quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PETIÇÃO ATRIBUIÇÃO DA MEDALHA DE OURO DA CIDADE DE ALMADA A S.A.S., INFANTA DONA MARIA ADELAIDE DE BRAGANÇA VAN UDEN

Para: Câmara Municipal de Almada
S.A.S., Infanta Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança van Uden, 100 anos, neta directa do Rei Dom Miguel, morreu, no passado dia 24 de Fevereiro de 2012, na Costa de Caparica, concelho de Almada.
A sua vida foi sempre caracterizada pelo heroísmo e pelo altruísmo, através da resistência e da ajuda ao próximo. Integrou a resistência austríaca às tropas nazis e correu mesmo o risco de ser fuzilada pelas tropas de Hitler, tendo sido posteriormente libertada e vindo viver para Portugal, mais propriamente para a Quinta do Carmo, em Murfacém (Almada).

Além deste acto, Maria Adelaide de Bragança dedicou grande parte da sua vida à assistência social em prol das populações desfavorecidas na Margem Sul do Tejo, o que foi feito no âmbito da Fundação D. Nuno Álvares Pereira, com sede no Porto Brandão (Caparica), onde ajudou e acompanhou centenas de crianças e famílias. Segundo Raquel Ochoa, autora de uma biografia da Infanta, esta «desenvolveu um trabalho intenso, recolhendo crianças recém-nascidas ou mães prestes a dar à luz».

No passado dia 31 de Janeiro de 2012, quando completou 100 anos de vida, foi condecorada, pelo sr. Presidente da República, com a Ordem de Mérito Civil, pelos feitos alcançados em vida.

Neste quadro, considerando a vida de S.A.S., Infanta Maria Adelaide de Bragança van Uden, o facto de se ter notabilizado pelo desempenho das suas funções, com mérito publicamente reconhecido pelos contributos dados no campo da acção política e social e a sua profunda ligação ao concelho de Almada, os cidadãos abaixo assinados vêm por este meio apelar à Câmara Municipal de Almada que atribua a Medalha de Ouro da Cidade de Almada à Infanta Maria Adelaide de Bragança van Uden.

Os signatários
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA ELEGE NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS

Numa das mais participadas Assembleias Gerais dos últimos anos, a Real Associação de Lisboa (RAL) elegeu no passado dia 25 de Fevereiro os seus Órgãos Sociais. Nuno Pombo é o novo presidente desta estrutura regional da Causa Real representativa dos monárquicos da região de Lisboa, tendo a lista que encabeçou obtido esmagadora aprovação dos sócios eleitores. Integrando a direcção anterior, presidida por João Mattos e Silva, assim como vários membros da lista agora eleita, Nuno Pombo irá cumprir um mandato de três anos, tendo como linhas orientadoras do seu programa a aposta na juventude e na formação, na comunicação, na acção política junto da comunidade e no reforço do associativismo. Além da nova direcção, foram igualmente eleitos os membros da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal, órgãos que serão presididos respectivamente por João Mattos e Silva e Nuno de Bragança van Uden.
Na Assembleia Geral foram também apresentados o relatório de actividades e as demonstrações financeiras do exercício de 2011, que foram aprovados por unanimidade. João Mattos e Silva aproveitou a oportunidade para fazer o balanço global do seu mandato, devendo destacar-se a reorganização da RAL, com a actualização dos associados e o saneamento financeiro. Desta forma, sabe-se que, hoje, esta associação monárquica conta com cerca de 1600 associados com as quotas em dia, sendo que quase 300 aderiram à RAL nos últimos três anos. No que diz respeito ao saneamento financeiro, sublinhou-se que a RAL não tem hoje quaisquer dívidas ou pagamentos em atraso. A Assembleia Geral aprovou ainda, e por justa aclamação, um voto de louvor aos sócios D. Vasco Teles da Gama e João Mattos e Silva, que deixaram de exercer os cargos para os quais haviam sido eleitos em 2009, pelo exemplo de entrega que sempre puseram na sua militância monárquica, tendo os mesmos desejado, à direcção eleita, os maiores sucessos.
Entre os projectos da nova direcção estão a criação de uma “biblioteca digital” com obras fundamentais do ideário monárquico e a organização de acções de formação dirigidas sobretudo a jovens. Serão contactados todos os presidentes de Câmara e das juntas de freguesia mais populosas da área geográfica da RAL, de forma a que os monárquicos possam colaborar na solução dos problemas mais prementes que as respectivas populações enfrentam. Também os deputados, de todos os partidos, eleitos pelos círculos de Lisboa e Setúbal serão contactados com o mesmo objectivo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"MAFALDA" A INTENSA VIDA DE UMA INFANTA DE BRAGANÇA


