Diálogos com João Ferreira-Rosa sobre a arte de continuar a ser Português.
Qual é o mal da República? - Antes de mais, o mal da República, desta “nossa” República Portuguesa ilegítima, é substituir o Rei, que o povo conhece familiarmente nas suas qualidades e nos seus defeitos, por ilustres desconhecidos, poderosas figuras da baixa política, que chegam à Presidência apoiados por interesses mesquinhos e que acabam por comportar-se como se fossem péssimos Reis de caricatura. É raro o bom Presidente da República, se é que existe. Na história de França, por exemplo, que Presidente poderia ser apontado como motivo de orgulho, de quem se pudesse dizer “é um homem fantástico”? O Chirac e os seus crimes e vigarices? O Mitterrand, essa figura sinistra cujos segredos obscuros só agora começamos a conhecer? O estupor do De Gaulle e o seu grito do “Quebec livre”, cujas consequências ainda hoje se sofrem? O Napoleão, o primeiro dos grandes criminosos da história recente da Europa?
Tudo começou na Revolução Francesa? – Claro que sim. A Revolução Francesa é um horror só comparável, em crueldade, ao homicídio dos Czares e ao fim da Monarquia na Rússia, onde existia já uma democracia à inglesa, livre e com partidos. Na Revolução Francesa, arrasaram aldeias inteiras, só por não aderirem. Vinham generais a cavalo e diziam: “Matámos tudo, mulheres e crianças, não ficou ninguém para contar!”. É a coisa mais tenebrosa que se possa imaginar.
É sobre esse quadro que se faz a República? – É disto que nasce a República, eivada de preconceitos e complexos. O complexo de fazer vénia ao Rei, o ódio mesquinho à figura do Rei e à sua importância real na Nação. A importância do Rei é natural, é recebida do pai e da mãe. Não lhe sobe à cabeça. Para um Rei, ser importante é tão natural como ter olhos azuis, ou verdes, ou pretos. Ele é preparado para isso. Quando não tem capacidade, é substituído por outro. São pessoas que são preparadas para servir. E fazem-no abdicando de todo o egoísmo, abdicando da sua própria liberdade. A pessoa menos livre do mundo é a Rainha de Inglaterra, que está há 50 anos a prestar aquele extraordinário serviço ao seu povo. Nem pode ficar doente na cama, com “baixa”!
Que responde a quem diz que é melhor eleger o Chefe do Estado? – Eleger o Chefe do Estado é dividir o povo. Nem há, verdadeiramente, uma escolha, porque é eleger um entre meia-dúzia de ambiciosos que nos põem à frente. Diz-se que “qualquer um pode ser Presidente da República”. Grande mentira! Primeiro, tem de ter o apoio das cliques partidárias; depois, tem de ter ou receber muito dinheiro para lá chegar, tem de ter o apoio dos bancos, das grandes empresas, e a cumplicidade da Imprensa, que também tem patrões interessados na eleição. E ganha aquele que tem mais dinheiro. Há gente honestíssima, que talvez pudesse fazer um trabalho sério como Presidente, mas essa gente não interessa à República, nem posses tem para tanto.
Quem o ouvir pensará que é contra as eleições e a democracia… – Acho muito bem que haja eleições, nomeadamente para o Governo da Nação. Mas, para mim, onde elas são realmente importantes é nas Autarquias, nos Municípios, onde se pode votar em quem se conhece. Essa é a melhor tradição da Monarquia Portuguesa. O que a República quer é uma coisa completamente diferente: é eleições com listas partidárias, para os eleitos estarem lá apenas a dizer que sim. É repelente. A República engana o povo em tudo, até na apregoada pureza das eleições e na falsa “ética republicana”. Para além de que, no caso da escolha de um Presidente, de cinco em cinco anos, queimam-se muitos e muitos milhões de euros inutilmente.
Não vota? – Só voto nas eleições locais. Nessas, eu conheço-os. A votação nos partidos é uma coisa abstracta, para manter o povo iludido. No tempo da Monarquia tivemos a eleição uninominal. Nas Cortes e nos Municípios, cada um assumia as suas responsabilidades pessoais e tinha de trabalhar para o bem do povo que o elegia. Isso, sim, era democracia. Agora, com este Parlamento de papagaios, estou de acordo com quem diz que bastava termos cinco deputados: cada partido tinha lá um representante e estava o assunto resolvido! Para quê aquelas centenas de gulosos, alambazando-se em mordomias, carros, almoços, viagens, cadeirões de pele com as armas da República em dourado, um estadão, instalados naquele palácio fabuloso que custa fortunas em restauros e manutenção? É um insulto para o povo pobre. Nem nos países ricos se dão a um luxo destes.
