quarta-feira, 9 de abril de 2008

S.A.R., DOM AFONSO NO CENTENÁRIO DO REGICÍDIO
CONCENTRAÇÃO NO TERREIRO DO PAÇO - 1 DE FEVEREIRO DE 2008
Multidão de pessoas que se juntou no Terreiro do Paço
Evocação proferida pelo Rev. Padre Pedro Quintela
Senhores Duques de Bragança, Minhas Senhoras e Meus Senhores. Começo por saudar o Senhor Dom Duarte investido pela Divina Providência na responsabilidade e na honra de representar a Casa Real portuguesa e que, com igual honra, patriotismo e, sobretudo, filial espírito de fé católica, assim tem vivido.(I)Fui convidado pelo Exmº Sr Presidente da Comissão ‘Dom Carlos 100 anos’, D. Nuno Bragança Van Uden, a tomar palavra no momento em que aqui nos juntamos para prestar homenagem ao Sr Dom Carlos, rei de Portugal, que, juntamente com seu filho, o príncipe herdeiro, o Sr Dom Luís Filipe, foram neste lugar atingidos por balas de ódio, por balas de cegueira, de injustiça e de ressentimento, como sempre capazes de levar avante uma qualquer das versões do engenho da violência.Não o faço, obviamente, como delegado político, que não sou. Tão pouco como historiador, que de igual modo também não sou. Não trago, aliás, delegação de poderes de ninguém.Apenas quero dar voz a um sentido da justiça e gratidão perante a memória de um rei que tem tanto de notável quanto de injustamente maltratado. Primeiro pelos seus contemporâneos, grande parte dos quais (e penso em não poucos daqueles que tinham maiores responsabilidades publicas) sem o mesmo esclarecimento e lealdade de atitudes, e posteriormente por uma historiografia que só agora parece pronta para dar do rei D. Carlos a sua real dimensão e dar dela razoável noticia perante a opinião pública. “Não há cousa que ocupe menor lugar do que um caído” dizia o grande pregador António Vieira.Mas não posso deixar de chamar a atenção para o facto de ser um padre a pronunciar-se nesta circunstância. Significa isso que se pretendeu o testemunho de alguém chamado por Deus, Senhor da história, a dizer uma palavra que tenha tanto de verdade quanto de apelo construtivo; que sem esquecer o sangue das vítimas promova a reconciliação; que reconhecendo o passado não se fixe impotente no que é antigo; que não esqueça o honrado desafio que é ser fiel a Deus protagonizando a história hoje; que lembre que a nobreza é, antes de mais, coisa de sangue da caridade, quer dizer, coisa que tem que ver com o fluxo de fé, esperança, e amor dado hoje em empenho no combate por Cristo Rei e não a celebração atrasada e estéril de vaidades infrutíferas; e que quem assim não pensa não pensa segundo o Evangelho de Cristo.(II)Por isso a minha, e a nossa, sentida homenagem, a um rei patriota, de um modo tal que há cem anos escolheu passar por este lugar a descoberto por entre o povo, por entre o seu povo, porque se sabia escolhido como o primeiro com a responsabilidade de estar com o seu povo, e assim o fez em toda a sua intensa e amputada vida.Ora falar de povo não é dar voz ás massas impessoais. Não é, tão pouco, seduzir demagogicamente, em nome dos mais desprotegidos socialmente.Povo é a trama originária dos homens que, por condição, país e desenrolar histórico, estão unidos na vida e no destino. Povo são os homens que se encontram vinculados inquebravelmente nas suas raízes últimas e nas leis essenciais da natureza e da vida. A humanidade vista na sua condição originária: isso é o povo. Um homem tem a condição de povo quando leva em si essa totalidade. Neste sentido como não reconhecer em D. Carlos um homem do povo.Com efeito, povo é uma realidade com uma identidade viva. O povo não imita, como o publico: conserva a própria personalidade, apropria-se do que pede emprestado e faz seu o que vem do exterior. Muitas vezes, quando o público vai ao centro comercial o povo defende a sua língua e cânticos; quando o público se distrai com o circo o povo mostra-se devoto...O público tem 150 anos; os anos do povo não se contam. O público passa, o povo é eterno. O público tem a globalização, o povo a terra. O público e o povo têm os seus epítetos. Entre nós, o público quer ser famoso e ter bem-estar; o povo é cristão e acolhe a missão que lhe é designada pela Divina Providência.Por conseguinte, era este povo que D. Carlos sabia representar. Representar quer dizer estar presente. Significa avançar em nome de …. Pelos outros, por todos. O paradoxo da representação é lembrar os outros de um modo tal que se esquece a si mesmo. Assim Jesus Cristo, o Santo dos santos. Assim todos os santos (e nesta hora é dever lembrar, certamente, o mais nobre dos antepassados de D. Carlos, o Santo Condestável), assim os heróis que vencem a máxima lembrança de si mesmos, o orgulho e as menoridades da vaidade.