sábado, 18 de setembro de 2010

ENTREVISTA COM S.A.R., DONA ISABEL DE BRAGANÇA
É no domínio público, que Vossa Alteza tem sido ao longo destes três anos, uma acção social extremamente meritória. Quais são as causas e projectos que Vossa Alteza sente mais inclinação e maior vontade de se dedicar? - Apesar de ter pouco tempo disponível por causa dos meus filhos, tenho-me dedicado a várias instituições como: Ajuda de Mãe, Ajuda de Berço, Ajuda do Recém Nascido, Miastenia Gravis, Trissomia 21 e Aboim Ascenção. Há ainda alguns projectos em que gostaria de me envolver como os lares de 3ª idade, apoio e visitas a prisões e projectos ecológicos, mas como já tenho dito, há que ter cuidado para não me dispersar e prejudicar a família.
Quais poderão ser as principais funções de Vossa Alteza, se amanhã a Família Real for chamada pelos portugueses a Reinar? - Para além de tarefas necessariamente acrescidas ao serviço do País, teria funções idênticas às que hoje procuro desempenhar: ajudar o meu marido colaborando em obras assistênciais e culturais, para além da acção fundamental da educação dos nossos filhos.
Quais as qualidades mais importantes a desenvolver no Príncipe Dom Afonso de Santa Maria? - Uma educação baseada no sentido das responsabilidades para com Deus e para com Portugal e os portugueses, através do desenvolvimento do seu carácter e das suas capacidades intelectuais e físicas.
Nesta altura em que os valores da família são cada vez mais atacados, Vossa Alteza acha que a Instituição Real pode defender melhor esses valores? - Gostaría que a Família Real pudesse servir de exemplo a todas as famílias, dado a sua importância no seio da Instituição Real.
Qual a mensagem que Vossa Alteza gostaria de deixar àquelas famílias portuguesas que estão em profunda desagregação, sem terem onde se apoiar, e sem esperança num futuro melhor? - Tem havido um crescimento desiquilibrado em Portugal, no sentido em que se vê as pessoas ao serviço de desenvolvimento sem progresso humano. Tenho sempre chamado à atenção à importância de não nos desenraizarmos, para que não se percam os nossos valores e as nossas referências. As pessoas quando deixam as suas vilas ou aldeias e vêm para as grandes cidades, muitas vezes perdem as suas referências e ficam sozinhos. Há que pensar que a família é o núcleo mais importante na sociedade e temos que a proteger.
Entrevista concedida à Real Associação de Lisboa - Boletim "Real" Nº 37 de 1998.

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