E sobre a eleição do Chefe do Estado? – Mesmo se pudesse haver dúvidas em relação às outras eleições (e não há), em relação à eleição do Chefe do Estado os factos estão à vista de todos: é apenas dividir para reinar. Nem é preciso estarmos a convencer ninguém da bondade das Monarquias. Basta olhar para o mundo, que hoje em dia podemos ver a partir de casa. Desde logo, o Presidente é um Chefe do Estado politicamente comprometido. O Rei, pelo contrário…
O Rei ou a Rainha… – O Rei ou a Rainha, sem dúvida. E na nossa História temos também óptimas Rainhas. Talvez por serem mães. Já nas Repúblicas é raríssimo haver uma mulher Presidente!
E um Rei ou Rainha não está politicamente comprometido? – Não está. Não tem partido, não vota. Está acima. E toda a Família Real tem o sentido do Estado, porque foi preparada para isso. São pessoas com um sentido de responsabilidade que é natural, inato. Vivem com orçamentos sensatos e dão um exemplo de moderação e dignidade. Em República é o regabofe: as fortunas que custa mantê-los, às suas famílias, à sua entourage, os conselheiros, os secretários, os assessores, um batalhão de gente para nada de útil. Está provado que é infinitamente mais barato manter um Rei do que um Presidente. Sobretudo, um país falido como Portugal não se pode dar ao luxo de sustentar uma República. Veja o exemplo dos países nórdicos, dos povos ricos, dos povos livres. Eles são isto precisamente porque não quiseram a República. A questão colocou-se, depois da II Guerra, e eles recusaram. Uma das razões foi essa: não tinham dinheiro para manter uma República. As Repúblicas são caras e não prestam. Um Presidente custa dezenas de vezes mais o que custa uma simples Família Real. Ora, não se pode obrigar um povo pobre a sustentar dirigentes milionários.
Parece que ninguém pensou nisso em 1910… – Infelizmente, em 1910, meia-dúzia de bandidos tomaram conta disto e instauraram a ditadura republicana. E hoje, em vez de termos na Chefia do Estado alguém que desde que nasce é preparado para servir, temos estes senhorinhos que, durante cinco ou dez anos, saem da obscuridade em que viviam para se irem instalar, deslumbrados, num palácio com criados e cozinheiros, num estadão escandaloso, com câmaras frigoríficas para as senhoras guardarem os casacos de peles. E ainda pagamos reformas milionárias a todos os ex-Presidentes e pagamos às primeiras-damas, que nem sequer existem na Constituição. E o povo na merda, para falar à portuguesa. Há cada vez mais fome. Eu vou à farmácia e vejo gente do povo que vai aviar uma receita e não levanta os remédios todos porque não tem dinheiro. Alguma vez a República se incomoda com isso?
A República nem gosta que isso se veja muito… – Pois não! Se a televisão, que tem um poder extraordinário, mostrasse ao povo estas evidências, estas verdades simples, a República desmoronava-se num instante. Mas as televisões e os jornais fazem parte deste esquema, e por isso defendem o que está, porque se isto mudar também eles perdem o negócio. E os poucos jornais que contam as coisas como elas são, estão fora do sistema, não têm publicidade e acabam por ser sufocados. Por isso, nem me admira que ainda haja quem pense que a Monarquia é um Rei a cavalo, muito cheio de dourados, uma Rainha toda de mantos, uns patetas que são Reis porque os avós já eram.
Falta esclarecer o povo? – As televisões, sobretudo, não cumprem o seu dever de esclarecer o povo. Bastava ouvirem os portugueses que vivem e trabalham nos países onde há Monarquias: na Holanda, no Canadá, na Austrália, na Suécia, na Inglaterra, no Luxemburgo, na Espanha, na Bélgica, noutros países onde há Rei ou Rainha. E compare-se com aqueles onde há República. Veja-se a grande diferença que há entre o Japão e a China, o Canadá e a América, a Nova Zelândia e a Argentina. É abissal. Os países mais atrasados do mundo são Repúblicas. As ditaduras são Repúblicas. Os países mais livres, mais ricos, onde há maior bem-estar, mais Justiça, melhor saúde pública, são Monarquias. Só que isso não passa na televisão. Dantes havia uma censura, hoje parece que cada órgão de Comunicação tem a sua…
As vantagens da Monarquia nunca são realçadas? – Pelo contrário, a Monarquia foi e é difamada com falsidades e a maior parte dos historiadores fica calada ou consente nessas falsidades. Há na Comunicação um complexo mesquinho que se serve de mistificações e mentiras, muitas delas com mais de cem anos, como aquela de nos arriscarmos a ter um Rei maluco a quem sucederia um filho maluco. Como se não se soubesse que os Reis portugueses são aclamados pelas Cortes e só depois desta confirmação podem reinar! Portugal, aliás, nem tem casos de Reis incapazes na sua História. Nós somos o país com menos razões para ter uma República. E os outros também as não têm. Actualmente, com a globalização e o acesso à informação, está à vista de todos a diferença abissal entre os países com supostas democracias republicanas e os países com democracias monárquicas, democracias reais. Na Europa, tirando o caso da Monarquia Inglesa, que não tem a tradição de o Rei ou a Rainha andar a passarinhar por King’s Road, todos os Monarcas andam livremente entre o seu povo, falam com toda a gente, nem trazem segurança. São pessoas absolutamente normais e respeitadas pela qualidade que têm e pelo trabalho que fazem.
