"PREOCUPA-ME O FUTURO DE SINTRA"
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O Duque de Bragança aprecia a natureza e a beleza de Sintra. Quer, por isso, ajudar a preservar o que de melhor tem a Vila. Apela para um crescimento urbanístico ordenado e para o uso dos transportes públicos colectivos. Para relaxar, dedica-se à horticultura.
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Na sua opinião, o que faz falta em Sintra? Tem vindo a fazer falta um critério claro sobre aquilo que queremos para o nosso futuro. Daí, um desenvolvimento urbanístico descontrolado. E esta questão é fundamental, porque se prende com a qualidade de vida das pessoas. Continua a fazer falta uma política concertada que desincentive o uso do automóvel. Devíamos era estimular o uso dos transportes públicos colectivos. Faz falta uma ligação ferroviária que ligue Sintra a Cascais e uma melhor rede de transportes rodoviários, tal como existe em qualquer outra cidade europeia. Mas faz-se precisamente o contrário. Veja-se: o alargamento do IC19 só vai fazer com que se utilize ainda mais o automóvel.
A que actividades se dedica neste momento? Dedico-me à horticultura, aqui na minha horta, mas como um “hobby”. Por outro lado, tenho a direcção da Fundação D. Manuel II, onde é desenvolvido um trabalho com os países lusófonos. Sou, também, convidado a participar em variadíssimas acções culturais, de caridade, entre outras.
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Porque motivo não tem um papel mais activo na política? Como Chefe da Casa Real Portuguesa não me é permitido estar envolvido em assuntos partidários. E se não for pela via partidária não há participação política que seja aceite em Portugal. No entanto, tenho tido acções diplomáticas e de colaboração com vários governos lusófonos e árabes. Uma das coisas que considero absurda é o facto de o Presidente da República - que tem de ser uma figura independente e isenta – ser, quase sempre, um líder partidário. É como se num jogo de futebol um árbitro fosse sócio de um dos clubes. Isto é uma das grandes contradições da República.
Fonte: Magazine Cultural de Sintra
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