a geração de 1976 [a que aprovou a última Constituição] entendeu que podia ditar para a eternidade, que não se voltaria a falar de república ou de monarquia. Porém, mais de 30 anos depois, existem monárquicos. E muitos com menos de 30 anos. (...)
domingo, 27 de dezembro de 2009
Publicado por COMBUSTÕES
sábado, 26 de dezembro de 2009
Assim, pergunto que direito tem o governo português de insultar a sua memória ao querer reerguer um novo museu dos coches a inaugurar no centenário da implantação da republica, acto esse que foi o culminar de uma série de acontecimentos fatídicos que a vitimaram, como o assassinato do seu marido e Rei, de seu filho e Herdeiro e que a exilou? Naturalmente não se põe aqui uma questão de Monarquia/ República. Apenas que se respeitem as memórias.
Vejamos de quem estamos a falar: a 1 de Fevereiro de 1908 a Família Real regressada a Lisboa, sofre um atentado onde o Rei Dom Carlos e o Príncipe Herdeiro Dom Luis Filipe são mortos.
Dois anos depois, é implantada a república e é obrigada a partir para o exílio a 5 de Outubro de 1910 juntamente com a sogra, a Rainha Dona Maria Pia e o seu filho mais novo, o já Rei Dom Manuel II.
Os Bragança não fogem do reino. Embarcam inicialmente para o Porto. “Não chorámos, não pedimos, não tivemos medo. Ao contrario. Se houve um comandante com medo de morrer, não houve duas Rainhas com medo de ficar”, afirmaria Dona Amélia em 1938.
Parte posteriormente para Londres e após o casamento de seu filho radica-se em Versalhes.
Nestes anos de exílio casou o filho e viu-o morrer bem como toda a sua família directa, passando então a simbolizar toda uma Dinastia, da qual era a única representante viva.
Durante a II Guerra Mundial, o governo de Salazar, ofereceu-lhe asilo político, que ela recusou, e declarou o castelo dos Duques de Orleães, território nacional, tornando-o território neutro, intocável, na França ocupada.
Perguntaram-lhe um dia se recordava Portugal ao que respondeu: “Recordar?! Recordar é ter esquecido uma vez. Eu nunca esqueci”. A Rainha morreu aos 86 anos, profundamente atingida na sua felicidade de mulher, de esposa e de mãe, mas nunca na de Rainha. Já no seu leito de morte afirmou” quero bem a todos os portugueses, mesmo aqueles que me fizeram mal (…) sofro tanto. Deus está comigo. Levem-me para Portugal” e morreu.
É à sua memória que a inauguração do novo Museu dos Coches a 5 de Outubro de 2010 insulta.
Jorge Santos Silva
A tradição da árvore de Natal nos países católicos como Portugal, o costume do pinheiro de Natal divulgou-se muito mais tarde, já que a nossa tradição estava, sobretudo, associada ao presépio. O Pinheiro de Natal foi um costume introduzido por D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, Príncipe alemão que casou com a Rainha D. Maria II, em 1836. No Natal, D. Fernando II mandava decorar um abeto com velas, laços e bolas de vidro transparente, que era colocado, em cima de uma mesa, na sala de estar privada da Família Real, no Palácio das Necessidades. Também se costumavam colocar na árvore já decorada, algumas guloseimas (chocolates e saquinhos de celofane com frutas cristalizadas).
Fonte: http://chaodeareia.wordpress.com/2009/11/26/vale-a-pena-conhecer/
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Tudo o que Jesus fez na terra, foi para nos dar o exemplo. Se nasceu numa mangedoura, foi para nos ensinar que a simplicidade faz parte do nosso caminho; se recebeu ouro, foi para que saibamos que existem tesouros valiosos que nos pertencem de direito: a amizade e o amor.
Se recebeu incenso e mirra foi para nos mostrar que a vida também tem seu perfume, mesmo quando estamos fechados a tudo ao nosso redor.
Se Deus nos permite festejar o aniversário de Cristo, isso também é por nós, não por Ele, pois é o período onde as pessoas se esquecem um pouquinho de si mesmas para pensarem nos outros.
Natal é festa do Amor! Do amor de Deus ao mundo, do amor dos homens para com o próximo.
E meu desejo é que nessa noite de paz, uma estrela cadente esteja sobre o lar de cada um de vocês e que os Anjos cantem, "paz na terra aos homens de boa vontade," para que a paz invada cada ser e que reine por muito e muito tempo.
E só para lembrar: comer é bom, cantar é bom, dar e receber presentes é bom... mas Jesus é o único Caminho que conduz ao Pai, a oração é a única coisa que nos aproxima e nos torna acessíveis a Deus.