A Monarquia expressa melhor do que a República a identidade nacional? – Na Monarquia, o povo está unido numa figura que é de todos. Isso, uma República não consegue fazer com nenhum Presidente. A função do Rei é apaziguar, enquanto o Presidente é uma fonte de dramas, problemas, conflitos. E também corrupção. Abre-se um jornal qualquer e só se vê escândalos em Repúblicas, desvios de dinheiros, abusos e prepotências. São antros de quadrilhas, de máfias, que mudam as leis para se safarem da cadeia. E ninguém importante é preso: quem foi preso em Portugal por corrupção? Um insignificante negociante de sucata? Há um clima de impunidade porque não há sentido de unidade em torno de um projecto nacional, que só o Rei personifica. Na Europa, antes da Revolução Francesa, as Repúblicas tinham Rei. Quando se começa a obrigar o povo a “eleger” esse Rei, chamado Presidente da República, aí divide-se o povo. Perde-se a ideia de o Chefe do Estado ser o chefe de uma Família que a todos representa, que representa a Pátria. Há pouco, na América, toda a gente dizia maravilhas do Obama. Agora já começam a dizer que não, que era muito bom na campanha mas que depois já não presta. Claro que, por definição, nenhum Presidente presta. Mas isto mostra bem a fragilidade da instituição presidencial.
Nas suas andanças pelo mundo, sentiu a dimensão universal da Nação Portuguesa? – Senti. Logo nas primeiras vezes que fui a África. Depois de todas aquelas horas de avião, chegar a Luanda e sentir-me em Campolide ou em Campo de Ourique… No Brasil, também. Ainda hoje uma pessoa lá sente a importância da Família Real Portuguesa. No Brasil, a instauração da República foi também uma coisa horrível, que só serviu para dar o poder àqueles coronéis para explorarem uma escravatura miserável, mal alimentada. Quando ainda hoje eles gritam “Isabel! Isabel!”, é uma homenagem que prestam à Princesa Isabel, que libertou os escravos com a Lei Áurea e que os republicanos se apressaram a pôr na rua meses depois! A República brasileira é tão nojenta como a nossa. Simplesmente, lá faz mais impressão porque é um país riquíssimo com tanto miserável. O que seria o Brasil se se tivesse mantido o Império? A Família Imperial era a impulsionadora do grande projecto de colonização e desenvolvimento do Brasil, cientificamente preparado, com a fixação das famílias mais indicadas para cada um dos territórios a desenvolver, até com famílias de alemães, japoneses, etc. Há ainda vestígio desse grande projecto na cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catarina, fundada por um colono alemão nesse período de progresso. Mas não é só o exemplo do Brasil. Basta pensar que aquilo que é hoje o Canadá se deve a não ter sido República. A grandeza e o nível de vida da Austrália devem-se a nunca ter tido um Presidente. São democracias exemplares. E depois olhamos para as Repúblicas africanas, por exemplo, e ficamos estarrecidos.
A República é má por definição? – A República é um cancro, uma doença que contamina tudo aquilo em que toca. Veja-se o que se passa nestes países da América Latina. Aquele louco que agora quer mudar a Constituição para lá ficar toda a vida como ditador feroz… E veja-se a grande diferença: o actual Presidente americano, ao visitar o Japão, fez uma enorme vénia ao Imperador. O tal Obama, “o homem mais poderoso do mundo”, perante o Imperador, que não governa mas é um símbolo com milhares de anos, ele curva-se. Sentiu o respeito, talvez instintivamente, por aquela instituição extraordinária. É fantástico. É a diferença entre o poder do Obama e aquela dignidade, aquele peso de história milenar. O Japão é um grande exemplo. Um país tão devastado por desastres naturais, com uma população sempre a crescer, e que vive tão bem. E sem abdicar daquele símbolo real, daquela união com o seu Imperador, com a instituição tradicional.
Apesar da necessária evolução… – Claro, as Monarquias evoluíram e vão sempre acompanhando a vontade do povo. O povo vai elegendo os Governos que quer e o Rei aceita a votação. A Monarquia é um regime em que o povo é representado por uma Família cujo chefe aceita a vontade das maiorias e respeita as minorias. Por isso as Monarquias evoluem. As Repúblicas é que ficam na mesma ou tornam-se ainda piores. As Monarquias progrediram ao ponto de terem preparado a evolução dos povos coloniais. A independência do Brasil foi feita pela Monarquia Portuguesa, pela Casa de Bragança, e foi um exemplo de liberdade sem sangue nem luta. A descolonização britânica, por exemplo, não se pode comparar à criminosa descolonização portuguesa. Os países da Coroa Britânica estavam num grau de civilização tão grande que, no momento de se tornarem independentes, não abdicaram da sua Rainha. Se Portugal se tivesse mantido como Monarquia e se tivesse feito referendos em Angola e nos outros territórios, o mais natural era estes terem ficado independentes sob a mesma Coroa, como na Commonwealth. Agora, até os países que tinham estado ligados à República Francesa, e até Moçambique, estão a mudar para a Commonwealth. Preferem a Coroa Britânica. Preferiram manter-se ligados à sua Rainha, que por sinal é dos Chefes de Estado mais baratos do mundo: para manter as suas despesas, cada súbdito paga anualmente menos de um euro. E o orgulho que têm nela! Endeusam-na de tal maneira que não deixam que ela ande, como outros Reis europeus andam, descontraidamente pela rua. Não, os ingleses querem a sua Rainha majestosa. É a sua tradição própria, e isso é respeitado por toda a gente que vai a Londres e vê aquele amor pela Rainha.
