Revista "Caras" de 03 de Dezembro de 2011 |
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
CERIMÓNIAS DO 1º DE DEZEMBRO NA SHIP-SOCIEDADE HISTÓRICA DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL
A Direcção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal convida a todos os interessados a estarem presentes nas Cerimónias Comemorativas da Restauração da Independência, que se realizam em Lisboa. Estas cerimónias encerram o 150.º aniversário Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP).
Dia 1 de Dezembro de 2011
11H00 - Içar das Bandeiras - No Palácio da Independência;
12H00 - Missa Solene invocativa ao 1º de Dezembro de 1640 - Na Igreja Paroquial de Santa Justa, no Largo de São Domingos;
16H00 - Homenagem aos Conjurados - na Praça dos Restauradores;
17H00 - Inauguração da Exposição Lusitânia Pátria Minha - pintora Maria Sobral Mendonça. - No Palácio da Independência;
18H00 - Assinatura do Livro de Honra da SHIP - No Palácio da Independência.
1º DE DEZEMBRO
O alcaide de Olivença, pretende recriar os violentos eventos que conduziram à ocupação daquela vila pelas tropas espanholas comandadas por Godoy. Sabendo-se algo acerca das brutalidades cometidas contra a população oliventina - desde o momento da ocupação até à autêntica política de erradicação identitária ao longo de dois séculos -, não deixa de ser absurda, esta paródia engendrada pelo PP espanhol.
Se existisse alguém com coluna vertebral na Câmara Municipal de Lisboa, a edilidade promoveria já no próximo 1º de Dezembro, uma "reconstituição histórica" da defenestração de Miguel de Vasconcelos. Candidatos a actores não faltariam, pois "Vasconcelos" há-os de sobra, de Belém a S. Bento.
Nuno Castelo-Branco
Estado Sentido
Nuno Castelo-Branco
Estado Sentido
terça-feira, 29 de novembro de 2011
LANÇAMENTO DO LIVRO MARIA PIA DE SABÓIA
Por ocasião do Centenário da Morte da Rainha Maria Pia (1848-1911), o Palácio Nacional da Ajuda e a Câmara de Cascais editam o livro Maria Pia de Sabóia, Rainha de Portugal. Fotobiografia, de Maria do Carmo Rebello de Andrade.
O lançamento terá lugar no Palácio da Ajuda, no próximo dia 29 de Novembro, pelas 20h00, data de encerramento do ciclo de conferências A Rainha D. Maria Pia e o seu Tempo.
Carta do Duque de Loulé, Mordomo-mor da Rainha, a Augusto Bobone, fotógrafo da Casa Real.
Senhor Bobone,
Sua Magestade a Rainha, Minha Augusta Ama, me encarrega de lhe dizer que deseja mais duas duzias de retratos, uma duzia vestida de preto e outra duzia de manto real, mas recommenda A mesma Augusta Senhora que o cabelo deve ficar mais claro e não amassado, e em geral o tom da photographia mais claro.
Duque de Loulé.
Instituto dos Museus e da Conservação
Carta do Duque de Loulé, Mordomo-mor da Rainha, a Augusto Bobone, fotógrafo da Casa Real.
Senhor Bobone,
Sua Magestade a Rainha, Minha Augusta Ama, me encarrega de lhe dizer que deseja mais duas duzias de retratos, uma duzia vestida de preto e outra duzia de manto real, mas recommenda A mesma Augusta Senhora que o cabelo deve ficar mais claro e não amassado, e em geral o tom da photographia mais claro.
Duque de Loulé.
Instituto dos Museus e da Conservação
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
FADO É PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE
Amália foi a rainha do fado e talvez ainda continue a ser mesmo lá no outro mundo. Foi ela que levou a nossa língua, a nossa tradição e conseguiu internacionalizar o fado. Concluindo, foi esta grande Senhora que continua tão viva na nossa memória, que com a sua "estranha forma de vida", levou o Fado aos quatro cantos do mundo! Foi sem dúvida uma fadista impar.
Obrigada Amália!
Esta é a minha homenagem ao Fado como Património Imaterial da Humanidade.
VIVA PORTUGAL!
domingo, 27 de novembro de 2011
CONVITE: NO DIA 7, NA BIBLIOTECA NACIONAL
É já no próximo dia 7 de Dezembro, pelas 18 horas - com danças e comidas tailandesas - que terá lugar o acto público por ocasião da inauguração da exposição Das Partes do Sião, momento alto em Lisboa das celebrações dos 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia. Ocasião única para seguir a trajectória das relações entre os dois países nos mais de cem documentos expostos - das cartas de Albuquerque ao Atlas de Fernão Vaz Dourado, dos tratados e convenções à literatura e à fotografia - para a exposição foi concebido catálogo ilustrado com 130 páginas, precedido por estudos.
Comissariada pelo Professor António Vasconcelos de Saldanha, coadjuvado por mim, Das Partes do Sião nasce da reunião de esforços entre a Biblioteca Nacional de Portugal e do Instituto do Oriente da Universidade Técnica de Lisboa, merecendo precioso apoio do MNE e de relevantes instituições (Sociedade de Geografia, Arquivo Histórico Ultramarino, Torre do Tombo, Brotéria, Biblioteca da Ajuda, Biblioteca Nacional de França, Arquivo de Macau, Arquivo Histórico do MNE).
Estão, pois, os leitores e amigos do blogue COMBUSTÕES convidados para o evento.
