terça-feira, 28 de junho de 2011

MONÁRQUICO - AQUI E AGORA

Não sou Monárquico, nem sei bem se na verdade o sou mesmo, mas aqui e agora sinto-me Monárquico.
De um modo geral os países da Europa com Monarquias instituídas não têm tido, nem estão a ter a mesma dose de problemas que têm os países Republicanos, sendo até os mais bem nivelados sócio e economicamente.
É evidente que falo de Monarquias modernas, atualizadas, funcionais, inserida num sistema Democrático Direto e sério, não a uma Monarquia que nos possa levar a uma ditadura ou a um desequilíbrio social pior ainda, muito menos a uma Monarquia de ‘fait divers’ e de ‘jet sets’ carnavalescos que a matariam logo à nascença… mais ‘palhaçadas, já ninguém atura, refiro-me a um regime que represente a nação e o nosso Povo condignamente, com uma imagem mesmo virada para fortalecer o nome/marca Portugal considerando as exportações, pensando também no Turismo direto para eventos reais e indiretos, aliás, não é preciso inventar nada, tudo é feito por aí fora.
Voltando ao cerne da questão e que me parece bem mais importante e interessante que é a comparação, teórico prática, com a República, procurando nos recentes acontecimentos pontos que se possam realmente colocar em cima da mesa.
A Constituição Portuguesa não permite, por qualquer meio legal, aos portugueses poderem optar por outro regime que não o Republicano, ao contrário de outros países, nomeadamente as nações Monárquicas, quase que ‘obrigando’, se houvesse tal movimento e desejo em massa, a um ato de violência, o que não se põe sequer em causa.
Mas no caso da possibilidade da realização de um referendo, por exemplo, estou em crer que a Monarquia teria uma percentagem maior e mais de votantes que os resultados alcançados, pelo atual Presidente da República, nas eleições que lhe permitiram este segundo mandato.
Em Portugal o Presidente da República não consegue uma representação significativa em resultado aos votos obtidos, principalmente quando se trata de um segundo mandato, como temos visto desde 1974 até aos nossos dias, enfraquecendo e limitando o seu poder, assim como a capacidade de poder garantir o normal funcionamento do país em circunstâncias adversas, e, não me refiro a nenhum em especial, senão a todos, por muito que o diga e se esforce um Presidente da República nunca o é de todos os Portugueses.
Antes de mais, como político, oriundo ou não da esfera militar, está sempre comprometido de alguma forma com o sistema político vigente, neste caso, ‘Partidocrático’, onde grassa o tráfico de influências e a corrupção, produto do poder económico financeiro, assim como de grupos e seitas mais ou menos secretas.
Mencionei a situação desde 1974, porque antes desse ano o que aqui relato é ainda mais relevante.
De notar que a República Portuguesa, das que eu conheço, será das únicas, tem enraizada fortemente uma tradição Monárquica, senão vejamos os longos períodos de presidência das personalidades que exerceram o cargo, excepção feita aos conturbados tempos iniciais do regime, antes sem limite e depois do 25 de Abril, com o limite de dois mandatos, sempre cumpridos facilmente, para não dizer docilmente, até agora.
Depois analisemos as funções e verificamos que praticamente poderiam muito bem ser as de um Rei, mas mais, após deixarem o Palácio de Belém em final do limite de mandatos, mantêm pela vida fora mordomias e outras ‘…ias’ como se continuassem a exercer, quase, o cargo, gabinete, secretária/assistente, viatura e motorista… e mais não sei, nem vou querer já saber.
E quanto ao resto... 'é fazer as contas...' como dizia o nosso/deles Engº. António Guterres, mas feitas com os gastos e com as receitas... ah... pois a Presidência da República não tem, nem gera receitas... mas a Monarquia além de gastar menos, gera receitas diretas e indiretas.
Para além de outros motivos, penso que em momentos cruciais durante esta crise económico financeira, social e política, o Povo Português não se revoltou na prática, tanto como nas palavras e nas passeatas, também por receio de que o poder caísse nas ruas e pudesse ir parar a ‘mãos’ menos certas, piores ainda do que nos é oferecido pelo sistema vigente.
Não havia a quem entregar o poder, pelas razões já acima mencionadas, o Povo sentiu-se órfão, esse é o sentimento que não sentiram os chamados ‘acampados’ em Espanha e por isso avançaram e fizeram-se ouvir resultando numa inversão total no resultado das eleições regionais e nas últimas medidas tomadas ontem pelo governo espanhol, que também, obviamente, está a pensar nas sondagens, mas porque lhes tocou fundo o ‘grito’ que o Povo deu.
Mas Espanha que estava no lugar seguinte da fila para o FMI/EU, foi logo prevenindo dentro de moldes já diferentes, mais favoráveis ao Povo e em conjunto com estas últimas medidas as probabilidades são mesmo de que não venha a ser necessária qualquer intervenção de fora.
No caso de um Rei, como o que representa logo por nascimento é a nação e o seu Povo, e, neste caso sim representa mesmo todos os Portugueses, sendo essa a sua primeira prioridade, jurando cumprir e fazer cumprir a Constituição, tudo sempre fará para evitar desvios no sistema Democrático vigente, nunca se chegando a situações tristemente embaraçosas como a que agora chegámos.
Dir-me-ão agora e se um Rei não pensar assim? Se quiser tomar todo o poder? Eu pergunto: e um Presidente da República, não poderá fazer o mesmo?
Claro que sempre poderão existir exceções, em qualquer regime, mas o equilíbrio das forças do Poder do aparelho de Estado bem nivelado sempre defenderá a virtude e no fim está sempre o Povo que é quem deve pôr e dispor, e, não a classe económico financeira que deve servir para a função que lhe é adstrita, gerir os dinheiros do estado e o nosso, seja ele pouco ou muito, tendo por lucro um valor justo, nem um cêntimo a mais, nem um a menos.
Mas quanto a essas exceções, temos sempre que estar atentos!
Nunca pensei chegar a estas conclusões, nem me passava pela cabeça, a não ser pelo lado romântico que nos encanta na Monarquia, mas tenho que ser coerente com a verdade e com a realidade que me rodeia, esta é uma opinião pessoal, mas é a minha, hoje, embora o meu objetivo, o meu ideal seja outro, similar, já mo disseram, mas poderá ter outro nome qualquer.
A meu ver a única, mais rápida e melhor forma de termos uma Democracia Direta e séria é com um regime Monárquico, isto colocando de lado tudo o que envolva violência e confrontos.
Tenham coragem os políticos portugueses e permitam através da Constituição a realização do tal Referendo e verão a vontade que este POVO tem de mudar e rasgar com tradições falsas que lhes têm querido incutir em benefício de uma minoria em detrimento da maioria.
Mas é por estas e por outras que aqui e agora, afirmo, sou MONÁRQUICO!
BLUES ON THE ROCK

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