(III)Por isso a minha, e a nossa, sentida homenagem a um Rei perspicaz e com elevado sentido de Estado, face à árdua procura de servir a Pátria dentro da lei, perante partidos que pareciam o mais das vezes empenhados, sobretudo, em ampliar o seu quinhão de lucro; Rei inteligente e eficaz na busca de uma outra presença internacional do seu país que protegesse os interesses da soberania territorial e que guardasse e promovesse a dignidade de Portugal;Por isso, ainda, a minha e a nossa sentida homenagem a um Rei corajoso, face à agitação das demagogias febris ágeis a publicitar contra a sua pessoa, Rei corajoso face aos truques políticos organizados contra a governabilidade do Estado, Rei corajoso face à face oculta de sociedades secretas votadas a boicotar e subverter o regime e que, na verdade, soube preferir o desígnio nacional às hesitações filhas de taticismos.
De facto, D. Carlos expressa um entendimento da função régia que não tem origem na plutocracia, na febre do poder, em arbitrariedades ideológicas. Creio poder dizer de modo sereno que D. Carlos representa outro tipo de motivação para o exercício do poder: a vontade de servir, ou melhor ainda, a vontade de bem servir.E foi por isso que D. Carlos não virou a cara na hora de usar autoridade. A palavra autoridade provem do latim e significa etimologicamente promover. A destruição da verdadeira autoridade não conduz a uma liberdade melhor, mas antes ao seu contrário: à coação e à violência. Com efeito, como os anos que se seguiram ao regicídio assim o provaram!Por isso, finalmente, a minha, e a nossa, sentida homenagem a um Rei nobre e distinto pelas suas qualidades pessoais, valente, ilustrado e tenaz, que amava a sua terra, que a conhecia e valorizava, pintando-a nos seus quadros com excelência, ilustrando a sua realidade com as suas aguarelas e com os seus relatórios para diversas entidades cientificas, promovendo com elevação a marca portuguesa. Homem honrado, portanto. Ora a honra é, pelo menos, não perder a identidade. Melhor, é fazer crescer a identidade, abrindo-a às melhores e mais virtuosas possibilidades que traz em si mesma.(IV)Enfim, o dia de hoje obriga-nos a pensar no mistério do mal, essa manifestação da liberdade fracassada, não reconciliada e irreconciliável, entropia negativa do espírito, que atira para baixo, e vai deixando consumido e destruído o tempo que lhe foi dado.Mas o dia de hoje não reclama um ajuste de contas. É apenas um dia de memória, o que é diferente de estarmos aqui reunidos a visitar o museu da história. Porque a história, por vezes, reduz os acontecimentos apenas a curiosidades. E cito Peguy: “A história consiste essencialmente em passar ao lado do acontecimento. A memória consiste, essencialmente, por estar dentro do acontecimento, em não sair dele, em permanecer nele e reconstitui-lo por dentro…”Com efeito, creio que é preciso uma insistência na memória face à actual cultura do esquecimento.Na verdade, quis o Senhor Dom Duarte que o dia de hoje fosse assinalado sob o signo da reconciliação. Certa vez, disse o Papa João Paulo II, ele mesmo vitima miraculosamente salva de um atentado, que “o limite imposto ao mal, cujo artífice e vítima é o homem, em última análise é a Misericórdia Divina.” E por estes dias, disse também o Papa felizmente reinante: “ O amor torna-se o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade duma vida humana.” Assim, como não bendizer a Deus por este Rei que amou e serviu até ao fim o seu povo!Por isso termino a minha intervenção rezando e convidando a rezar comigo. E digo um salmo:

