Dia 3-94
Cêna ao almoço por não querer acabar a sôpa, dizendo faltar-lhe sal, no fim de já ter comido metade, continuando a dizer que lhe falta o sal e já está fria. Isto acompanhado de máu humor. Não aceitou os meus conselhos, procurando sempre irritar-me.
De noite houve a cêna do colête. O Senhor Infante, pediu ao Príncipe para lhe apanhar o colête que lhe tinha caído no chão. S.A., O Príncipe apanou-o com o pé. O Senhor Infante desesperou-se pela acção, enfureceu-se, agarrando-se um ao outro. O Senhor Infante, chamou-lhe "diabo", desistindo da luta, visto o Príncipe ser mais forte do que êle. Não pôde resignar-se com aquele procedimento.
Durante o dia estiveram tão maus que à noite ao rezarem, quando se chegou à confissão, o Infante pausou e disse:
«Hoje não estive nada bom. Vejo na consciência».
Do livro, O REI SAUDADE
Crianças são assim mesmo. No entanto aqui é bem notória a educação de valores morais bem assimilados e sentidos. Às vezes não é necessário pedir desculpas, por que até nem podem ser sinceras, mas sim um descarte de consciência. Mas aqui, não, houve uma dor de consciência que vale mais que ser obrigado a pedir mil desculpas. Lindo! Gostei do episódio.
ResponderEliminarEdite Cecília Rodrigues
Acho esta carta uma ternura. O Infante tão pequenino já tinha consciência que o dia tinha corrido mal. Tenho outras cartas do próprio Infante com 7 anos de idade, escritas ao Príncipe e à "Carlita" que era a D. Carlota Campos.
ResponderEliminarEstão no blog e se tiver paciência de as procurar vale a pena lê-las.