quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O ERRO DOS REGICIDAS


Ao contrário dos presidentes, os reis não morrem. Dir-se-ia que o Rei é um só, com cambiantes de carácter  e do tempo que cada episódio da monarquia vai oferecendo. Enganavam-se os republicanos quando afirmavam que a ideia monárquica desapareceria com a partida de Dom Carlos e do Príncipe Luís Filipe. Enganaram-se uma vez mais quando, sem descendência, morreu Dom Manuel II. Mas a ideia ficou, o sentimento de simpatia familiar do povo permaneceu inquebrantável, não obstante os poderosos tudo terem feito para que ao longo de décadas a nossa família real fosse exilada, censurada, minimizada e, até, ridicularizada. Mais de um século após a infame matança, eis que o Chefe da nossa Casa Real é um dos mais respeitados homens do país, de decência, patriotismo e desinteresse pessoal absolutamente inquestionáveis. O mistério da Monarquia não tem mistério porque, afinal, o Rei também somos nós, portugueses aspirando à libertação, à partilha de tudo quanto dos une, ao bem que desejamos para esta terra. O Rei é todos num homem. Por isso não tem agenda, não tem partido, não negocia, não trai, não promete, não vive do contingente, não tem amigos na acepção comercial de um interesse. 

A evocação do regicídio deveria ser, afinal, a prova da imortalidade do sentimento monárquico. Há semanas, falando com S.A.R., O Príncipe da Beira, jovem de 17 anos, pressenti o peso dessa responsabilidade que se herda e não se discute, o peso e a responsabilidade de vir a ser um dia aquilo que o Senhor Dom Duarte tem sido ao longo destas décadas de chumbo; aquilo que foi, desde 1143, a função dos nossos Reis. A Família Real une e é respeitada porque é um símbolo nacional e porque lembra aos portugueses que há coisas que estão para além do nosso tempo. Os regicídios acontecem na proporção do ódio ou da estupidez daqueles que desconhecem o intrínseco carácter democrático e libertador da Monarquia. 
Felizmente, vai-se dissipando lentamente a teia de mentiras, de preconceitos e ignorância fabricada pelos inimigos da ideia monárquica. Um dia, quando tomarem consciência do mal que fizeram a Portugal e se biografar a passagem  de Dom Duarte pelo nosso tempo, os mais honestos lamentarão o que perdemos todos por não se ter sabido aproveitar a dedicação de um homem que tem sido, em todas as causas que abraça, o que de melhor tem Portugal.

2 comentários:

João Mattos e Silva disse...

Lindíssimo texto.E como sintetiza bem o que é, de facto, o Rei.

Maria Salgueiro disse...

S.A.R. o Príncipe D. Afonso que eu espero ver como Rei Afonso VII, representa assim como o seu pai D. Duarte a continuidade de uma família que durante oito séculos governou os destinos do nosso Portugal e não há nada que o impeça, pensem o que pensarem.

REAL!REAL!REAL! pelo mui alto,muito poderoso e fidelíssimo Rei de Portugal D. Afonso VII. Deus o salve!