Somos portadores de um vírus altamente perigoso para nós e para a sociedade. É o vírus da anti-solidariedade.
Quem o disse foi o cardeal Tettamanzi – um homem que sabe do que fala, porque foi arcebispo de Milão, uma das maiores dioceses do mundo. Esteve esta semana em Fátima para nos despertar para as coisas essenciais.
O virus da anti-solidariedade faz com que cada um viva como se estivesse numa ilha deserta, à maneira de Robinson Crusoé. Como se nunca tivesse sido gerado por ninguém e pudesse viver, crescer, aprender, trabalhar, amar e sofrer sem nunca fazer referência a outros.
Aliás, o cardeal Tettamanzi recordou com fina ironia que a aventura de Robinson Crusoé acaba mal, porque quando encontrou um seu semelhante fez dele escravo…
Numa sociedade em que as relações são cada vez mais inconstantes e superficiais, é pois indispensável reconhecer a objectiva interdependência entre cada um de nós e o outro. Sob pena de deixarmos de ser humanos.
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