domingo, 14 de junho de 2009

VISITA REAL AO CLUBE NAVAL DE SESIMBRA (16-05-2009)
Dom Duarte Pio, Duque de Bragança e Herdeiro à Coroa da Casa Real Portuguesa Visita Sesimbra.
No sábado 16 de Maio de 2009, Dom Duarte Pio, Duque de Bragança e herdeiro à coroa da Casa Real Portuguesa visitou Sesimbra no âmbito da exposição Dom Carlos que está aberta ao público na Biblioteca municipal em Sesimbra.
Tendo sido recebido no hotel do Mar pelo Presidente da Junta de Freguesia de Santiago e restantes membros da Junta.
Por iniciativa de Dom Duarte, manifestada previamente, a visita foi alargada à actividade marítima tendo visitado as instalações do Clube Naval de Sesimbra.
No Clube Naval Dom Duarte foi recebido pelo Presidente da Direcção, Lino Correia e Vice Presidente da Assembleia Geral, César Pratas, acompanhado por outros directores e associados. A comitiva teve depois a oportunidade de conhecer a vida recente e passada do Clube numa apresentação efectuada por Lino Correia, com especial destaque para as falsas expectativas geradas pelo parque marinho, que não está a ser uma mais valia para o "cluster" do mar em Sesimbra, devido às absurdas limitações e proibições à navegação e fundeação das embarcações de recreio.
De seguida o Dr. João Aldeia Director do jornal Sesimbrense apresentou depois numa sucinta mas clara exposição à história marítima de Sesimbra, que mereceu a atenção e algumas interessantes perguntas de Dom Duarte e de alguns membros da comitiva.
O CN Sesimbra, na pessoa do seu Presidente ofereceu uma caravela a Dom Duarte para manter viva esta visita e convidou Sua Alteza Real a participar no Torneio de Pesca ao Espadarte José Pinto Braz a realizar em Outubro de 2009 e na XI Regata Naval de Sesimbra em Abril de 2010.

A comitiva dirigiu-se depois para o restaurante Canhão II, onde foi apreciada uma excelente caldeirada de peixes de Sesimbra, confeccionada pelo "Chef" Daniel Piedade, acompanhada com vinhos da região e que mereceu elogios de todos os comensais.
Após o almoço seguiu-se a conferencia Dom Carlos I, na qual estiveram presentes muitos sesimbrenses e o Sr. Presidente da Câmara Municipal, que ficaram a saber pelos oradores do papel do Rei Dom Carlos, desde político, a oceanógrafo e homem das artes e cultura, designadamente as muitas visitas no yatch Amélia aos mares de Sesimbra, nas suas pesquisas estudos oceanográficos, em que tinha a colaboração de muitos pescadores de Sesimbra.


