" A esta pergunta peregrina queremos responder lealmente aos nossos adversários políticos, dizendo-lhes, como honradamente nos compete, que somente conhecemos uma monarquia. A Monarquia não sofre desvio na inteligência da sua instituição perfeita, porque a sua doutrina assenta, ao mesmo tempo, na tradição e no progresso de cada Povo, vigorando como libertadora do Homem, pelos privilégios da sua grandeza integral e reconhecimento das suas virtudes ancestrais ( ... ) A Monarquia Portuguesa foi sempre hereditária, católica, tradicional, orgânica, popular como representativa das suas gentes, ouvidas nas Cortes Gerais em todos os negócios importantes para os destinos dos povos. ( ... )
A' pergunta feita à falsa fé se queremos o constitucionalismo liberal ou se preferimos a Monarquia das Ordens- e neste ponto foge-lhes a língua para a maior maldade, ao insinuar o absolutismo, que, eles sabem, nunca existiu em Portugal, até porque, devido à constituição social da nossa Monarquia tradicional, este regime assenta no reconhecimento das legítimas liberdades -, respondemos: queremos a Monarquia municipalista e descentralizadora, assente nos foros e respeitadora de todas as mais legítimas liberdades e franquias do homem. "
Fernando de Aguiar, Revista « Tradição »
Cristina Ribeiro - Estado Sentido
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