" Tem sido este um dos pontos mais batidos por certa propaganda republicana, num esforço tenaz e persistente de incutir nos espíritos o preconceito de que o regime monárquico representa o domínio das classes poderosas em detrimento do povo. Nada mais infundado nem mais injusto!
Precisamente a aliança tácita e leal entre os Reis e o Povo é uma das constantes da nossa História.
Das três classes, os três braços de que se compunha a Nação - Clero, Nobreza e Povo - é de notar que algumas dissenções se manifestaram entre os dois primeiros e os monarcas, mas que nenhuma questão digna de registo surgiu, através dos séculos, entre o Rei e o Povo.
Ao contrário, era na classe popular que os nossos Reis sempre se apoiavam contra as ambições poderosas. Por outro lado, o Povo apelava para o Rei como seu protector, e sentia na autoridade real a melhor garantia das suas liberdades e do seu próprio poder e engrandecimento. "
Mário Saraiva
Verifica-se, pelo contrário, que tal domínio das classes poderosas se tornou verdade com o aparecimento do sistema de partidos, em que o Povo deixou de poder contar com esse protector tradicional, pois que com a plutocracia e com a chamada " democracia " vieram ao de cima as insaciáveis clientelas partidárias e os políticos de profissão, os devoristas, em suma.
Cristina Ribeiro, Estado Sentido
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