"Centro Social Padre Manuel Joaquim de Sousa deve servir de exemplo para o país."
Os Duques de Bragança, D. Duarte Pio e D. Isabel de Bragança, visitaram, no passado sábado, o Centro Social Padre Manuel Joaquim de Sousa, em Caldas das Taipas, no âmbito do trabalho social que esta instituição desenvolve para crianças e idosos. Nota de destaque para a visita às obras do novo Lar, que será inaugurado em Maio, num projecto global de 2,4 milhões de euros.
'É um grande exemplo para Portugal, onde podemos constatar o trabalho de apoio que realizam desde bebés a pessoas idosas. Tomara que houvesse mais Centros destes pelo país. A situação Social do país faz com que todos tenhamos de dar as mãos e unir para que o país possa sair desta situação. Não podemos estar sentados à espera de soluções e é preciso agir', referiu D. Isabel de Bragança, após a visita à instituição de Caldelas, concelho de Guimarães. Os elogios foram múltiplos e justificaram a presença dos Duques de Bragança.
D. Duarte Pio considerou que 'o trabalho desenvolvido por estas instituições, em prol das pessoas mais carenciadas, é muito importante pois não se pode estar à espera que o Estado resolva tudo porque tem um critério diferente. Temos de apoiar as nossas instituições, sendo muito importante a ajuda entre as famílias', salientou.
Esta visita ficou marcada ainda pela visita às instalações onde ficará instalado o novo Lar de Idosos, com 60 quartos. Trata-se de um projecto arrojado, orçado em 2,4 milhões de euros, já em fase de acabamentos.
A inauguração está prevista para Maio do presente ano, mas o presidente da instituição deixou patente algumas preocupações, sobretudo a ausência do protocolo de colaboração com a Segurança Social. 'O novo Lar de Idosos será inaugurado em Maio deste ano, uma vez que a obra está a decorrer a bom ritmo. A gestão do dia a dia do CSPMJS está garantida, com a ajuda dos pais, mas a obra que estamos a fazer no sentido de dar uma resposta social, à medida as necessidades do concelho e do distrito, sem o apoio da Segurança Social não será possível. Um utente tem um custo real à volta de mil euros e com o apoio da Segurança Social garante mais de 50%. Se não conseguirmos esse protocolo com a Segurança Social torna-se tudo mais complicado. Estamos a realizar uma obra orçada em 2,4 milhões de euros com o apoio de 1,72 milhões de euros ao abrigo do apoio do POPH, sendo que a instituição suporta cerca de 1,2 milhões. É como se nos tivessem dado um presente envenenado. É importante contar com todos os apoios para operacionalidade de uma obra desta dimensão', referiu Ricardo Costa. O presidente do CSPMJS deu conta de um reunião com o director distrital da Segurança Social cujas ilações foram pouco animadoras, deixando passar algumas críticas quanto à falta de apoios na vertente social.
'Num enquadramento nacional e europeu desta situação, não podemos aceitar que nos cobrem taxas de juro a 7% num país como Portugal, sendo que 5 a 6% dos juros que canalizamos para os mercados financeiros podiam ser canalizados de 2 a 3% e o restante servir para ajudar as instituições de solidariedade social, como a educação e saúde. Não podemos ser tão ambiciosos em enveredar pelo caminho da recuperação financeira e esquecer as pessoas.Estou ligeiramente pessimista porque a situação do país não augura nada de bom para o futuro e o Governo, assim como a Segurança Social, tem de perceber que têm de ajudar porque estas instituições existem para ajudar as pessoas', sublinhou Ricardo Costa.
Sensível às causas e projectos do CSPMJS, os Duques de Bragança aderiram ao convite para estarem presentes num jantar solidário a realizar no dia 5 de Abril, onde D. Isabel de Bragança será a embaixatriz deste evento.
Fonte: Correio do Minho
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