sexta-feira, 6 de junho de 2014

TESTEMUNHO DE UM PRIMEIRO CONTACTO COM O DUQUE DE BRAGANÇA

Para marcar a apresentação do livro “Estórias com História”, convidei o Duque de Bragança para uma tertúlia no auditório do Museu Municipal de Penafiel. Confesso que quando me sentei na cadeira para lhe lançar a primeira questão, estava preparado para respostas saudosas de um tempo distante e um discurso ultrapassado. Enganei-me redondamente: na minha frente estava um homem culto, com um sorriso sincero, com um sentido de humor contagiante e com um discurso de quem domina todos os temas da actualidade.

Conduzi a tertúlia ao sabor da minha curiosidade: queria saber como era ser “rei” numa república; se se sentia especial por ser pretendente ao trono (até porque tinha feito a viagem de Sintra a Penafiel de comboio); o que pensava dos problemas que o país enfrenta e que solução propunha. Todas as perguntas tiveram uma resposta de um bom senso desarmante e uma grande clareza. A cada resposta às minhas questões fui descobrindo que naquele homem existiam duas preocupações constantes: a Pátria e o seu Povo.

Por momentos, senti-me desconfortável. Tinha tantas ideias fixas sobre a Monarquia e sobre a república e, de repente, aquele discurso sereno, lúcido e que fazia sentido ia contra tudo o que eu tinha pré-concebido, desmontando todas as minhas certezas.

Os lugares do auditório onde decorreu a tertúlia não foram suficientes para todos, mas até as dezenas de pessoas que ficaram a assistir em pé não se desmobilizaram, ficando agarradas pelas palavras de Dom Duarte de Bragança. No fim, quase todos ficaram para cumprimentar, conversar ou tirar uma fotografia com o Duque de Bragança. Sentia-se que quase todos estavam rendidos ao seu discurso e, tal como eu, surpreendidos pela sua actualidade e lucidez.

Foto:  António Morais, no momento em que fazia uma selfie)

Fonte: Real Associação da Beira Litoral

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