Livrou-se da morte por Salazar lhe ter concedido passaporte diplomático. Foi salva da deportação para a Sibéria por ter ajudado comunistas austríacos. Quando regressou a Portugal, deparou com o despovoamento intelectual da classe dirigente. Um exemplo da convivência difícil de monárquicos e católicos com o regime nos anos 50.
Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden, neta do rei Dom Miguel, morreu na sexta-feira, na Caparica. Tinha feito 100 anos a 31 de Janeiro.
Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Mérito pelo P.R.. Neta do rei Dom Miguel, tem uma história impar. Viveu e sofreu as duas guerras mundiais do século passado. Participou na resistência ao nazismo. Lançou inovadoras obras sociais em Porto Brandão, no início da industrialização da margem sul. "Mafalda" – nome de código na Resistência –, Infanta de Bragança, foi protagonista de uma intensa vida.
"Ela nunca nos falou disso abertamente, só com a idade e com alguma pressão começou a falar, lá de vez em quando vai contando", diz Nuno van Uden, filho de Dona Maria Adelaide de Bragança. "Disso" é o resumo de anos de risco. Correu-os seguindo o princípio de ultrapassar o temor: "Ter medo de ter medo." Na Áustria enfrentou a ocupação nazi. Com todas as consequências. Em 1944, com a sua irmã Maria Benedita foi presa e condenada à morte por ouvir a BBC. As pressões de Oliveira Salazar junto do Reich e a concessão de passaporte diplomático português salvaram-lhes a vida.
"Esteve detida durante mais de cinco meses", calcula o filho. Terão sido nove os meses de cativeiro. Então, na cela ao lado da prisão de Viena estava o conde Claus Schenk von Stauffenberg, que liderara o atentado falhado contra Hitler. "Tudo o que vi obrigou-me a empenhar-me a sério na Resistência", confirmou a Raquel Ochoa, autora da biografia A Infanta Rebelde (Oficina do Livro, 2011).

Nas mãos da Gestapo
Foi assim que passou a integrar a rede da organização 05. Se a entrada dos nazis em Viena e a anexação da Áustria, em 1938, impediram que concluísse o curso de Enfermagem no hospital de Rudolfinerhaus, a resistência ganhou um elemento determinado e corajoso. Uma activista católica formada em assistência social. "Cheguei a saber onde iam ser lançadas as armas para a nossa e outras organizações a que estava ligada", recordou no livro. Entre elas, entidades austríacas de apoio a judeus, britânicos e comunistas.
Dava apoio a clandestinos, organizava transportes de armas e alimentos que os ingleses lançavam. Tinha o nome de código "Mafalda", em homenagem a uma sua irmã já falecida. Perto do final da guerra é novamente detida pela Gestapo. No bolso de um militante comunista foi encontrado o seu número de telefone e, apesar de ter fugido da sua casa na localidade de Seebenstein, acaba por ser capturada em Viena. A repressão nazi encheu a prisão de resistentes, alguns dos quais passaram a estar detidos num hotel ocupado para este efeito pelos alemães. Foi aqui que viveu quatro meses de cárcere com inquietação e perplexidade. Não muito longe do quarto onde a encerraram estavam armazenados os registos dos militantes a eliminar pelas tropas alemãs.
"Estava muito interessada em que esta lista desaparecesse", refere no livro de Raquel Ochoa. "Por isso dei a indicação onde deveria cair a bomba." O bombardeamento foi certeiro. E a actividade de "Mafalda" ganha, assim, outros contornos, para além de resistente. A sua colaboração com os ingleses era estreita. "Há uma série de coisas que quem está na resistência tem de esquecer, porque nos interrogatórios pode ceder e pôr em causa a organização", explica Nuno van Uden. Aqui encontra a razão para que a sua mãe só de "vez em quando" se recorde deste passado. São fragmentos. Episódios. Longe de um relato.
A entrada das tropas do Exército Vermelho em Viena não lhe devolveu a liberdade. Por ser resistente não comunista e aristocrata, tinha a rota marcada: a deportação para a Sibéria. A tão desejada destruição dos arquivos nazis por uma bomba teleguiada pelas suas informações impedia, agora, a confirmação do motivo da sua prisão. No entanto, a explosão não destruíra todos os documentos. Por acaso e muita sorte, um oficial russo encontrou a ordem de prisão da Gestapo. Na ficha constavam as razões da detenção de "Mafalda": o seu relacionamento com um comunista. Dois dias antes de ser deportada, foi libertada. "Foi assim que me safei", relatou na sua biografia. Com a entrada das tropas aliadas em Viena, em liberdade numa cidade destruída, integrou as equipas da Cruz Vermelha Internacional que auxiliavam feridos e doentes. Nessa missão de enfermeira com curso inacabado, faltava-lhe a última cadeira, conheceu Nicolaas van Uden, um jovem estudante de Medicina holandês. Com ele se casou sem luxos de Infanta.

