Ouvintes na plateia Intervenções da Dra. Isabel da Veiga Cabral do Núcleo de Abrantes e Dr. Joaquim Costa e Nora, Presidente da Real Associação de Coimbra. (Clique nas imagens para ampliar)
Fotos gentilmente enviadas pelo Presidente da R.A.C., Dr. Joaquim Costa e Nora
Desenvolvi uma interessante conversa internética com o Sr. João André (pessoa que não conheço). Transcrevo as minhas respostas, por as considerar com interesse.
ResponderEliminarEgo – Estamos de acordo, enfim, acerca deste importante aspecto. Dever-se-ia realizar um plebiscito nacional, sobre uma das matérias mais referendadas em todo o mundo. Os resultados foram, como deve saber, muito variados: por exemplo, na Holanda, depois da II.ª Guerra Mundial, venceu a Monarquia; na Austrália, em 1999, também, assim sucedeu. Noutras nações, venceu a República (por vezes, com imensas dúvidas sobre os resultados e fundadas suspeitas de fraude eleitoral: em Itália em 1947; na Grécia, durante os anos 70, assim sucedeu). Quando em 1911 o «Comandante» Paiva Couceiro entrou pela Galiza em terras de Portugal, levava uma bandeira «azul e branca»… Sem Coroa! Porquê? Porque defendia, já por essa altura, que a decisão sobre a questão da forma do regime político, cabia, exclusivamente, ao Povo Português, que devia, por isso, ser chamado a pronunciar-se sobre a matéria.
Defendo, desde os 13 anos, que não faz qualquer sentido a existência de um Partido Monárquico em Portugal. Se esta interessante dicotomia Monarquia/República que discutimos, se resume, como afirmo, a uma mera questão de forma, a ideologia política de cada um, tem de se colocar numa dimensão diversa. Dou-lhe um exemplo: o João André apoia a República como forma de regime; a sua ideologia política, nada tem a ver com essa sua opção. Eu, pelo contrário, defendo a Monarquia. Ora, se sou votante no Partido: Social-Democrata; Socialista; Democrata-Cristão; Ecologista ou Comunista; isso, também, nada diz, quanto à forma de regime, pela qual me bato.
Já reparou que um monárquico e um republicano, podem perfilhar a mesmíssima ideologia política
Ego – Se esses países de leste permanecem Repúblicas, parece-me que estão no exercício de um direito que lhes assiste. Que se saiba, com excepção de Portugal e da França, na Europa e de um País africano, de que me não recordo o nome, não há Constituições que imponham a forma de regime aos seus cidadãos. Logo, isso permite viver em Monarquia.
Ego – Desculpar-me-á o João André, mas «Eu estava, como é evidente, a referir-me aos nossos dias». O sr. é que sugeriu que, eu teria falado em Espanha, como exemplo de uma democracia antiga, coisa que não fiz em nenhum momento! Por isso, tive que lhe dar o exemplo da «Gloriosa Revolução» inglesa de 1688.
Ego -Houve na História, várias Monarquias electivas: Polónia; a dos Visigodos. Nos nossos dias, a Monarquia da Malásia e a do Vaticano, podem dar-se como exemplo. Na Dinamarca, sempre que há sucessão ao trono, o parlamento reúne-se e decide esta simples questão: – «Continuamos em Monarquia, ou passamos a viver em República?»
NB- as perguntas que me foram formuladas, pelo sr. João André, poder-se-ão consultar no blogue «Cágados de pernas pró ar»
António Lemos Soares