Viveu a descolonização? – Vivi esse drama terrível. No dia da independência de Angola senti-me morrer um pouco. Eu estive em Angola ainda criança, e depois voltei e conheci-a bem. E vivi dois anos em Moçambique, quando estava a acabar o liceu. Andei por todos esses territórios, conheci-os de ponta a ponta, e nunca vi uma aldeia onde as pessoas tivessem fome. Andei pelos sítios mais inóspitos e nunca me passou sequer pela cabeça estar em perigo. Nunca vi fome. É horrível pensar no que fizeram ali. Dizem-me que há sítios da antiga África Portuguesa onde hoje se morre de fome e em que as doenças alastram. Não me conformo. Já quiseram que eu voltasse a Angola e a Moçambique, mas não quis ir. Prefiro não ver. Cabinda foi outra infâmia. Deram o território a quem eles quiseram, quando se sabia que nenhuma relação tinha com Angola. Pelo contrário, Cabinda tinha-se colocado, a pedido dos seus Reis, sob a protecção da Coroa Portuguesa. Os Reis de Cabinda eram afilhados da Casa Real Portuguesa e tinham honras de fidalgos-parentes. É infame terem ligado o Reino de Cabinda a Angola. Esta descolonização foi também obra da República. Alguns grandes republicanos ganharam muito com a descolonização. Sabemos que há meia-dúzia de malandros que tinham fortunas em África, fizeram-se com quem cobiçava os territórios, receberam por isso, puseram o dinheiro na Suíça e entregaram aquilo a criminosos.
Em Monarquia teria acontecido esta descolonização? – Em Monarquia, isto não teria acontecido. Havia uma adesão extraordinária à Coroa Portuguesa. O Príncipe Real Dom Luís Filipe foi a África em 1907, pouco antes de ser barbaramente assassinado pelos republicanos, e foi recebido em glória pelo povo, pelos indígenas. Levava meia-dúzia de oficiais e andou por toda a parte, sempre rodeado de milhares de negros em armas, tudo a prestar homenagem.
Mas o povo não é elucidado sobre a verdadeira História… – Não, estas coisas não divulgam os republicanos. Nem a televisão se dispõe a esclarecer o povo. A televisão actual é a deseducação, é tudo o que há de mais rasca. Com esta lavagem ao cérebro, têm transformado os portugueses num povo atrasado e ignorante. Está adormecido e enfraquecido. Mas é a única coisa que ainda presta em Portugal. Apesar de tudo, o povo ainda consegue estar lúcido. E como é inteligente – somos, que eu também sou do povo! –, revê-se nesta raiva que se tem à corja que domina o país. O povo tem consciência de que a República é dirigida pelos republicanos, e que o seu órgão de estimação, a Assembleia da República, é feita com republicanos. O povo sabe que eles são deputados da República, não são deputados da Nação, não são de Portugal.
Embora lá haja monárquicos… – Acredito, mas nunca ouvi nenhum dizer na Assembleia da República que é monárquico. Se há, não se notam.
No tempo em que Mário Soares foi Presidente da República, muita gente achava que ele “se portava como um Rei”… – Não acho nada. Isso são os republicanos que querem aproveitar o prestígio da figura real para o transplantar para a República. Mas Reis a sério que se pareçam com o Mário Soares, não vejo nenhum! A verdade é mais mesquinha. Estes Presidentes chegam ao poleiro e andam ali durante cinco anos a tratar de ficar em Belém mais cinco, porque por lei só se podem lamber com dez anos. Fazem tudo para lá estar, com a família, mascarados de Reis e de Rainhas. Reis e Rainhas, não, que eles acham pouco: mascarados de Imperadorzinhos, como o Napoleão! Repare que, no Palácio de Belém, a maioria dos móveis é do estilo Império. É ali que eles se sentem bem, não é com o povo. E logo que lá chegam põem aqueles ares, aquelas poses de grandes senhores. Alguns até podem parecer mais sérios, mas acabam por ser todos iguais. Do Eanes diziam que era quase um Condestável, um militar muito honesto, muito patriota, o mais aproveitável daqueles militares todos do 25 de Abril. Se o Eanes era o melhor, então imagine-se o que eram os outros! Também eu acreditei que ele era capaz de mudar isto. Mandei-lhe três vezes uma carta, a dizer: “pelo que representa, de honestidade, de patriotismo, acho que vai ser o senhor a sugerir que se faça um referendo sobre a República, esse golpe de Estado executado por meia dúzia de malandros. E ficaria na história como o homem honesto que devolve ao país o seu regime natural”. Nunca respondeu à carta e disse-me depois que nunca tinha recebido. O Eanes é muito poucochinho. Eu é que, em dada altura, tal como muitos portugueses, achava que ele iria deixar obra. No fundo, este é um problema da República que não tem solução: a gente elege desconhecidos. O Rei, esse não nos engana: nós conhecemo-lo, somos da família.