A descoberta de Portugal
A África era o destino sonhado pelo casal. A Etiópia seria a primeira paragem de um percurso desejado para assistir as populações locais. Contudo, em 1948, pela primeira vez na sua vida, pisou solo português. Aterrou no aeroporto de Lisboa com o marido e dois filhos. Foi o fim do exílio. Acabam por instalar-se numa quinta em Murfacém, na Trafaria, que pertencera a Nuno Álvares Pereira.
Dona Maria Adelaide de Bragança descobre o seu país. Um país pobre, de múltiplas carências. Visita as barracas de Porto Brandão, os galinheiros onde vivia a mão-de-obra nos primórdios da industrialização da margem sul. Cenários de muitas necessidades. De profunda miséria. Uma revelação que a incomoda. Lança uma obra social, à margem dos usos e costumes do regime. Com sentido prático e sem pose. Chamou-lhe Fundação D. Nuno Álvares Pereira. E descobre também o despovoamento intelectual do regime. Uma confrangedora falta de ideias e iniciativas para quem, nascida em 31 de Janeiro de 1912 em Saint-Jean-de-Luz, junto à fronteira hispano-francesa, sempre vivera na activa Europa central da primeira metade do século passado.
Agradecida a Salazar por a ter salvo das garras da Gestapo em 1944, vivia uma contradição pessoal. "Caiu-me muito mal saber que ele trouxe um oficial da Gestapo para ensinar a PIDE a reprimir os comunistas e todos os seus opositores", admite a Raquel Ochoa.
A sua perplexidade não é caso único entre monárquicos e católicos. "Nos anos 50, a frente política criada por Salazar começa a desfazer-se", refere o historiador Fernando Rosas. "Dessa frente faziam parte monárquicos, católicos e militares." Com o fim da II Guerra Mundial e o início das transformações económico-sociais do regime aparecem as contradições. Dona Adelaide de Bragança anota-as na sua observação do quotidiano de dificuldades de quem ajuda em Porto Brandão. Afinal, a sua experiência na Europa central era de outras práticas sociais e de um desenvolvimento diferente.
"Como o país está a industrializar-se, tornou-se mais patente a injustiça da distribuição, à sensibilidade católica choca a pobreza", anota Fernando Rosas. A infanta não está apenas chocada. Nem reserva só para si as imagens que vê. Filma-as para despertar a consciência da gente da sociedade. São os tempos de outros "despertares" e do consumar de dissidências. "É o caso de Humberto Delgado, Norton de Matos e do padre Abel Varzim", exemplifica Rosas.

A aspiração de Dom Duarte Nuno
O incómodo de Maria Adelaide tinha ainda outros motivos. Sendo neta de Dom Miguel, portanto monárquica, via que o papel dos seus no regime de Oliveira Salazar não estava definido. "A política de Salazar jogou com monárquicos e republicanos, tentando reter o apoio dos monárquicos sem alienar os republicanos", refere o historiador Rui Ramos. Até porque, acrescenta, o ditador "não é monárquico nem republicano". Para ele, é indiferente a questão do regime que marcara o fim do século XIX e as primeiras duas décadas do século XX. A Infanta também não desconhecia que uma hipotética restauração da Monarquia não estava na agenda política do regime. Afinal, que o seu irmão Dom Duarte Nuno nunca reinaria. "Salazar utilizou a divisão da Família Real entre miguelistas e constitucionalistas para conseguir o máximo consenso com o mínimo custo", alerta Ramos. E recorreu a um expediente tradicional, uma forma de controlo primária, mesmo grosseira mas eficaz. "Salazar teve sempre muito cuidado para que a Família Real não tivesse meios, de que nunca conseguisse ter autonomia financeira, pelo que não deixou que herdassem os bens de Dom Manuel", acentua. Em síntese: queria a realeza "dependente e vulnerável".
Não era única a contradição pessoal de Dona Maria Adelaide de Bragança com o regime salazarista: no seu agradecimento, enquanto "Mafalda", pela concessão do passaporte diplomático que a salvara do fuzilamento; na limitação das suas aspirações como Infanta; no seu olhar crítico como cidadã. De algum modo, expressava a dúvida maiúscula de alguns sectores monárquicos. "Perguntavam-se se a melhor situação era estar ao abrigo do Estado Novo", explicita o historiador Rui Ramos. É quando no seio dos que apoiaram o regime aparecem as primeiras dúvidas.