Um Feliz Natal!
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
(...) "As mortes do meu muito amado e prezado pai e do meu muito querido irmão, vítimas de abominável assassinato deixaram-me entregue, bem assim à totalidade da Nação Portuguesa, na mais profunda aflição. (...) O interesse que VM sempre mostrou por toda a minha família é consoladora esperança de que Vossa Majestade tomará uma viva parte na acerba mágoa que me causaram tão cruéis golpes. Chamado n'estas tristes circunstâncias, pela ordem da sucessão e na continuidade das leis do Reino de Portugal, ao trono de meus antepassados, rogo a Vossa Majestade haja dispensar-me os mesmos sentimentos de afecto que dedicava ao Augusto Monarca falecido e de ficar certo do vivo desejo que tenho de estreitar cada vez mais as relações de boa inteligência que felizmente subsistem entre os nossos países(...)".
Dois anos depois, a república era imposta a tiros de canhão e as relações luso-siamesas eclipsaram-se, passando a representação consular para mãos de italianos pelas décadas de 20 e 30, até à chegada de um português nas vésperas da Segunda Guerra Mundial. Portugal perdeu, então, a última oportunidade de manter no Sião o estatuto de potência aliada, a mais antiga e respeitada, que os siameses sempre lhe haviam tributado. O estado de coisas foi tão confrangedor que um dia, por volta de 1911, a polícia siamesa entrou pelo nosso consulado adentro para questionar os residentes a razão "daquela bandeira que ali puseram no jardim". Referiam-se, claro, à verde-rubra que ninguém conhecia e que Lisboa não tivera sequer a sensatez de anunciar aos países com os quais mantinha relações diplomáticas. Coisas do amadorismo de uma república que se vai celebrar!
Publicado por COMBUSTÕES
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O volume VI das “Homenagens de Rua” inclui as intervenções de Augusto de Athayde, Berta Cabral, Duque de Bragança, João Bosco Mota Amaral, José Andrade, José Medeiros, Manuel Cândido Pimentel, Nemésio Medeiros e Paulo Gusmão. Estas intervenções foram proferidas nas inaugurações toponímicas da Rua Padre António Vieira (Arrifes), Rua Azores Park (São Roque), Rua José Amaro (Relva), Rua José Vieira (Relva), Rua Santos Figueira (Relva), Rua Teófilo Frazão (Relva), Rua Victor Cruz (Relva), Praça da Autonomia Constitucional (São José), Praça da 1ª Assembleia Regional (S. José), Praça do 1º Governo Regional (São José), Rua Conde de Albuquerque (Livramento), Rua Rei D. Carlos (Livramento), Rua Rainha Dona Amélia (Livramento), Rua Monsenhor José Ribeiro (Arrifes) e Rua Frei Raul de Jesus (Arrifes), entre Abril e Dezembro de 2008. Recorde-se que as “Homenagens de Rua” têm como principal objectivo a divulgação dos nomes das ruas do concelho de Ponta Delgada, dando a conhecer ao público em geral, as pessoas e os factos que contribuíram com a sua prestação, em várias áreas, para o desenvolvimento do Município ao longo de mais de 500 anos de existência.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Assunto/Subject: A adulteração Ofensiva de Imagem de N. S.rª da Conceição
Mensagem: A alteração da estátua de N. Sra da Conceição na entrada do Vosso Hotel é um acto infeliz, gratuito, anti-cultural, ofensivo e até provocatório aos cristãos. Solicitamos, por isso, que tal ofensa cesse imediatamente, repondo-se a imagem na configuração original.
Cumprimentos,
(nome)
sábado, 12 de dezembro de 2009
Os seis órgãos históricos da Basílica de Mafra vão voltar a tocar em conjunto pela primeira vez ao fim de dois séculos, depois de terem sido restaurados durante a última década pelo mestre organeiro Dinarte Machado.