Não há Repúblicas boas? – Não há uma República que se aproveite. Por exemplo, diz-se que depois da guerra a Itália se transformou numa bandalheira, com governos atrás de governos. Mas é preciso dizer que foi depois da guerra, mas foi depois da República Italiana! E a verdade é que a Família Real italiana foi vítima do Mussolini, que foi eleito pelos italianos e que o Rei teve de aceitar. Na Alemanha, a República é proclamada em 1918 e daí é que vem o Hitler! Na Grécia, o Rei opôs-se a ter o embaixador americano no Conselho de Estado e por isso foi derrubado por um golpe de coronéis. A Monarquia é o grande inimigo das ditaduras.
Houve a chamada “ditadura de João Franco”… – É inacreditável dizer-se que o Governo do João Franco era uma ditadura. Na verdade, era uma hipótese de se poder governar contra a bandalheira, numa situação muito parecida ou igual àquela que temos hoje em dia. Depois, com toda a confusão e terrorismo da I República, claro, veio o Salazar. Dizem que foi uma ditadura muito horrível, que prendia os opositores. Quantos estavam presos no 25 de Abril?, pergunto. Muito poucos. Bom, seja como for, antes prendê-los do que matá-los, que foi o que a I República fez. Em qualquer dos casos, nem a Primeira, nem a Segunda nem esta Terceira República têm nada a ver com o nosso povo, com as antigas liberdades da Monarquia Portuguesa, com a alma da nossa gente. Não há nenhuma Monarquia que tenha defendido tanto o povo como a nossa. Contra os grandes. Contra o abuso da Nobreza. Também por isto, é uma ingratidão Portugal ser uma República: é negar o valor dos nossos Reis. Em Portugal há a tradição de uma relação directa muito forte entre o Rei e o povo. O meu pai dizia que era caso único na Europa nunca ter havido aqui uma luta entre o Rei e o povo. Houve lutas entre o Rei e os poderosos, ou entre o povo e os poderosos. Entre o Rei e o povo, não há memória.
O 1º de Dezembro de 1640 trouxe-nos a Dinastia de Bragança… – Uma Dinastia fantástica. Embora, claro, no aspecto jurídico, os Felipes tivessem tido razão em achar que eram os Reis legítimos. E até nem foram nada maus Reis. Mas 1640 deu-nos a grande Dinastia de Bragança, hoje representada por Dom Duarte Pio. Acho que o Senhor Dom Duarte está na mesma posição do Rei D. João IV. E acho bem a posição que tem. Ele pôs-se à disposição do povo português, caso o povo português tenha a lucidez de lhe pedir para ser Rei. Tal como D. João IV. Aliás, diz-se que o Senhor D. João IV teve até certa relutância em aceitar a tarefa de ser Rei. O actual Duque de Bragança tem mais esse aspecto em seu favor: disse que está ao dispor do Povo Português, ao dispor de Portugal.
E a presente Família Real? – É uma Família exemplar – e seria na mesma, ainda que não fosse Real. É pena os portugueses não conhecerem melhor os Duques, os Infantes, a sua vida. Se conhecessem, sentiam-se inevitavelmente parte da família. A Monarquia, na sua simplicidade, é isso mesmo: sermos todos da Família Real. Dom Duarte é um Senhor cultíssimo, honestíssimo, filho de gente honesta, um Senhor de grande bondade e pureza. A Senhora Dona Isabel é também extraordinária, uma Senhora que ultrapassou todas as expectativas. É gente à séria, que já deu a Portugal uma belíssima geração de Príncipes.
Conheceu os pais do Senhor Dom Duarte? – Muito bem. Deslumbrantes de simplicidade e nobreza. Conheci-os nos anos 50, quando o Salazar os autorizou a regressar à Pátria. O Senhor Dom Duarte Nuno e a Senhora Dona Maria Francisca voltaram logo que puderam, sabendo que lá fora estariam muito melhor e nada lhes faltaria. Apesar disto, vieram para Portugal, para uma espécie de exílio em São Marcos, onde os fui ver, num palácio gelado, sem condições. A República não os queria em Lisboa, preferia isolá-los. Os bens da Família Real estavam confiscados, para que não tivessem muito dinheiro. E sujeitaram-se a isto com o sentido de servir, vivendo naquela quase humildade, naquela simplicidade. Só Príncipes à séria, com séculos de dignidade em cima, é que aguentam.