Perfil publicado originalmente a 8 de Fevereiro
O texto foi actualizado para incluir informação sobre a morte de Dona Maria Adelaide de Bragança
Nuno Ribeiro
Público, 25 de Fevereiro de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

REQUIEM DE MOZART - FILARMONICA DE VIENA


Requiem pela S.A.S., A Infanta Dona Maria Adelaide que nos deixou ontem, partindo para a vida eterna. Que Deus a tenha no seu descanso merecido.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

IMPRENSA: MORREU DONA MARIA ADELAIDE DE BRAGANÇA VAN UDEN, 100 ANOS, NETA DO REI DOM MIGUEL I

NOTÍCIAS DE 25 DE FEVEREIRO DE 2012
Diário de Notícias de 25 de Fevereiro de 2012
Jornal "Correio da Manhã" de 25 de Fevereiro de 2012
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NOTÍCIAS DE 24 DE FEVEREIRO DE 2012
Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden, 100 anos, neta do rei Dom Miguel, morreu hoje na Caparica, disse à Lusa um dos seus filhos, que adiantou que as cerimónias fúnebres decorrerão "em ambiente familiar".
"Haverá, no entanto, missa de sétimo dia no Mosteiro dos Jerónimos, na próxima quinta-feira às 20:00", disse à Lusa D. Francisco de Bragança van Uden.
A Infanta Dona Maria Adelaide no passado dia 31 de Janeiro, quando completou 100 anos, foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem de Mérito Civil pelo P.R., num jantar realizado em Lisboa em sua homenagem.
Dona Maria Adelaide integrou a resistência austríaca aos nazis, esteve presa e veio viver para Portugal, onde criou a Fundação Nun’Álvares Pereira para apoio aos carenciados.
"É um exemplo de vida pela estatura moral", disse à agência Lusa Raquel Ochoa, autora de uma biografia da infanta editada em Maio do ano passado.
Dona Maria Adelaide de Bragança é Tia do actual Duque de Bragança, Dom Duarte Pio de Bragança, filha do exilado Rei Dom Miguel, da linha dinástica banida de Portugal pela Convenção de Évora Monte, de 1834, após a derrota do rei Dom Miguel, pelas tropas liberais que apoiavam o irmão, Dom Pedro IV, que proclamou a Independência do Brasil, e sua filha, Dona Maria II.
Referindo-se à actividade de Dona Maria Adelaide como resistente aos nazis, na Áustria, Raquel Ochoa considerou que é “um acto heróico, mas quando questionada sobre a questão, Dona Maria Adelaide apenas afirma que foi uma reacção natural com algo com que não concordava. Era-lhe impossível viver num mundo assim”.
“A resistência era como respirar, perante a educação que tinha tido e os ideais que tinha. Não resistir é que era uma violência contra ela mesma. Resistir era um acto natural”, explicou a biógrafa.
Dona Maria Adelaide foi detida pelas tropas nazis, tendo sido salva de fuzilamento “in extremis” após várias diligências de António Oliveira Salazar, então presidente do Conselho de Ministros, que se indignou por terem prendido uma infanta portuguesa.
A autora sublinhou que Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden “teve outros actos heróicos”, referindo o seu trabalho “como assistente social em prol das populações desfavorecidas” na margem sul do Tejo, desenvolvido de “forma discreta”.
“Ela [Dona Maria Adelaide] percebeu que através da discrição não era notada nem perseguida, além de, por educação, não gostar de fazer alarde do que faz. Há zero de gabarolice nesta família, o que é a antítese da sociedade em que vivemos”, disse.
Esta ação social foi feita no âmbito da Fundação Nun'Álvares Pereira que se diluiu após o 25 de abril de 1974.
Referindo-se à posição da Infanta ao regime que antecedeu à revolução de 1974, Raquel Ochoa afirmou que “reconheceu Salazar como quem pôs em ordem as contas do Estado, mas insurgiu-se sempre contra os métodos usados”.
Na obra, intitulada “D. Maria Adelaide de Bragança. A Infanta Rebelde”, com chancela da Oficina do Livro, Dom Duarte Pio de Bragança diz no prefácio que a tia é “um exemplo”.
Dona Maria Adelaide nasceu em Saint Jean de Luz, França, a 31 de janeiro de 1912, tendo sido padrinhos a Rainha Dona Amélia e o rei Dom Manuel II, já no exílio.
Em 1949, com 37 anos, Dona Maria Adelaide de Bragança fixou residência na Costa de Caparica. - 24 de Fevereiro de 2012
MORREU A INFANTA DONA MARIA ADELAIDE AOS 100 ANOS
Dona Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança van Uden, neta do Rei Dom Miguel, morreu hoje, dia 24 de fevereiro, aos 100 anos, avança a página do facebook de Sua Alteza Real, Senhor Dom Duarte de Bragança.
Recorde-se que a Infanta foi condecorada pelo P.R com a Ordem de Mérito Civil, num jantar em Lisboa, a 31 de Janeiro, dia em que celebrou 100 anos.
A Infanta Dona Maria Adelaide foi uma resistente austríaca aos nazis, esteve presa e veio viver para Portugal.
Lux, CARAS,
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A TIA DO DUQUE DE BRAGANÇA MORREU ESTA SEXTA-FEIRA AOS 100 ANOS