“Os seis órgãos deixaram de soar ao mesmo tempo desde o século XIX por causa de infiltrações causadas pela água que ainda hoje entra na Basílica e desde há dois séculos que não há registo de terem tocado em conjunto”, afirmou à agência Lusa o mestre Dinarte Machado. No dia 19, os seis órgãos vão tocar de forma experimental durante um concerto de Natal na Basílica do Palácio Nacional de Mafra, para que os técnicos possam perceber aspectos técnicos do som que produzem quando tocam em conjunto. “O público vem ouvir pela primeira vez o conjunto dos seis órgãos cuja reparação está na recta final e consiste em trabalhar o som de cada um deles”, explicou o especialista na Escola de Organaria Portuguesa do século XVIII, após ter concluído o restauro físico dos seis órgãos. “A diferença de ouvir um órgão ou seis órgãos a tocar em conjunto é como ouvir um coro de 20 vozes ou um coro de 120 vozes devidamente afinadas”, exemplificou. Após este concerto, a Basílica vai fechar até Maio para que os técnicos possam concretizar o trabalho e nessa altura reabre com um concerto inaugural dos seis órgãos totalmente reparados. O restauro dos seis órgãos foi iniciado em 1999 pelo mestre Dinarte Machado, envolvendo um investimento de um milhão de euros pagos pelo Ministério da Cultura e por outros mecenas. Os órgãos foram construídos em 1807 pelos organeiros António Xavier Machado e Cerveira e Joaquim António Peres Fontanes, a pedido de D. João VI. Ao longo dos séculos, os seis órgãos foram sofrendo várias reparações devido às infiltrações causadas pela água que ainda hoje entra na Basílica, por isso deixaram de funcionar todos em conjunto. Antes do início deste último restauro, “estavam inactivos”, à excepção de um dos órgãos da Capela-Mor.
2009-12-11 21:19:33
Senado brasileiro presta homenagem a navegador ...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
«Se algum dia mandarem embora os reis vão ter de voltar a chamá-los» - Alexandre Herculano. Já foi dito que nenhuma menina sonha ser filha do presidente de uma república, e que todas as crianças brincam e imaginam príncipes e princesas. Por muito que se destronem ou assassinem reis, é difícil matar o arquétipo. Quando há pouco tempo o Palácio de Belém, em Lisboa, foi aberto ao público, uma cidadã entrevistada para a RTP exclamou o mais sinceramente possível que se ali vivesse, se sentiria uma rainha. Quem se lembraria de dizer primeira-dama?
O arquétipo rei/rainha não morre às mãos dos regicidas, nem da necessidade dos republicanos de criarem «monarquias transitórias», onde eles próprios possam ser, durante algum tempo, reis e rainhas a fingir. A humanidade pauta-se por períodos de depauperamento simbólico, para utilizar uma expressão de Jung. Talvez o regime republicano seja um desses «momentos»; regime, aliás, que tudo faz para eliminar os símbolos régios que sabe serem muito mais poderosos que a legislação. Em Portugal, a mudança de bandeira, do centenário e velho azul para a arrepiante combinação verde/rubra foi o seu mais profundo golpe na memória dos portugueses. Mas dificilmente conseguirá arredar do inconsciente colectivo as imagens do rei/pai e da rainha/mãe.
Casa de Rei nunca anda a pedir;
El-Rei tem costas;
Mulher que assobia e galinha que de galo canta, manda el-Rei que lhe corte a garganta;
Na terra dos cegos, quem tem um olho é rei;
O rei manda marchar, não manda chover;
Onde não há, rei perde;
Palavra de Rei não volta atrás;
Rei morto, rei posto;
Sem rei nem roque;
Amor e reino não querem parceiro;
Minha casa, minha casinha, eu para rei e tua para rainha;
Bom rei, se quereis que vos sirva, dai-me de comer;
Rogos de rei, mandados são;
Conselho de amigo, vale um reino;
Antes bom rei, que boa lei;
Um rei é uma coisa que obedece;
Os reis nunca morrem;
A teu rei nunca ofendas, nem lances em suas rendas;
Fraco rei faz fraca gente;
Qual o rei, qual a grei;
Ter rei é ter renda;
Um rei injusto é a calamidade de um povo;
Onde está o rei, está a corte;
Do rei, ou muito perto ou muito longe;
Nunca falta rei que nos governe, nem Papa que nos excomungue;
Rei por natureza, Papa por ventura, rei das abelhas não tem aguilhão;
Vão as leis onde querem os reis;
Não peques na lei, não temerás rei;
Palavra de rei é escritura;
Soldado doente não serve el-rei;
O rei deve ser teriaga contra a mentira;
Os reis, quanto mais perdoam, mais reis são;
Rei se nomeie, quem não teme;
Ninguém é rei na sua terra;
O rei faz fidalgos mas não dá fidalguia;
Trunfo e rei, é compra de lei;
Os maus são os camaleões do rei;
Vontade de rei não conhece lei;
Rei desarmado não tem seguro o seu Estado;
Em almas, não há rei que mande;
A cabo de cem anos, os reis são vilões; e a cabo de cento e dez, os vilões são reis;
A História é o livro dos reis;
Texto publicado por Nuno Resende em Quinta-feira, Dezembro 10, 2009