Fonte: COMBUSTÕES
sábado, 26 de novembro de 2011
O NOSSO JOVEM PRÍNCIPE
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Anónimo (recebido via e-mail)
Acrescentava:
No meio desta "governança" republicana, no centro das sucessivas injustiças a que os portugueses estão relegados, despejados ao esquecimento, desprotegidos e secundados existe um jovem Príncipe que, com apenas 14 anos, teve de se sacrificar por nós, abdicando da sua vida particular, dos seus interesses de miúdo, separando-se muito cedo do calor familiar de seus pais e do amor fraterno. Presentemente encontra-se só e por sua conta, tornando-se homem mas sobretudo um grande português (como apenas um emigrante sabe ser). É um estrangeiro em terras dos nossos mais antigos aliados. Sendo muitíssimo jovem, e num intensíssimo regime de aprendizagem, entrega-se ao estudo, ao trabalho, ao aperfeiçoamento e ao sacrifício, mas sobretudo prepara-se para nos servir.
Eu que passei por algo similar…entendo a dimensão da empresa. Apenas com duas importantes mas normais diferenças: Com custo mas fui em maioridade; Com custo mas com finalidades de rentabilidade própria e de autopromoção da minha vida. Tentando melhorar o País em que vivo…sim! Mas sem o alcance de uma entrega absoluta como a dele, como a do jovem Infante.
Eu, enquanto cidadão, e podendo ser só um, estou com ele e agradeço-lhe o que faz por mim enquanto português!
Viva o Príncipe da Beira, S.A.R., O Senhor Dom Afonso de Bragança que pela Santa Graça haverá de ser, para o bem de Portugal e dos Algarves, Açores e Madeira, Afonso VII!
CORREIO.REAL Nº6 - BOLETIM OFICIAL DA REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA
Quem não é Associado da Real Associação de Lisboa, pode encomendar o Boletim Nº 6 através da Loja-Online
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
12º ANIVERSÁRIO DE S.A., O INFANTE DOM DINIS
Foto: Festas do Império do Divino Espírito Santo, cujo fundador foi El-Rei Dom Diniz |
Os meus sinceros votos de um santo e abençoado aniversário e com muita alegria. Que todos os Seus sonhos se realizem, que a felicidade, a paz e a saúde o acomapanhem em todos os dias da Sua vida. Que Deus O guarde e ilumine sempre o Seu caminho.
VIVA O INFANTE DE PORTUGAL!
O ABUSO DA REPÚBLICA AO "CARIMBAR" SOBRE UM REI PORTUGUÊS
Domingos Alves do Rego foi o artista que desenhou e gravou os selos de D. Manuel II, cujo trabalho nos proporcionou uma das mais bonitas séries de selos portugueses. Emitidos em 1 de Janeiro de 1910, viriam a terminar com a implantação da república.
Em Maio de 1911 muda a unidade monetária de reis para escudos, no entanto os selos de Dom Manuel II continuavam circulando sem sobrecarga e ainda para mais com seu valor facial em reis.
Tirado daqui
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
TEXTOS DE FERNANDO PESSOA(V)
«Mas que diabo é isto em que vivemos? Vivemos como portugueses? Como vivemos, se não somos governados por homens orientados portuguesmente? Como, se são estrangeiras as ideias que nos "orientam"? Como, se de independência nacional temos apenas o nome e o espectro da cousa?»
Fonte: Real Associação do Médio Tejo
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
COMO A FÉNIX
Só há pouco se pôde falar de Monarquia!
Só há pouco se começou a falar com a devida amplitude da Família Real Portuguesa!
Se pensarmos bem só a partir de meados da década de 90 é que a Família Real Portuguesa começa a expandir-se, publicamente, além das fronteiras monárquicas…das fronteiras daqueles que sabem o que se passou efectivamente há 101 anos atrás.
Em 1910 a Família Real partiu, ajudada pelos pescadores da Ericeira, para o exílio.
Entre 1910 e 1953 a Família Real esteve exilada de Portugal!
Entre 1910 e 1926 vigorou a caótica I república que expulsou, de forma anti-democrática, um regime democrático pela força das armas, assassinando, implantando o terror nas ruas de Lisboa e arredores. Foi ela que expulsou a Família Real Portuguesa que há mais de sete séculos servia muito bem Portugal.
Entre 1926 e 1974 (48 anos) surge a II república, a do Estado Novo. Conhecemos uma das mais longas ditaduras da Europa. Nesta fase alguém teria o topete (incluindo monárquicos sabedores) de vir falar em Monarquia democrática? Obviamente que não!
Ou seja, entre 1910 e 1974 (64 anos), foi objectivamente impossível discutir, com afinco e com a acalmia necessária, um novo regime…uma nova, moderna e progressista Monarquia Constitucional para Portugal.
Nos anos seguintes a 74 foi possível obter essa acalmia? Não, não foi! PREC, endividamentos (1977 e 1983), etc, continuam a não gerar condições.
Em 1985, e já após a entrada na CEE, ingressamos num período ilusório com os enormes volumes de dinheiros “oferecidos” pelos nossos novos “parceiros europeus”. Entrávamos numa nova era de (pseudo) tecnocracia mas, sobretudo, de faz de conta! Ficamos de tal modo extasiados e deleitados com este novo mundo cor-de-rosa, que esquecemos quem fomos e quem éramos. Falar de Monarquia Constitucional?! Nããããã…! “Isso são coisas do passado”, dizia-se por ai! Entretanto os países mais desenvolvidos do mundo, Monarquias Constitucionais, foram pensando no seu caminho…sempre estruturados no seu passado. Mais progressistas, rápido perceberam que o “Euro”, o mesmo que hoje está fortemente questionado pelos nossos medíocres líderes republicanos da Europa, não era para eles. Hoje, neste forte crise de paradigma, falam-se dessas Monarquias? Não, não se falam (omissão em sentido positivo). Noruega, Suécia, Dinamarca, Inglaterra, etc. Estes, grosso modo, na plenitude da democracia, usaram e abusaram, como meio de progresso, do Referendo. Referendaram sempre tudo neste domínio (ou pelo menos o essencial) perante o povo. Para eles a História, a nacionalidade, a autodeterminação, a Soberania de Estado são coisas importantes demais para o povo nada dizer…!
