Foi com surpresa que li a notícia da remoção de Camilo Castelo Branco dos programas do ensino secundário. Bem, na verdade a noticia em si não foi assim tão surpreendente: são tantos os grandes autores de Língua Portuguesa que algum terá de ficar, necessariamente, para trás. Por um lado é triste mas, por outro lado, também é motivo de orgulho para todos os falantes da Língua de Camões ter tantos e tão bons escritores.
O que surpreendeu foi pensar que muito provavelmente será mantido o estudo de uma obra que não obedece às regras de Língua Portuguesa que qualquer um aprende, desde cedo, na escola.
Ao contrário do que muitos afirmam aquilo não é exemplo de inovação na Língua Portuguesa, que é herança/património de todos os seus falantes. Por conseguinte estes têm o direito e a obrigação de se indignar quando sentem que a sua herança/património está a ser maltratado.
Se algum estudante ousasse sequer escrever num teste ou trabalho como aquela obra foi escrita veria, por certo, um grande traço vermelho sobre o seu texto. Seria considerado incorrecto por desobedecer às regras básicas da Língua e o argumento de ser uma ‘escrita inovadora’ de nada valeria.
Depois de 12 anos a estudar um conjunto de regras da Língua tem-se de estudar a obra que, intencionalmente, não as cumpre? As regras existem para alguma coisa! Que seria de nós se cada um decidisse escrever não respeitando as regras pré-definidas?
É isto o ensino da Língua Portuguesa em Portugal? Que se pode esperar de um ensino assim? Que frutos dará? Certamente uns muito amargos.
Isto só demonstra a pobreza do ensino no nosso País. Cada vez mais se nota a falta de cultura dos nossos jovens, mas em todos os aspetos, quer seja história, língua portuguesa, cidadania e até a sua própria maneira de estar é bem elucidativa, quanto à educação que têm.
ResponderEliminarEdite Cecília Rodrigues
E a pobreza dos governos que temos tido até agora. Esses é que são os grandes culpados em tudo sobretudo os socialistas. O socialismo está a dar cabo do mundo!!!
ResponderEliminarE não há sensibilidade da vossa parte para compreender o que é liberdade artística?
ResponderEliminarOu acham que isso não é importante para o desenvolvimento de um pensamento abstracto e inquiridor de um adolescente? Todos os estilos artísticos tendem a desenvolver-se ao longo dos tempos...a literatura não fica por certo atrás.
Um bem-haja
Sérgio Duarte
Qual liberdade artística o quê? Desde quando a lingua portuguesa é uma arte?
ResponderEliminarÉ por causa disso e de outras que são uma cambada de incultos e ignorantes que não sabem nada de nada!
Liberdade artística? Já imaginaram a confusão que seria se cada um falasse ou escrevesse como queria, à revelia das regras definidas? Está em causa uma das mais importantes características do ser humano: a capacidade de comunicação. Está ainda em causa um dos maiores factores de união nacional!
ResponderEliminarE se, em nome da liberdade artística, alguém decidisse escrever um livro composto unicamente por palavrões ou calão? Teria esse livro, em nome da liberdade artística, lugar nos programas de Língua Portuguesa?
Os cuidados a ter quando se escreve não são os mesmos que se devem ter ao compor ou pintar. Pode não se gostar de determinado musico ou pintor mas aceita-se que a sua obra seja manifestação da sua criatividade. Esta aceitação não coloca nenhum princípio básico em causa.
Pode-se até não gostar do conteúdo d'Os Maias, da Mensagem, d'Os Lusíadas, da Aparição (só a título de exemplo) mas ter-se-á de reconhecer nessas obras a criatividade dos autores, que a exerceram usando as mais elementares regras da língua em que escreveram. O respeito e cumprimento das regras não é, portanto, limitador da criatividade, que também considero de grande importância.
O desenvolvimento de um pensamento/raciocínio abstracto é de suprema importância mas para isso existem disciplinas muito mais apropriadas, como por exemplo a matemática e a geometria descritiva. Mas destas disciplinas, pela sua aparente dificuldade, ninguém fala e todos fogem.
É igualmente de elevada importância o desenvolvimento de um pensamento inquiridor mas também para isso existem disciplinas muito mais adequadas como, por exemplo, a Filosofia. O caso do pensamento inquiridor é, no entanto, um caso particular que, na verdade, deve ser desenvolvido ao longo de toda a vida e não só numa ou duas cadeiras/disciplinas. Aceita-se, portanto, que o estudo da literatura também seja útil para o seu desenvolvimento. No entanto, deve estar sempre presente na formação de uma jovem mente (e não só) a ideia de incutir o respeito e cumprimento das regras. Caso isso não seja feito, estar-se-á a passar uma ideia errada aos jovens com consequências potencialmente nefastas.
Desde alguns anos a esta parte que se pretende descaracterizar Portugal,tudo começou com um pseudo engº que assumiu o cargo de primeiro ministro da Nação e que berrava que a sua prioridade era Espanha,Espanha Espanha...
ResponderEliminarDepois passou pelo esvasiamento dos conteudos de História Portuguesa ensinados na escola.Para completar o "ramalhete" impingiram-nos um acordo ortográfico,que apenas visa a criolização da lingua,deixando o portugês padrão europeu submetido ao português (a que eu chamo colonial)falado no Brasil.
Está tudo em decadência! Até a nossa língua não foi poupada...
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