Voltemos à História. Haveria alguma razão para se derrubar a Monarquia em Portugal, há cem anos? – Nenhuma. Era uma das Monarquia mais livres e avançadas da Europa. Portugal foi dos primeiros países europeus a ter um Partido Socialista. E fomos a única Monarquia da época a permitir um Partido Republicano. A liberdade em Portugal era tal que acabou por permitir que se desse a mão aos criminosos. O Marquês de Belas contava que uns fiéis, cheios de boas intenções, foram ter com o Senhor D. Carlos, pouco antes do regicídio, e disseram: “Meu Senhor, temos de pôr fora de combate meia dúzia de criminosos”. E o Senhor Dom Carlos respondeu: “Não quero sangue!”. Não deixou. Tinham resolvido o problema. Não era assim tanta gente. Era o sr. José Relvas e meia-dúzia de milionários e uns condes e viscondes traidores. Eram uns comerciantes ricos. Foram eles que fizeram o 5 de Outubro, apoiados pelos galegos da Baixa de Lisboa que foram para a Rotunda fazer número, como reconheceu o Raúl Rêgo (que até sugeriu que lhes fizessem uma estátua), e também pelos de Aldeia Galega, hoje Montijo, que se vangloriam de terem sido os primeiros a hastear a bandeira republicana. A I República não teve o mesmo prurido do Senhor Dom Carlos. A República não era de prender: matava os seus inimigos, eliminava quem se lhe opunha. Até sindicalistas! Levavam-nos para Monsanto e abatiam-nos sem misericórdia. Nem sei como é que há comunistas que podem admitir, sequer, a ideia de República Portuguesa. Só por ignorância do que a República fez. Mas o Bernardino Machado dizia que a República não se queria implantar sobre um crime… – Isso era conversa. Uma coisa que eles tinham era aqueles dotes oratórios, à maneira francesa. Aliás, em tudo da República se vê a influência francesa e jacobina. Paris era tudo. Os meninos vinham de Paris, trazidos num berço no bico das cegonhas. Falava-se à mesa em francês, para as criadas não perceberem. Era uma snobeira pegada. Os políticos portugueses, esses doutores de aldeia, viviam deslumbrados com Paris. A República continuou o fascínio provinciano. E os grandes políticos da República, ou estavam em Lisboa a fazer negócios e a roubar, ou se exilavam em Paris, nos melhores hotéis, a completar negócios com o nosso Ultramar. Por isso especializaram-se naquela oratória importada, papagueada com grandes declamações. Mas, por melhor que falassem, não conseguiram ocultar esta verdade: a República assenta num lago de sangue. Assenta no homicídio do Rei e do Príncipe Real. Num regicídio. Salvaram-se a Rainha e o Infante D. Manuel (ferido). É um crime que nunca foi julgado. Não foi o povo quem matou o Rei e o Príncipe Real, foram os carbonários que fizeram o regicídio, que apavorou o povo, como contava o Mestre Alfredo Marceneiro. Ele era operário, morava em Santa Isabel e viveu todo esse período.
Que contava ele? – Contou-o há trinta anos, em Pintéus, durante um programa de fados para a televisão em que insistiram para eu gravar uma conversa com ele. Eu nunca tinha feito entrevistas, não tinha experiência nesse campo e não sabia o que havia de lhe perguntar. Mas insistiram e lá aceitei. E como era o dia 5 de Outubro, perguntei-lhe: “Ó Tio Alfredo, hoje é dia 5 de Outubro. Isto diz-lhe alguma coisa?”. E ele respondeu-me: “Sim, filho. Eles, primeiro, mataram o Rei e o Príncipe. Em Lisboa, o povo ficou a chorar. Passados dois anos, andaram grupos pelas ruas, aos tiros e aos gritos, a dizer ‘não saiam de casa, que é uma revolução!’. O povo acobardou-se e eles fizeram a República”. E foi realmente assim. Os republicanos tinham criado um clima de pavor e o povo tinha medo. A República foi feita em Lisboa e o resto do País soube pelo telégrafo. O povo não teve nada a ver com isso. E ainda hoje vejo muito pouca gente a intitular-se republicana.