Posto isto, a Família Real Portuguesa só começa efectivamente a renascer, como a Fénix, e sejamos honestos, com o casamento de SAR o Senhor Duque de Bragança em 1995. Quem foi naquele dia para o Mosteiro dos Jerónimos, às suas custas, de várias proveniências do País, é que sabe a alegria que sentiu. Mas sentiram, também certamente, algo novo, algo diferente no ar, algo que anunciava novos tempos para a Monarquia Constitucional. Cerca de um ano depois, em Braga, no baptizado do Príncipe D. Afonso de Bragança, as multidões reuniram-se de igual modo e o processo continuou e nunca mais parou. Em 2009 o fenómeno das bandeiras, sobretudo tendo como autores jovens cidadãos que acharam que se devia começar a dar azo ao assunto (Monarquia), revelou-se como um passo maior na relevância de Portugal em adoptar um regime Monárquico.
Se verificaram em termos mediáticos, a comunicação social tem vindo, e muito bem, desde 2010, a aumentar a sua incidência sobre o 5 de Outubro visto pelos monárquicos portugueses, ou seja, como o dia da Fundação e não de um mero dia em que se implantou um regime obtuso, de forma anti-democrática, castrador e que levou portugueses a matarem portugueses!
Assim se conclui que, factualmente, vivemos numa fase (só agora) verdadeiramente inicial e, assim, incentivadora para todos nós para a discussão do regime. Só agora podemos estar à beira da solução de futuro e, com alegria, regenerar Portugal por intermédio da coroação de um Rei após D. Manuel II. Com os actuais meios electrónicos, a instauração de um regime realmente progressista, como é uma nova Monarquia Constitucional, começa a ganhar, a cada dia, dimensão e, essencialmente, a ganhar posição como alternativa.
SEISQUICENTENÁRIO DA ASCENSÃO AO TRONO DO REI DOM LUIZ
Foi a 10 de Novembro de 1875, que um grupo de 74 subscritores requereu ao Rei Dom Luís I de Portugal, a criação de uma sociedade, a designar por Sociedade de Geografia de Lisboa, tendo como objectivo promover e auxiliar o estudo e progresso das ciências geográficas e correlativas, no país. O Rei Dom Luís era um homem culto e de grande sensibilidade artística, que além de se ter dedicado às artes (Pintura, Música e Letras), a sua paixão pela oceanografia, fez com que o Rei tenha investido grande parte da sua fortuna no financiamento de projectos científicos e de barcos de pesquisa oceanográfica, que viajaram pelos oceanos em busca de espécimes. O Rei Dom Luís, seguiu os passos de sua Mãe, Dona Maria II, mandando construir e fundar associações culturais, entre as quais, destaca-se a Sociedade de Geografia de Lisboa - sociedade científica-, criada em Lisboa no ano de 1875, com o objectivo de em Portugal promover e auxiliar o estudo e progresso das ciências geográficas e correlativas. A Sociedade foi criada no contexto do movimento europeu de exploração e colonização, dando na sua actividade, desde o início, particular ênfase à exploração do continente africano.
Sociedade de Geografia de LisboaWikipédia
terça-feira, 22 de novembro de 2011
45º ANIVERSÁRIO DE S.A.R., A SENHORA DONA ISABEL DE BRAGANÇA, DUQUESA DE BRAGANÇA
A Senhora Dona Isabel é patrona de várias instituições de caridade, a maioria voltada ao cuidado de crianças necessitadas e de pessoas vitimadas pela síndrome de Down.
Desejo, um dia feliz e um ano cheio de amor e de alegrias. Parabéns, felicidades, rogando que as bênçãos de Deus protejam o seu caminho.
Com todo meu carinho e amizade, desejo muitas felicidades pelo Seu aniversário. Um dia feliz!
VIVA A NOSSA RAINHA!
A MONARQUIA É UM INVESTIMENTO
A Monarquia não é um gasto, mas sim um Investimento! Gasto é a República com todas as mordomias e mais algumas, e depois ainda diz que a Monarquia é “um privilégio de uma família”. Queria saber dos privilégios deste e dos anteriores Presidentes e suas respectivas famílias …..
Um Investimento que dá lucro, como aliás se pode facilmente comprovar nos vários Países que têm Monarcas reinantes. É todo o País que ganha com isso. Cultura, Turismo, Imagem perante o Mundo, Credibilidade, Respeito, Orgulho Nacional, Auto-estima do Povo, Crescimento Económico, Confiança, etc, etc, etc, . Mesmo nos momentos mais difíceis, recordo-me por exemplo da Dinamarca, aquando da ocupação Nazi, em que o Rei Cristiano saía todos os dias do Palácio Real, a cavalo e passeava pelas ruas de Copenhaga onde era saudado pelo Povo, sob o olhar dos Nazis. O Rei não fugiu. Ficou com o Povo e tornou-se num símbolo de esperança e de liberdade que acabou por acontecer.
PDR - Reino de Portugal
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
NÃO TINHA FACEBOOK
Dom Pedro V, o Rei muito amado, cuja obra em diversos domínios foi notabilíssima, mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza. O povo que sabia escrever, bem entendido.
Hoje todos o sabem, digamos assim, mas temos um presidente que não ouve e, mais ainda, fala do passado como se doutra pessoa se tratasse. Não me refiro aos amigos próximos dele, seus colaboradores de anos que desenvolveriam invulgar currículo sujo, mas ao que ele fez como primeiro-ministro: pescas e agricultura borda fora, auto-estradas desertas conduzindo a lugar nenhum.
É de facto impossível comparar um PR a um Rei. Mas se reflectirmos nisso, talvez algo possa mudar...
Vasco M. Rosa
corta-fitas
Vasco M. Rosa
corta-fitas
HOJE, SIM, É DIA DE PORTUGAL (14 DE AGOSTO)
… Porque 10 de Junho não é, não merece ser, Dia de Portugal.