A muito propósito, a referência de António Reis Marques, na revista Maio da Sesimbra Acontece, publicada pela CMS, ao Mestre Diogo, pescador que muito colaborou com o Rei D. Carlos.
Texto Publicado no Sesimbr'Acontece da C.M.S. da Autoria de António Reis Marques.
Porque disso não ficou qualquer notícia, não sabemos se o Rei Dom Carlos recebeu alguma individualidade sesimbrense durante as muitas vezes que permaneceu na baía de Sesimbra. O que realmente sabemos, através de vários testemunhos que chegaram aos nossos dias, foi que o monarca recebia habitualmente, a bordo do iate real, um grupo escolhido de pescadores locais que lhe davam colaboração nos seus estudos de oceanografia e das pescas, efectuados na nossa costa. E ficou também conhecida a grande estima e apreço que o Rei devotava a esses pescadores, cujo saber e engenho enaltecia com admiração. Dentre todos relevava um dos mais afamados mestres de pesca, de seu nome Diogo Justino dos Reis, então considerado expoente dum tradicional escol de pescadores que tornaram Sesimbra num dos mais notáveis centros piscatórios do país.
Nascido em 23 de Março de 1863, no seio de uma família que contava várias gerações de homens do mar, o arrais Diogo, como era vulgarmente conhecido, embora nunca tivesse frequentado qualquer escola, desde bem cedo porém revelara dotes de inteligência, que o distinguia dos seus pares, para além de uma invulgar capacidade de aprendizagem de tudo quanto se relacionava com a vida marítima. Profundo conhecedor das lides da pesca, onde desde criança fora iniciado pelos mais velhos, segundo a tradição, Diogo impressionava o Rei quando, navegando nas nossas águas costeiras, mencionava os nomes dos vários mares, as distâncias a que ficavam da baía, a natureza dos fundos, se eram arenosos ou rochosos, as respectivas profundidades em braças, as migrações dos peixes, as zonas e épocas do ano em que se capturava esta ou aquela espécie, e os melhores métodos para as pescar. Aliava a tudo isso aquilo que se poderia chamar de meteorologia dos pescadores, pelo conhecimento das correntes marítimas, do rumo dos ventos, das fases lunares, da orientação pelas estrelas, da leitura das nuvens e dos crepúsculos como indícios de bom ou mau tempo. Cativado pela sabedoria daquele homem iletrado, o soberano fez dele o companheiro predilecto nas suas pescarias, dedicando-lhe tal amizade que, a bordo, era considerado como seu hóspede.Dessa ligação ficaram conhecidos alguns episódios interessantes, como aquele que a seguir contamos tal como sempre o ouvimos. Um dia, o arrais Diogo lembrou-se de oferecer a Dom Carlos um belo imperador que pescara na sua barca. Para tanto, dirigiu-se ao iate ancorado ao largo da baía pedindo que a sua presença e intenção fosse comunicada ao Rei. Este não se fez esperar e, acompanhado do comandante e outros oficiais do navio, aproximou-se do visitante perguntando-lhe o nome do peixe que trazia. "Saiba vossa majestade que isto é um imperador, foi a resposta". Mudando de semblante e com um tom de voz mais grave D. Carlos, fingindo-se aborrecido, disse-lhe de imediato: “pois trata já de atirar esse peixe ao mar porque, aqui no reino, ninguém pode ser mais do que eu”. Visivelmente embaraçado, Diogo só percebeu que se tratara de um dito de espírito do Rei, quando este, às gargalhadas, lhe estendeu a mão para manifestar o seu agradecimento.
Tendo falecido em 23 de Março de 1927, com 64 anos de idade, os seus restos mortais encontram-se num ossário do cemitério da vila, cuja urna estava acompanhada de um retrato do rei, que este lhe oferecera com dedicatória. Em sua homenagem a Câmara Municipal denominou “Rua Arrais Diogo” a velha “Rua do Quebra-Costas”, actual Rua D. Sancho I. Também o Clube Naval de Sesimbra, fundado poucos anos depois, deu o seu nome a um dos dois escaleres que mandou construir para a prática desportiva do remo.
Comemorando-se, no final deste mês, o “Dia do Pescador”, pareceu-me adequado deixar aqui esta lembrança da relação de proximidade que um arrais sesimbrense manteve com um Rei de Portugal.

Obs: ao elaborar esta página surgiu-me "à lembrança", a história que ouvia contar, quando menino e moço, de que os primeiros sapatos a sério que o meu avô Carlos "Guia (Pai)", quando ainda jovem pescador, tinha usufruído, foram-lhe ofertados pelo seu Rei D.Carlos. [Orlando Pinto]

Fonte: Clube Naval de Sesimbra


5 comentários:

  1. Eu só gostava de saber era quantos presidentes da república tiveram e têm como amigos gente simples mas profundamente sábios. Gostam de se reunir em golfadas e outras coisas do género com gente dita sofisticada mas profundamente ignorantes, burros até, não só do meio quue os rodeia como até daquilo em que julgam ser experts. Se calhar foi um pouco por tudo isto que D. Carlos foi assassinado. Agora temos aquilo que mercemos - uma república das (e de) bananas.

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  2. Pois, era bom demais e por isso é que o mataram! O Rei é do povo e estes presidentes a prazo são só amigalhaços da parelha que os elege!!!

    Saudações Monárquicas!

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  3. Fiquei muito feliz, por ver aqui publicado o artigo do meu familiar António Reis Marques, apaixonado por Sesimbra, admirador do Rei D. Carlos. Também eu de Sesimbra, e de igual modo apaixonado pela bela "piscosa" como a cantou Camões. Tenho pena que não tenha sido referida a oferta do Rei D. Carlos à Santa Casa da Misericordia de Sesimbra do precioso tinteiro de prata com as armas do Rei, também à um artigo do primo António sobre as ofertas regias a Sesimbra. Com os melhores cumprimentos. Seminarista Tiago d`Pacheco Pinto.

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  4. Tem possibilidade de me arranjar esses artigos para serem colocados no blogue da Família Real Portuguesa?

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  5. Boa noite. Sim consigo arranjar.

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