Que nos trouxe, afinal, o 5 de Outubro? – O 5 de Outubro só nos trouxe duas coisas: miséria e sangue. Está marcado pela violência, pela Formiga Branca, pela Leva da Morte, por muitos e muitos terroristas tenebrosos republicanos. A propaganda republicana diz que fizeram muitas escolas. Muitas escolas? As chamadas “escolas republicanas”, do Magalhães Lima e quejandos, eram como as escolas soviéticas, coisas para lavar o cérebro aos meninos, em que a República era apresentada de mamas ao léu e se dizia que os Reis andavam a cavalo e batiam na gente. Uma corja! Querem agora comemorar estes bandalhos, como se fossem uns heróis. O que eles foram foi traidores, assassinos e ladrões. Por isso, estes criminosos têm de ser julgados. Não é comemorar os cem anos: é julgar a República! Até podia, por absurdo, ser absolvida. Mas é preciso que os portugueses saibam quem a fez e porquê. E contar a história toda. E dar a conhecer os testemunhos de quem viveu aquele horror, como o Marceneiro e milhares de outros portugueses. Esse, como homem do povo, conhecia bem quem eram os republicanos e o que fizeram aos operários e sindicalistas. O povo conhece melhor do que ninguém esta corja. Por isso eu sempre disse: “Façam o referendo!”. Mas a República nunca o fez. O povo, na sua essência, é monárquico. E quanto mais humilde, mais razões tem para não ser republicano. Nas casas da gente do povo, quando os filhos começavam a desnortear e a serem malandros, os pais diziam: “Olha que isto aqui não é uma república!”. É uma expressão bem popular, que cada vez está mais certa.
Nunca ninguém viu essa entrevista com o Marceneiro… – Pois não! O programa esteve muito tempo suspenso e só acabou por ir para o ar sem essa entrevista, censurada por ser “incómoda” para o Sistema…
Ser monárquico não é cómodo. – Eu sei bem. O meu Pai era profundamente monárquico, por convicção, por estudo. Era da Madeira e veio muito novo para a Universidade de Lisboa. Eu tive a sorte do que aprendi em casa dos meus Pais. O ser justo, até em relação a mim próprio. O sentido de justiça. O sentido da família. Agora quase querem acabar com a família. Ter uma família normal, com o pai, a mãe e os filhos a viverem num lar, felizes e contentes, qualquer dia parece mal. Graças a esse ambiente familiar, e também pelo estudo e por convicção, fui monárquico muito novo. E lembro-me de que, quando tinha onze ou doze anos e dizia que era monárquico, alguns dos meus colegas riam-se. Sempre a propaganda republicana a trabalhar! Achavam que ser monárquico era uma coisa antiga. Quando é o contrário. Claro que depois encontrei outros jovens monárquicos, e distribuíamos panfletos quando havia eleições presidenciais, “Viva a liberdade!”, aquelas coisas. E organizámos o DPR (“Deus, Pátria, Rei”), sempre com grandes preocupações de justiça social. A Infanta Senhora D. Maria Adelaide dava-nos cartas de pessoas que tinham escrito a pedir auxílio e íamos visitar essas pessoas, ajudar no que era possível. Para mim, a ideia de Monarquia esteve sempre muito ligada à ideia de Justiça.
O facto de serem poucos não o desanimava? -Não, antes pelo contrário. E sinto que cada dia tenho mais razão. O espectáculo que vejo na Assembleia da República põe-me cada vez mais anti-republicano. Cada dia que passa vejo mais razões para detestar esta velha tenebrosa, sinistra, pior do que a madrasta da Branca de Neve, esta velha horrível que vai fazer cem anos. É por isso que o facto de ser anti-republicano é quase mais forte em mim do que o facto de ser monárquico. Ser monárquico acho completamente natural em qualquer pessoa que abra os olhos e veja a diferença.
Que interesses moviam os republicanos do 5 de Outubro? – Ficarem donos disto, tomarem conta dos negócios em África e no mundo português, de tudo. Como sinal de domínio, até puseram a esfera armilar na sua bandeira. Por isso tinham de começar por tentar acabar com o respeito ao Rei, que era o grande travão aos republicanos. A honestidade da Família Real representava para os portugueses um exemplo. O Rei D. Carlos não tinha Corte, não dava festas, acima de tudo era um grande artista, um grande cientista e um defensor da liberdade. Por isso o mataram. O que os republicanos queriam era tratar dos seus interesses pessoais. Abocanharem tudo, sem amor a nada. O amor deles era dinheiro e poder. Arrastaram o povo para a guerra de 1914 para fazerem os seus negócios, a pretexto de obterem “o reconhecimento da República” e de irem ajudar os Aliados, quando a própria Inglaterra dizia “Não venham, que só empatam!”. E com isto morreram milhares de pessoas, milhares de soldados, filhos do povo mais pobre. Um crime sem nome. Tal como hoje em dia, em que a maior parte está metida em falcatruas e embrulhadas. Dantes era carne para canhão, hoje é carne para betão. Basta olhar para eles: está-lhes escrito na cara. São figuras da Revolução Francesa e da I República. São sinistros. Com este desprezo pelo povo, o que eles mostram é que não são portugueses, têm ódio aos avós, raiva às suas raízes. Desprezam “a ralé”. Olha-se para a galeria de retratos dos grandes republicanos e vemo-los todos muito inchados da sua própria importância. Uma corja!
