Dom Duarte de Bragança defende que, nos actuais tempos de austeridade, «só temos duas alternativas: ou cortar nos custos, ou aumentar as receitas».
Num comentário feito à margem da entrega de medalhas do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa considerou que «as receitas à custa dos impostos acabam por estrangular a economia produtiva, e tem que ser nos custos do Estado, que gasta demais».
Lamentando ainda que «infelizmente, muitas famílias também gastaram demais, passámos a viver acima dos nossos meios», Dom Duarte de Bragança crê que o problema passa por ter havido, durante anos, «um ambiente de grande entusiasmo, em que achávamos que já éramos um país rico, quando a nossa produtividade é de um país pobre».
Dessa forma, neste contexto difícil, apela à estimulação da solidariedade, seguindo o exemplo da Igreja, e da imaginação criativa, «para podermos produzir melhor, dentro das nossas possibilidades».
Quanto ao assunto que o trouxe à Madeira, a entrega de medalhas no âmbito do “Prémio Infante D. Henrique”, o Chefe da Casa Real Portuguesa destacou que esta «é uma competição consigo próprio, não é uma competição entre os jovens, mas cada um dos jovens tem de se superar a si próprio e provar que é capaz de levar a bom termo o desafio que decidiu assumir no campo da solidariedade, mas também do desporto ou dos talentos pessoais».
Por seu turno, na cerimónia da entrega de medalhas a 40 jovens, que decorreu esta tarde no Salão Nobre da Câmara Municipal do Funchal, o Presidente da Autarquia defendeu a necessidade de uma maior aposta numa «vocação de excelência na Educação».
Lembrando que, «na generalidade dos países da Europa os alunos têm de desenvolver um ano de trabalho (Suécia) e/ou de voluntariado (Inglaterra) antes de entrarem na Universidade», Miguel Albuquerque defendeu ser «fundamental existirem outras variáveis que contam na formação pré-universitária, como a experiência de vida, a experiência concreta de trabalho, a vocação e, sobretudo, a experiência que se ganha na ação do voluntariado. Isso faz parte de uma formação pré-universitária que depois vai ser muito útil na vida, quer durante os estudos universitários, quer após a universidade», concluiu.
Jornal da Madeira, 26 de Setembro de 2012
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