10 de Junho é o Dia de Camões? Sim, sem dúvida. É praticamente a única data completa de que há certeza relativamente ao nosso grande poeta.
10 de Junho é o Dia de Camões? Sim, sem dúvida. É praticamente a única data completa de que há certeza relativamente ao nosso grande poeta.
10 de Junho é o Dia das Comunidades Portuguesas? Sim, talvez, porque não? O autor de «Os Lusíadas» percorreu grande parte do Mundo em vida, pelo que pode constituir como que uma figura tutelar de todos os portugueses que depois dele se instalaram em todos os pontos do Mundo.
10 de Junho é o Dia de Portugal? Não, de maneira nenhuma. O dia nacional de um país deve ser, logicamente, uma data em que o mesmo afirmou, iniciou e/ou reforçou a sua identidade, a sua independência, a sua natureza. E para nós o décimo dia do sexto mês representa precisamente o oposto. 10 de Junho de 1580 não foi só a data da morte de Luís de Camões. Foi também, de certo modo, a data da morte - de uma certa forma de morte – da nossa pátria: aquele foi também o ano em que Filipe de Espanha foi entronizado Rei de Portugal, na sequência das mortes de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique (sem deixarem sucessores) e da derrota de D. António, Prior do Crato.
Por outras palavras: o actual «Dia de Portugal» é aquele que evoca a sua maior derrota; é o dia da morte do homem que viria a tornar-se não só o seu artista mais celebrado mas também um do seus maiores símbolos, se não mesmo o maior; num certo sentido, esta nação deixou de existir depois de Camões deixar de existir.
É absurdo, patético, ridículo? Sim, sem dúvida. Mas não para os republicanos, que foram quem preconizaram e instituíram o 10 de Junho como Dia de Portugal. Há que lembrar que eles - em especial os de «esquerda» - sempre foram tendencialmente iberistas, pelo que não os incomoda que o «Dia de Portugal» seja, na prática, o «Dia da União com Espanha».
E qual deveria ser o – verdadeiro – Dia de Portugal? Existem várias hipóteses, diferentes alternativas. 24 de Junho (de 1128), dia da Batalha de São Mamede; ou 25 de Julho (de 1139), dia da Batalha de Ourique - momentos decisivos da ascensão e aclamação de D. Afonso Henriques enquanto Rei, e, por arrastamento, da formação e da consolidação de Portugal. 5 de Outubro (de 1143!), dia da assinatura do Tratado de Zamora, que reconheceu - pela primeira vez - a independência do nosso país. 1 de Dezembro (de 1640), quando se restaurou a independência.
Porém, o dia que mais atributos reúne para merecer a designação de – verdadeiro – Dia de Portugal é 14 de Agosto. Nesta data, em 1385, a Batalha de Aljubarrota – culminar de uma crise que proporcionou (por uma vez) uma notável coesão entre os diferentes estratos da população – assegurou, mais do que a sobrevivência da nação, a sua futura expansão: confirmou como Rei D. João I, que fundou a dinastia de Avis e gerou a Ínclita Geração, primeira responsável pelos Descobrimentos. O recontro do Campo de São Jorge constituiu igualmente a primeira grande manifestação efectiva da aliança luso-inglesa e ainda ofereceu às lendas heróis mais ou menos míticos – Nuno Álvares Pereira, a Ala dos Namorados, Brites de Almeida.
Só mesmo os ignorantes, os indiferentes e os interesseiros é que podem continuar a defender o 10 de Junho como o Dia de Portugal.
Artigo publicado com o título «Hoje não é Dia de Portugal» no jornal Público Nº 6645, 2008/6/10
Publicada por OCTÁVIO DOS SANTOS (OCTANAS) em Sexta-feira, Agosto 14, 2008
ESQUINAS.ORG
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Hoje, 14 de Agosto, passa mais um aniversário da Batalha de Aljubarrota de 1385, e esta é a data que eu considero que deveria ser o nosso dia nacional. O que eu defendi no meu artigo «Hoje não é Dia de Portugal», publicado no jornal Público a 10 de Junho último, e que pode agora ser lido no Esquinas e no Nova Águia.- OCTANAS
ESQUINAS.ORG
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Hoje, 14 de Agosto, passa mais um aniversário da Batalha de Aljubarrota de 1385, e esta é a data que eu considero que deveria ser o nosso dia nacional. O que eu defendi no meu artigo «Hoje não é Dia de Portugal», publicado no jornal Público a 10 de Junho último, e que pode agora ser lido no Esquinas e no Nova Águia.- OCTANAS
domingo, 20 de novembro de 2011
IGREJA RECEBE PEDIDO DE BEATIFICAÇÃO DA PRINCESA DONA ISABEl, "A REDENTORA", BISAVÓ MATERNA DE S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA
A arquidiocese do Rio de Janeiro recebeu um pedido formal de abertura do processo de bem-aventurança e beatificação da Princesa Dona Isabel junto ao Vaticano. A justificativa maior para a canonização é a assinatura da Lei Áurea, de 1888, que aboliu a escravidão no Brasil, e as dificuldades que ela teria passado no exílio depois da proclamação da república, em 1889.
O pedido, feito por pessoas partidárias da Monarquia, foi recebido pelo arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta, que prometeu levar o caso à arquidiocese de Paris, uma vez que a princesa morreu em França, há 90 anos. Uma comissão, que será comandada pelo monge beneditino D.. Robeto Lopes, dará início aos estudos e às pesquisas sobre a vida de Dona Isabel.
Os requisitos para que o papa beatifique uma pessoa são provas de virtude em grau heróico, santidade popular ou um milagre. A igreja investigará testemunhos de pessoas que dizem ter sido curadas por orações dedicadas à filha de dom Pedro II antes de encaminhar o pedido de beatificação ao Vaticano.