Souberam trabalhar bem a propaganda…. – Claro, começaram por dominar a Imprensa. Chegou-se ao ponto, na Monarquia, de praticamente não haver jornais monárquicos. A Família Real era insultada nos jornais. A democracia mais livre da Europa era a portuguesa. Diziam coisas horrorosas do Rei e da Rainha D. Amélia, dos Príncipes, tudo. Difamavam sem pudor. Ora, os nossos Reis eram dos melhor preparados da Europa. Quando o Senhor D. Carlos foi assassinado, os próprios republicanos franceses disseram: “Mataram o Chefe de Estado mais culto da Europa”. Com a idade com que foi assassinado, deixou uma obra extraordinária como estadista, como cientista, como artista, como se tivesse vivido duzentos anos. A visão do Rei sobre a importância do mar é uma coisa que só agora compreendemos bem como era acertada. A principal função do iate real era científica, para estudar as espécies, o fundo do mar. Com a República, parou tudo. O que Portugal seria se os estudos do Senhor D. Carlos tivessem continuado naquela altura! A Família Real estava muito à frente, mesmo em termos europeus. A ideia do turismo de qualidade é introduzida pela Rainha Maria Pia. Tínhamos uma Realeza de altíssima qualidade. Como não suportavam a ideia de o Senhor D. Carlos ser um aguarelista exímio, admirado internacionalmente, os porcos dos republicanos até diziam que era um italiano que cá vinha pintar os quadros do Rei, quando se sabe que ele era um pintor extraordinário. Inventavam tudo!
O centenário da República é uma boa ocasião para esclarecer? – É uma boa ocasião para pôr a nu os criminosos que fizeram o 5 de Outubro: apenas traidores, assassinos e ladrões. Não há um que preste. É por viver debaixo de uma República imposta, sem referendo, que Portugal está mais pobre e cheira mal. Eu só pergunto: o que foi, então, que ganhámos com a expulsão da Família Real?
Para fazer um referendo sobre o regime, será preciso alterar a Constituição, que diz que a República é intocável… – Aí está uma razão para não se poder respeitar a actual Constituição, que é o resultado de uma ditadura que subsiste há cem anos e já teve não sei quantos golpes de Estado. Em Inglaterra não têm Constituição escrita e não é por isso que deixam de ser uma Nação avançadíssima. Mas só o facto de o texto constitucional da República não permitir sequer que o regime possa ser questionado mostra bem a perfídia e a hipocrisia dos republicanos. O Medina Carreira é que os desmascara. Esse grande senhor daria um grande conselheiro do Rei de Portugal. Diz as verdades. Só que, depois, nada acontece. Ele chama-lhes ladrões, chama-lhes tudo, mas eles não têm coragem de levar o senhor a tribunal! São uns cobardes. Nem sequer têm coragem para processá-lo. Fazem que não lêem. Não me parece que tenham coragem para fazer um referendo ao regime. Mas tinham de fazê-lo. Não para nos perguntarem se queremos Monarquia, mas para nos perguntarem se queremos República. Essa é a pergunta que esperamos há cem anos e ainda não nos foi feita.
Já tudo se prepara, entretanto, para a eleição de mais um Presidente da República… – Nós, os Portugueses, estamos “condenados” a não ter sossego, a ter de gramar as “batalhas” presidenciais para ficarmos, daqui a mais de um ano, com um Professor Cavaco, ou um poeta Alegre, ou um médico turista que só vê miséria além-fronteiras, ou qualquer outro megalómano pomposamente instalado no Palácio de Belém. Ou a actual família presidencial ou uma nova família presidencial. A mesma primeira-dama ou uma nova primeira-dama. A mesma numerosíssima Corte ou uma nova numerosíssima Corte. “À grande e à francesa”! Até lá, vamos assistir às mais que “merecidas” comemorações do centenário da mais que “memorável” República Portuguesa! Ora, todos estes males se resolvem com um Rei ou Rainha. As Monarquias, além de tudo o que têm de mais democráticas, livres e ricas, não perdem tempo a discutir quem vão ser os próximos Chefes do Estado. Que chatice! Nós não precisamos disto. Portugal tem quase mil anos. Temos uma História que nos deixou direitos e regalias que não podemos perder. Temos direito a ter Reis. Façam um referendo: Monarquia ou República. Os emigrantes portugueses que trabalham nas Monarquias do mundo que venham testemunhar as diferenças entre as democracias reais e as repúblicas. Façam o referendo, corrijam a história, não nos roubem mais.
Terminamos?
Terminamos com um brinde: Viva Portugal!
Blogue João Ferreira-Rosa: http://ferreirarosa.weebly.com/index.html
3 comentários:
...era importante que até os monárquicos conhecessem bem a Família Real,...que A conhecessem e lhe seguissem o exemplo!...
É verdade! E se tivessem mais amor pela Família Real, a Monarquia já estava reinstaurada em Portugal.
Bem haja!
Concordo, sem papas na língua mesmo, este João Ferreira-Rosa, é sem dúvidas um "espectáculo", quer como Fadista quer como Monárquico, há poucos como ele.
Parabéns Maria Menezes, pelo blogue!
Saudações Monárquicas,
Diogo de Campos
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