D. Duarte homenageado pela Confraria Tripas à Moda do Porto
D. Duarte Pio de Bragança tornou-se sexta-feira membro de honra da Confraria Gastronómica Tripas à Moda do Porto, numa cerimónia realizada no Palácio da Bolsa, no Porto, em homenagem ao seu "trabalho em termos humanos".
"Se são feitas pelo chefe Hélio Loureiro, gosto certamente", disse o homem que reivindica ser o herdeiro do trono de Portugal, referindo-se a este prato típico portuense.
D. Duarte, acompanhado pela mulher, Isabel Herédia, foi entronizado confrade no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, ao mesmo tempo que Hernâni Gonçalves, comentador residente do programa Liga dos Últimos, da RTP, e António Oliveira, antigo seleccionador nacional de futebol.
Logo aí, já com o escapulário (conjunto formado por um fita e uma medalha alusiva) pendurado ao pescoço, provou tripas, cumprindo assim um ritual instituído por esta confraria desde a sua fundação, em 2001.
Depois, associou-se à homenagem que a Confraria prestou ao seu patrono, o Infante D. Henrique, na praça fronteira ao Palácio da Bolsa, e ouviu a Banda Filarmónica de Cête interpretar o Hino da Maria da Fonte.
D. Duarte declarou não ter contacto regular com tripas, mas disse que gosta delas "quando são bem feitas" e que "ser entronizado é muito bonito".
Hélio Loureiro, que preside a esta Confraria e é um simpatizante da causa monárquica, explicou que D. Duarte foi convidado para ser confrade pelo seu "trabalho em termos humanos".
Apreciador convicto de tripas é Hernâni Gonçalves, que confessou comê-las habitualmente ao domingo "num restaurante do Molhe", na Foz do Douro, no Porto.
A Confraria das Tripas à Moda do Porto tem como objectivo central divulgar este prato e foi criada em 2001, ano em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura, mas a sua origem remonta a 1998, no auge da crise da doença das "vacas loucas".
Nesse ano, as tripas passaram um mau bocado e o seu consumo regrediu, mas hoje a situação voltou ao normal, as tripas recuperaram o seu prestígio e são fáceis de encontrar, tanto em restaurantes humildes como nos mais sofisticados.
"É um prato que não é apenas um estufado de dobrada", salientou Hélio Loureiro, conhecido "chef" e cozinheiro da selecção nacional de futebol há 12 anos, durante a cerimónia de entronização dos novos confrades.
O jantar que se seguiu à entronização, que incluiu tripas confeccionadas sob a supervisão de Hélio Loureiro, reuniu mais de meio milhar de pessoas, mas já sem a participação de D. Duarte.(...)
Jornal Diário de Notícias de 19-04-2009
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