Ex-escravos cobrem de camélias o retrato da Princesa Dona Isabel.
Ler aqui o que as camélias têm a ver com a libertação dos escravos.
Biografia: Wikipedia
DESISTIR DA RESTAURAÇÃO
Nenhum dos leitores da edição de hoje do CM estará vivo em tal dia, mas Portugal é um dos países que mais depressa celebrarão mil anos de independência.
Isto se resistir até 2143. Ou, pelo menos, soprar 900 velas daqui a 32 anos, o que muitos de nós iremos testemunhar. Portugal pode consegui-lo, mas tem contra si tanto problemas económicos estruturais quanto a erosão da vontade de existir como Nação.
É neste quadro que aparece a proposta do Governo para abdicar do feriado de 1 de Dezembro, que celebra o dia em que os Restauradores puseram fim a 60 anos de domínio de Madrid.
Sendo certo que há poucos feriados para oferecer em troca dos religiosos – e que o 10 de Junho está fora dessas contas –, Portugal ficará a ser um dos raros países a deixarem de celebrar a libertação de uma potência estrangeira. Pelo contrário, os países bálticos celebram em duas datas diferentes o adeus ao Império Russo e à União Soviética.
Por cá, faltou coragem para assumir que o 25 de Abril, como simples mudança de regime, era um candidato mais óbvio a juntar-se ao 5 de Outubro entre os ex-feriados. Isso afrontaria mais gente do que varrer a independência para debaixo do tapete. Infelizmente.
Leonardo Ralha
Correio da Manhã
Leonardo Ralha
sábado, 19 de novembro de 2011
DOM DUARTE A CONSCIÊNCIA DA RAZÃO
«Dom Duarte não perdoa «fortunas que abençoaram alguns políticos». Herdeiro do Trono Português defende «que políticos sejam responsabilizados»
Não conheço Dom Duarte. Mas tenho que as suas intervenções têm sido caracterizadas por um sentido de estado e de pátria desprovida do mal partidário.
Entre uma república vinda do seio partidário e uma Monarquia apenas simbólica e com sentido pátrio, optava já pela segunda.
A república está podre!
Causa Vossa
Entre uma república vinda do seio partidário e uma Monarquia apenas simbólica e com sentido pátrio, optava já pela segunda.
A república está podre!
Causa Vossa
UMA IDEIA PARA PORTUGAL(I)
Governar um País não é só saber fazer contas. É, sobretudo, encontrar um rumo, uma razão de ser da sua existência enquanto Pátria. Um rumo que possa unir os cidadãos à volta de uma ideia comum que os mobilize.
Portugal tem vivido desde há décadas nas mãos de tecnocratas, de pseudo especialistas de contas públicas, de contabilistas "travestidos" de políticos. O que tem sobrado em economia e finanças tem faltado em Política, na arte de saber governar, fazendo escolhas. Tem sido este o maior problema do nosso País: a incapacidade de quem nos governa saber para onde quer ir. E se quem nos governa não o sabe, o País ressente-se da ausência de soluções e fica entregue àqueles que apenas conhecem o dia a dia do "deve e haver".
Tem sido assim Portugal. Um País perdido na ausência de propostas, na incapacidade de decisão, na total inexistência de uma ideia para o seu futuro.
A crise em que actualmente vivemos (alguma vez saímos dela desde os tempos idos da Revolução de Abril?) é a derradeira janela de oportunidade. De traçar metas. De visualizar soluções. De fazer escolhas. De saber quem são os nossos amigos. De cimentar alianças. De procurar uma luz para o nosso futuro enquanto Pátria. É tarde, é na verdade muito tarde, vamos ainda vamos a tempo. (continua)
Pedro Quartin Graça
Estado Sentido
Portugal tem vivido desde há décadas nas mãos de tecnocratas, de pseudo especialistas de contas públicas, de contabilistas "travestidos" de políticos. O que tem sobrado em economia e finanças tem faltado em Política, na arte de saber governar, fazendo escolhas. Tem sido este o maior problema do nosso País: a incapacidade de quem nos governa saber para onde quer ir. E se quem nos governa não o sabe, o País ressente-se da ausência de soluções e fica entregue àqueles que apenas conhecem o dia a dia do "deve e haver".
Tem sido assim Portugal. Um País perdido na ausência de propostas, na incapacidade de decisão, na total inexistência de uma ideia para o seu futuro.
A crise em que actualmente vivemos (alguma vez saímos dela desde os tempos idos da Revolução de Abril?) é a derradeira janela de oportunidade. De traçar metas. De visualizar soluções. De fazer escolhas. De saber quem são os nossos amigos. De cimentar alianças. De procurar uma luz para o nosso futuro enquanto Pátria. É tarde, é na verdade muito tarde, vamos ainda vamos a tempo. (continua)
Pedro Quartin Graça
Estado Sentido
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
CAUSA REAL DIZ QUE 5 DE OUTUBRO "DIVIDE PORTUGUESES"
O presidente da Causa Real, Luís Lavradio, considera que o 5 de Outubro «essencialmente divide os portugueses» e é um feriado que deve ser abolido, ao contrário do 1.º de Dezembro, uma celebração consensual da Independência Nacional.
Para Luís Lavradio, «e para todos os associados da Causa Real», o feriado do 5 de Outubro não tem sentido, «não só por politicamente» não concordarem com ele, «mas também, e principalmente, porque essencialmente divide os portugueses», já que nem todos são republicanos.
«E ter um feriado nacional que divide e não une é um erro de base», afirmou, em declarações à agência Lusa.
Já o feriado do 1.º de Dezembro, que celebra a Restauração da Independência em relação a Espanha em 1640, «é ao contrário», defende o presidente da Causa Real, considerando que «é claramente uma data» em que os portugueses recordam a sua Independência.
«Portugal travou uma guerra durante vários anos contra os espanhóis, que ganhámos, e por isso, por termos restabelecido a Independência, é uma data que vale a pena celebrar», acrescentou.
