sexta-feira, 9 de abril de 2010

PORTUGAL É UMA NAÇÃO. NÃO É UMA ASSOCIAÇÃO ANÓNIMA DO MERCADO GLOBAL
Portugal está afundado numa crise de valores.
Não encontra rumo político, porque não participam na política homens de cultura e de valor.
Não há homens e mulheres cultos na política, não há idealistas, não há historiadores, não há pensadores…apenas economistas, oportunistas e juristas.
Economistas sem imaginação, qualidade e experiência, que tentam apenas vender espaços para instalação de multinacionais, que não entendem a sociedade, nem conhecem os portugueses.
Oportunistas, que fazem carreiras políticas vertiginosas, são logo grandes gestores, enriquecem pelo uso e abuso dos privilégios, que o sistema lhes oferece.
Juristas, que se afirmam e são muito bem sucedidos, numa ânsia legislativa que suporta as incongruências e domestica a sociedade.
A política é assim apenas a gestão corrente, de uma sociedade que é encarada cada vez mais como uma Sociedade Anónima, de um mercado global.
Uma SA, dirigida por incompetentes e servidores, cuja formação foi consolidada através da premissa, de que estar na política é o aproveitamento das oportunidades.
Não há projecto nacional, nem pode haver com esta gente e com este sistema político.
A Alemanha, continua a ser Alemanha, a França, a Grã-Bretanha, a Suécia, também. Castela mantém a sua hegemonia em Espanha, reforçam-se as autonomias da Catalunha, do País Basco, da Galiza, da Andaluzia… mas em Portugal prevalece a propaganda da mentalidade, de que não fazem sentido as independências, nesta submissão à doutrina da globalização.
Enquanto todos os países estão numa União Europeia numa perspectiva de benefício, mas afirmam-se nos seus projectos, Portugal continua a olhar a União Europeia como a sua única hipótese, numa atitude de perda progressiva dos benefícios e de cedência de soberania.
Ignorantes estes políticos porque não conhecem a história, pacóvios porque não conhecem o mundo, apátridas porque não têm o respeito, nem sentimentos, como valores enraizados.
Sem visão política, porque apenas os preocupa a sua própria satisfação, a preservação do sistema e a sua visão é apenas de dar respostas imediatas. A solução redutora e dramática de gestão corrente.
Cedemos a todos os interesses e por isso estamos completamente dependentes.
Os objectivos políticos nacionais, passam por sermos o porto atlântico que serve o interesse histórico dos castelhanos, que sempre lhes negamos, por esse facto preservamos a nossa oportunidade e a nossa glória. Passam pelo sacrifício das gerações futuras cedendo a esta incrível falta de visão de Estado, de que é na Europa, que exclusivamente deveremos fixar os nossos objectivos políticos e económicos.
Gastamos mais do que produzimos, para manter uma ilusão e os privilégios de alguns, há custa de um endividamento externo, que já condiciona toda a nossa autonomia de decisão.
Teimamos em acreditar que estar na política é apenas gerir e preservamos um sistema, que promove os maus gestores e neutraliza a qualidade.
Portugal é assim desprezado nas suas potencialidades. Basta olhar para o desenvolvimento actual dos países que criamos, que emergem como grandes potências e então perceber, o que toda esta mediocridade promovida por este sistema, nos está a liquidar.
Portugal não é apenas Europa, nunca o foi e nunca o será.
Portugal é um país Atlântico, as nossas fronteiras num mundo global, não são apenas com Espanha, mas com toda a América e todo o Mundo, como o demonstramos há 500 anos, quando éramos um povo aventureiro e com desígnios.
Se isto foi a verdade que nos glorificou e nos preservou, cada vez esta verdade é mais verdadeira, num mundo cada vez mais aproximado, pela tecnologia.
A mais grave mentira política, que corroeu a nossa vontade colectiva, foi a mensagem de que os países independentes, já não fazem sentido na era da moderna comunicação.
Começou tudo e ainda se mantém, com o sonho de Estado Federado Europeu, projecto que entra em falência porque os povos não acreditam nele e porque as identidades das sociedades, ainda preservam em muitos países europeus a sua influência.
Em Portugal insistem estes políticos mal preparados e incultos, nesta mensagem que se reveste de uma intolerável propaganda diária, nesta mentira que apenas procura o declínio de uma sociedade, constituída por um nobre povo.
Povo em silêncio e aparentemente submisso e resignado, mas triste porque está a ser ofendido e desrespeitado.
Povo cujos filhos emigram e se continuam a afirmar-se com êxito no mundo.
Gente que no seu território vê as suas qualidades amordaçadas e o seu nobre carácter aventureiro, trabalhador, criativo e heróico, ser abafado e desprezado.
Povo que não merece esta traição à sua identidade, que não merece estar nesta prisão, neste bloqueio à sua qualidade.
Povo que saberá responder, quando se falar verdade e ouvir a mensagem de um projecto motivador.

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