Deus se compadeça de nós e nos dê a Sua benção,Resplandeça sobre nós a luz do Seu rosto.Na terra se conheceram os Vossos caminhose entre os povos a Vossa salvação!Os povos Vos louvem, ó Deus!Todos os povos Vos louvem!Alegrem-se e exultem as nações,porque julgais os povos com justiçae governais as nações sobre a terra.Os povos Vos louvem, ó Deus,Todos os povos Vos louvem!A terra produziu os seus frutos.O Senhor nosso Deus nos abençoa.Deus nos dê a Sua benção;e chegue o Seu temor aos confins da terra!OremosSenhor nosso Deus,Pai de misericórdia e fonte da salvação humana,que constituístes o vosso servo Carlos Rei de Portugale a seu filho Luís Filipe Príncipe Herdeiro,dignai-Vos conceder por intercessãoda Virgem Maria, na sua Imaculada Conceição, Rainha de Portugal,o perdão dos seus pecados,a paz e a conversão do seu povo,a misericórdia para com os seus inimigos,e a bem-aventurança eterna na Pátria celeste.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Autor: Padre Pedro Quintela
(Lido pelo próprio autor no dia 1 de Fevereiro de 2008)

Dom Afoso, ajudado pelo Seu Pai, deposita uma coroa de flores
precisamente no local onde O Rei Dom Carlos I e Príncipe Dom Luiz Filipe
deram as Suas vidas pela Pátria.

É bem visível a tristeza nos rostos de SS.AA.RR., Dom Duarte e Dom Afonso Placa alusiva ao Regicídio que se encontra afixada no Terreiro do Paço

Vídeo das Cerimónias do Centenário do Regicídio

O dia mais negro da nossa História e de Portugal!

E assim, vivemos numa república manchada de sangue Régio!!!. O Regicídio do dia 1 de Fevereiro de 1908, no qual foram mortos S.M., O Rei Dom Carlos e S.A.R., O Princípe Dom Luís Filipe, marcou uma das mais tristes páginas da nossa herança comum e levou ao início de um dos mais negros periodos da nossa já longa História com a imposição duma república assassina! Mataram o nosso Rei, não como se mata um cão, porque o cão é amigo fiel do seu dono, mas como se fosse uma barata! Mataram quase cerca de 900 anos de História e mataram a nossa Nação que até hoje se encontra ao abandono de mãos republicanas criminosas e assassinas! Todos os dias nos dão um copo de sangue régio e andamos embriagados!! Um dia, disseram-me isto: a Monarquia é uma Senhora porque só casa com um Rei, mas a república é uma prostituta porque se serve de todos. O Rei era o símbolo do país e não um mercenário, pago a peso de ouro para comissões de 5 anos. É o que temos agora, presidentes a prazo que teimam em presidir a uma república manchada de sangue, velha, desbotada, mentirosa e corrupta. Esconderam sempre dos portugueses toda a verdade do assassinato bárbaro e sanguinário do Rei e Seu Filho, deixando-nos orfãos e sofredores! Mas o povo ainda não perdeu as esperanças de um dia terem alguém que se posicione acima dos interesses dos grupos financeiros e políticos que actualmente se vão revezando no poder e manter vivo o espírito cultural da Nação. Porque nos obrigam a viver em república? O que fizemos, nós povo, para passarmos a ser cúmplices dum assassinato, os regicidas são dados como os heróis da pátria e os terroristas e bombistas são trasladados para o Panteão Nacional? Portugal nunca irá evoluir enquanto uma república, porque o país além de estar manchado pelo crime, nasceu também num berço Monárquico. Foi um Rei que nos deu a nacionalidade e a independência e os republicanos enquanto não destruiram tudo, não descansaram e ainda teimam em definir o regicídio como de “legitimidade revolucionária”, mas que na imprensa estrangeira de países civilizados, se chamou de ASSASSÍNIO E ILEGALIDADE!
O REI MORREU! VIVA O REI! Que as almas do Rei e Príncipe, descansem em paz!

1 comentário:

Anónimo disse...

Sou do Brasil da linhagem dos Sanchos, Portocarrero e Peixoto
tambem de D Afonço henrique I,
nossas riquesas prederam-se no passado enquanto brito peixoto
buscava novas terras ente elas laguna onde foi afungentado pelo pirata filbusterio Levi.