Porém, considerou que, «tendo em vista o pragmatismo» necessário numa questão como esta e a situação que o país atravessa, «não é estranho que se reduza o número de feriados», incluindo aqueles que talvez dizem mais aos portugueses «a nível nacional».
Para Luís Lavradio, este princípio de abolir os feriados que dividem os portugueses não se aplica às festas religiosas, apesar de nem todos os portugueses serem católicos.
«Não é o mesmo princípio. Os feriados religiosos em Portugal têm uma tradição milenar e estão assegurados com um contrato com outro país soberano, a Santa Sé», afirmou.
Para o presidente da Causa Real, o debate sobre os feriados «faz todo o sentido e já devia ter sido feito há mais tempo».
«Portugal é um país que tem feriados a mais e, como geralmente calham a meio da semana, têm um impacto sobre a produtividade e a nossa eficácia económica muito mais do que se fosse numa segunda ou sexta-feira», sublinhou, apontando o caso do Reino Unido, onde os feriados são móveis e coincidem sempre com uma segunda-feira, «dando assim um maior descanso às pessoas durante o fim de semana mas não perturbando a semana de trabalho».
O Governo vai acabar com quatro feriados, dois civis e dois católicos, com o objectivo de aumentar a competitividade e a produtividade das empresas, tendo já comunicado esta intenção aos parceiros sociais.
Esta matéria será debatida na próxima reunião de concertação social, a 28 de Novembro.
Quanto aos dois feriados religiosos a eliminar, resultarão de um acordo com a Igreja Católica.
Lusa/SOL
NUMA EUROPA SEM NORTE NEM LIDERANÇAS FIÁVEIS
Numa Europa sem norte nem lideranças fiáveis, para a qual fomos empurrados sem honra nem glória, estamos hoje aprisionados ao pagamento de uma dívida causada, em primeiro lugar, pela entrada compulsiva numa moeda que não era a nossa e para a qual não fomos consultados. Conjuntamente ocorreu a globalização, que contribuiu para o desequilíbrio das balanças de pagamentos europeias, que juntamente com a irresponsabilidade de duas décadas de sucessivos governos democráticos, que mais não fizeram que engordar o aparelho do Estado, empregando os amigos dos recém-eleitos e empurrando os que os precederam para Institutos e fundações diversas, indiscriminadamente criadas para os manter calados.
No meio deste espaço geográfico em acelerada decadência, existe um Estado que não consta da lista de falidos ou pré falidos e se encontra sem governo eleito, há quase um ano! A Bélgica não é um País do sul da Europa, não consta que tenha uma dívida pública para além do razoável, tem no seu território parte dos agora quase inexistentes Órgãos de Soberania Europeus, mas tem um Rei, único elemento aglutinador de duas Nações que não morrem de amores entre si.
Podemos, assim, concluir que em Monarquia, é possível governar em gestão, sem que isso abale a estabilidade financeira e sem andar constantemente nos noticiários internacionais da desgraça.
Estando Portugal em crise financeira, com a maioria da população a sofrer implacáveis cortes nas receitas e subidas nos preços de bens indispensáveis, cabe perguntar se não podíamos começar a cortar nas despesas mais supérfluas.
Reputo de supérfluos, os custos de manutenção de uma quantidade de mordomias a que os ex-presidentes têm direito, mais parte das do que agora ocupa o cargo e que anda entretido a “nobilitar” com comendas, em nome da república, emigrantes de sucesso nos EUA, pedindo-lhes que invistam na terra que os obrigou a partir, à mingua de subsistência.
Não estaríamos agora melhor, se tivéssemos um Rei e um governo de gestão, que nos deixasse trabalhar, em vez de estar apenas ao serviço dos mercados financeiros e da troika?Dom Vasco Teles da Gama in Diário Digital (16-Nov-2011)
Fonte: Real Associação de Lisboa
AS DATAS DO PROTECTORADO
Desculpem lá ter escrito protectorado à antiga mas enquanto a troika não me exigir esse 'ajustamento' vamos continuar assim. O que parece que não vai continuar é o feriado do primeiro de Dezembro, dia da Independência! Já tinha prognosticado este cenário, ou seja, trocávamos a Independência pelo cinco de Outubro, eliminávamos os dois, e não se falava mais nisso! E deve ser isso que vai acontecer. Aliás, e como já escrevi tantas vezes, o Portugal independente não rima com o Portugal socialista. O socialista é por natureza 'internacionalista', não consegue imaginar-se independente, está sempre a contar com os outros! Está sempre desejoso de anexar Portugal aos destinos de uma potência qualquer, chame-se ela União Soviética, Estados Unidos, ou como agora, a União Europeia! A verdade, verdadinha é esta, embora andem sempre com o patriotismo na boca!
Por outro lado, o primeiro de Dezembro está associado às convicções mais profundas do povo português, facto bastante incomodativo para quem prefere naturalmente celebrar outras datas, por exemplo, as datas em que capturaram o aparelho de estado pela força das armas. Compreende-se.
Mas pergunta-se, porquê então esta cedência relativamente ao cinco de Outubro?! Eu respondo - trata-se de uma troca, havia que ceder alguma coisa para acabar com o dia da Independência. Pois ainda sobram dois feriados para se babarem, perdão, para discursarem às massas: - o 25 de Abril e o dia do trabalhador! Não se pode ter tudo.
E pronto, ficamos por aqui. Quem não estiver pelos ajustes, quem gostar muito de ser independente, paciência. Ou então pode repetir o gesto de 1640. Nem é preciso muita gente. Quarenta portugueses determinados, chegam perfeitamente.
Saudações monárquicas
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
EXPOSIÇÃO: "UM OLHAR SOBRE UM REI PINTOR"
(Clique na imagem para ampliar)
Um olhar sobre um Rei Pintor
Alberto Girard, um dos biógrafos d’el-Rei Dom Carlos, assinala a sua notável “memória de vista: forma, cor, tom, tudo apreendia rapidamente e para sempre fixava”.
Para além dessa memória, a sua inteligência e vastíssima cultura permitia-lhe o enquadramento histórico científico que o tornou um destacado académico – Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais.
Mas a pintura era apenas uma forma de apreender a realidade, simultaneamente com os seus interesses de agricultor, caçador, ornitólogo, oceanógrafo ou marinheiro.
À porta da Academia despia a sua Realeza para ser apenas “Dom Carlos de Bragança”.
Na arte era simplesmente “Carlos” e no mundo rural, adorado pelo povo, era “o lavrador Carlos de Bragança”.
Que grande personalidade multifacetada que se adaptava com mestria a cada um desses universos!
Bem merecia a justiça que não lhe foi feita na tragédia da sua morte mas tão prodigalizada foi nos cem anos que se seguiram.
Todas as homenagens são devidas, mas particularmente apreciadas aquelas que provêm de quem, como Isabel de Goes, comunga da admiração estética dos animais e marinhas e as traduz com elegância para a tela. Os seus desenhos a lápis, representando D. Carlos em diversos uniformes, são igualmente reveladores de uma força inigualável que nos impressiona pelo minucioso expresso na particularidade dos traços e expressão do rosto e do traje.
Madalena Abecassis
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Isabel de Goes: Nasceu em Lisboa. Formou-se em arquitectura de interiores pelo I.A.D.E., tendo tido o pintor Lima de Freitas como professor. Depois de um estágio de dois anos no ”Atelier” do pintor Manoel Lapa, especializa-se em aguarela, na pintura de animais e retrato. Seguidamente, e já na Bélgica, frequenta vários “Ateliers” de pintura, onde contacta com diferentes artistas. Tem ainda realizado vários trabalhos nas áreas de ilustração (livros de caça), e outros projectos em publicidade, como por exemplo vários cartazes para a Feira da Golegã.
Isabel de Goes: Nasceu em Lisboa. Formou-se em arquitectura de interiores pelo I.A.D.E., tendo tido o pintor Lima de Freitas como professor. Depois de um estágio de dois anos no ”Atelier” do pintor Manoel Lapa, especializa-se em aguarela, na pintura de animais e retrato. Seguidamente, e já na Bélgica, frequenta vários “Ateliers” de pintura, onde contacta com diferentes artistas. Tem ainda realizado vários trabalhos nas áreas de ilustração (livros de caça), e outros projectos em publicidade, como por exemplo vários cartazes para a Feira da Golegã.
A LÍNGUA PORTUGUESA É A MINHA PÁTRIA
Não é engano e muito menos contraditório e ao inverter a frase coloco o ênfase na língua porque Pessoa ao afirmar “A minha pátria é a língua portuguesa” estava longe de imaginar que a sua amada língua seria adulterada e ultrajada da forma que hoje assume sob o nome de “Novo Acordo Ortográfico”. Evolução é crescimento não é humilhação. Apedrejaram a minha língua, tratam-na com tal propriedade que chega a parecer que temos de aprender a nossa própria língua. Sempre respeitámos as diferenças culturais de todos. O respeito que sempre pusemos na forma como a transmitidos deveria ser o mesmo com que nos deviam retribuir. Ao invés, temos que regredir na nossa língua enquanto outros aperfeiçoam . Temos de deixar de saber falar e escrever na nossa própria língua para que outros se sintam melhor no seu parco conhecimento. Sempre soubemos tolerar os estrangeirismos ainda que, actualmente, julgue, desnecessários porque a língua portuguesa é tão rica que não necessita de muitos acrescentos mas ainda assim sempre fomos tolerantes. E entenda-se que os mesmos entraram na nossa língua por força da modernidade, a descoberta de novas ideias e conceitos e também fruto da nossa experiência além mar, donde trouxemos um número muito significativo de novas palavras.
Começámos por aceitar a dupla grafia (vá-se lá saber porquê) e com isso apenas contribuímos para que o ensino no exterior fosse dúbio. Consoante a língua for ensinada por um professor português ou brasileiro assim o aluno aprenderá grafias diferentes. Um aluno timorense passará a escrever “óptimo” se o professor for português, mas se o professor for brasileiro escreverá “ótimo”... Agora, para além da dupla grafia preparamo-nos para desaprender a nossa língua.
Um povo que depende economicamente de outros não tem que depender também intelectualmente.
Muitas foram as palavras adoptadas ao longo do tempo na nossa língua por força do que importávamos (ideias incluídas) mas sempre tivemos a preocupação de as “aportuguesar”. Os neologismos não deixam de ser interessantes o que, na minha opinião, significa crescimento e riqueza. Agora adulterarmos as palavras é um caso muito diferente. Porque não posso escrever facto com "c" se eu o pronuncio. Tenho lá culpa que outros por força do seu sotaque o suprimam. Suprimam-no na linguagem falada mas nunca na escrita. Quando aprendi a ler e a escrever ensinaram-me desde logo que havia diferença entre a forma escrita e a forma falada. Recuso-me por isso a ultrajar a minha língua só porque outros não a sabem ou não querem escrever.
Reparem nos ingleses e franceses. Alguma destas línguas já fez um acordo ortográfico? Não creio que tenham tido alguma vez essa preocupação. No entanto, em Inglaterra fala-se inglês e em França fala-se francês sem quaisquer alterações à forma original. A forma como se falam estas línguas no mundo parece não alterar a raíz. E no entanto, tal como a língua portuguesa, é na origem que tem o menor número de falantes...
O objectivo do novo Acordo Ortográfico, dizem, é criar um padrão único para fortalecer a língua portuguesa no mundo. Pois bem, acabem com a dupla grafia (que é um perfeito disparate) e imprimam mais rigor no ensino da língua além fronteiras e criem-se mecanismos para a divulgação da língua portuguesa a nível global.
Se se considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia então porque não adoptaram a língua mãe. “És filha de Portugal e Mãe de muitas nações” - parece-me lógico (pelo menos a mim) que o aluno aprenda com o mestre.
Talvez se tivessem pensado ao contrário teríamos posto toda a gente a escrever muito melhor. Ou seja, se tivessem ouvido os que utilizam a língua ao invés dos que se limitam a estudar os seus fenómenos, o resultado teria sido, inevitavelmente, o oposto.
A supressão de certos acentos só vem dar razão aqueles que nunca souberam acentuar uma palavra. Faz lembrar as “Novas Oportunidades” onde se premeia (perdoem-me as tais excepções) a preguiça e se incentiva a ignorância.
Como vou diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição) ? A falar os sons são diferentes mas quando os tiver que escrever terei que ter o cuidado de explicar cuidadosamente qual das palavras pretendo dizer. Por exemplo, se estiver a escrever um diálogo e quiser dizer – Pára! Tenho que escrever – Para! E acrescentar à frente (do verbo parar...). Ridículo no mínimo.
Como vou homenagear os grandes homens ? Não poderei dizer homem com H grande e passarei a chamar-lhes omens sem H ! Ah! Não se assustem! Pelo menos para já, é certo que esta palavra mantém o H mas com o passar dos tempos e se a moda pega ...
Segundo pude compreender, tratava-se da uniformização da grafia e não da língua portuguesa., contudo as alterações introduzidas não são universais, isto é, alteram-se determinadas grafias no Brasil e outra determinada grafia em Portugal – não vejo pois unificação de critérios.
Diz-se ainda que um acordo desta natureza implica a dimensão histórica, política, ideológica e económica dos países envolvidos. Procura-se, a todo o custo, o respeito pela diferença de culturas assumindo a igualdade de critérios. Eu pergunto, qual igualdade ? Nós, portugueses abdicamos de cerca de 1,6% do vocabulário e os brasileiros alteram apenas 0,5% - onde está a igualdade ? E se se alteram grafias para adequar às especificidades culturais, quem respeita a origem e berço da língua?
E quem se preocupou com a especificidade da cultura africana ? Então e os timorenses vão adoptar a grafia portuguesa ou a brasileira ? Sim, porque não se lembraram de criar a grafia cabo-verdiana ou angolana ou moçambicana …E muito menos timorense …
A título de curiosidade, note-se que no final da redacção do Acordo Ortográfico pode ler-se registro público. Afinal escrevemos registo ou registro ? Se o acordo foi redigido e assinado em Lisboa não se deveria ter escrito de acordo com a ortografia portuguesa ??
Se os símbolos da minha nação são a bandeira, o hino e a língua, parece-me legítimo questionar se alguém conjurar contra um deles comete um crime contra a pátria. Que diferença existe entre alguém que espezinha a bandeira e aquele que ultraja a língua? Se num caso é crime no outro também deve ser... E o Padre António Vieira, por este andar bem pode continuar à espera do V Império, passará a constar na história não como o Imperador da Língua Portuguesa mas como Cônsul da Grafia Portuguesa.
Se consideramos a língua portuguesa como o mais significativo elo que a todos une, este acordo será por certo o elemento de desunião entre todos aqueles que por mais de quinhentos anos souberam e honraram o seu verdadeiro significado.
Onde estão os amantes da língua portuguesa? Escondidos atrás do Acordo Ortográfico? Por certo acocorados.
Todo este disparate só aconteceu porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Não deixa de ser curioso esta modernice de dar às minorias a possibilidade de subjugar a maioria. Estou farta da ditadura das minorias. Aprovam leis, fazem-se referendos quase sempre em nome das minorias. Que foi feito da equidade e da tão falada democracia? Sou eu que estou confusa ou impingiram-nos que num universo de oito, três são a maioria?? Só encontro na história paralelo na Idade Média. E se pensarmos melhor veremos que hoje não queimamos os livros mas serão igualmente destruídos se se editarem outros de acordo com novas regras... Já alguém imaginou os Lusíadas revistos à luz do novo acordo ortográfico? Que faremos nós à nossas bibliotecas ? Obsoletas, passarão a museus?!
E se "vox populi, vox Dei"* : "quem nasce torto tarde ou nunca se endireita" – este acordo, espero, ficará para a história como um nado-morto.
* - Para os defensores do novo acordo ortográfico que por certo ficarão arrepiados pelo uso do latim (talvez também não saibam o seu significado) – a voz do povo é a voz de Deus.
Por trinta dinheiros Judas entregou Jesus. Por muitas moedas de ouro quis o Papa reconhecer Portugal como nação independente e por muitos milhares de milhões terão alguns estropiado uma das mais antigas línguas, senão a mais bela. Porém, Jesus cumpriu a sua missão: Portugal tornou-se uma nação independente e espero que a língua portuguesa se liberte dos escolhos e se afirme como língua universal., mantendo a sua identidade.
Importamos quase tudo, toleramos tudo, aceitamos todos, demos tudo mas não me tiram a língua porque é nela que se escreve SAUDADE e FADO. Também se escreve PESSOA e CAMÕES e nela já se escreveu o MUNDO.
Não me peçam que aceite quem pensa de maneira diferente porque isso seria aceitar a infâmia que contra a minha pátria se abate. Quem insulta a minha língua, insulta a minha pátria e quem o faz se não puder pela Lei ser julgado que o seja pela Consciência dos Homens condenado.
A mim ninguém me põe a albarda em cima e por isso continuarei a escrever na língua que Deus e a Pátria me deram.
"Oh gente da minha terra" "levantem-se que é hora!".
Dina Lapa de Campos - 4 de Novembro de 2011
Fonte: Portal da Lusofonia
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