Quase um mês depois de ter feito 100 anos morreu hoje a infanta Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden.
Era Tia do Duque de Bragança e a única neta viva do Rei Dom Miguel de Portugal. No dia 31 de Janeiro foi distinguida pela P.da R. com a comenda da Ordem do Mérito Civil.
Era viúva do médico holandês Nicolaas van Uden, tinha seis filhos, 21 netos e sete bisnetos.
Viveu duas guerras mundiais e foi presa e condenada à morte duas vezes pelos nazis. Foi salva por Salazar e pela sorte e a história da sua vida foi contada recentemente por Raquel Ochoa na biografia "A Infanta Rebelde". Como fez questão de frisar, ajudar o próximo foi a sua grande missão na vida. Criou a Fundação D. Nuno Álvares Pereira para prestar apoio a mães carenciadas.Em recente entrevista à VIP, o filho Francisco van Uden afirmou que a Mãe, que tinha o título de Alteza Sereníssima, vivia "em tranquilidade e estava serena, a preparar-se para ir".
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MORREU A INFANTA DONA MARIA ADELAIDE
Neta de Dom Miguel e Tia de Dom Duarte de Bragança, a Infanta completou 100 anos há menos de um mês.
Morreu hoje a Infanta Dona Maria Adelaide, Neta do Rei Dom Miguel I.
Dona Maria Adelaide tinha 100 anos, cumpridos há menos de um mês. Na última semana a sua saúde piorou consideravelmente, tendo morrido hoje.
A sua linhagem levou a que nascesse no exílio. Viveu grande parte da sua vida na Áustria, e foi lá que assistiu ao deflagrar da Segunda Guerra Mundial.
Mulher de grande tenacidade e coragem, nunca abdicou dos seus valores, mesmo durante a ocupação nazi, quando se dedicou a auxiliar as vítimas dos bombardeamentos e ajudar a resistência. Por causa das suas convicções foi presa pela Gestapo.
“Um dia estava em casa e veio o guarda que morava ali mesmo ao pé e que me avisou para desaparecer de circulação porque sabia que a Gestapo estava à minha procura. Pus a minha capa verde de caçador, o meu chapéu e desapareci”, explica a Infanta.
"Decidiu então afastar-se do local. “Fui para a floresta, da floresta para o comboio e fui para Viena para uma casa que tinha sido de uma tia minha e que tinha sido bombardeada. Não sabia o que fazer, por isso fui-me deitar. Mas como não havia cama, deitei-me na banheira, com a minha capa e dormi. Tinha tapado a janela com tábuas e quando ouvi bater nas tábuas, sabia que era a Gestapo”, recorda, numa entrevista concedida à Renascença.
Depois dos nazis, esteve iminente a sua deportação para a Sibéria pelos comunistas, mas graças à intervenção diplomática de Portugal, foi-lhe concedido passaporte português – a ela e aos seus irmãos, um deles Dom Duarte Nuno, Pai do actual Duque de Bragança.
Casada com o médico holandês Nicolaas Van Uden, veio para Portugal em 1949 e dedicou-se a uma intensa actividade caritativa de ajuda aos mais pobres.
Em reconhecimento de toda uma vida de serviço aos outros, o P.R. conferiu-lhe a medalha de Grande Oficial da ordem de Mérito no dia do seu 100º aniversário.
Na mesma data recebeu uma mensagem personalizada do Papa Bento XVI, sublinhando a sua coragem e inteligência ao serviço da fé e da Igreja.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

IN MEMORIAM: PARTIU PARA JUNTO DE DEUS S.A.S., A INFANTA DONA MARIA ADELAIDE DE BRAGANÇA VAN UDEN

É com profunda tristeza que participo a morte de S.A.S., A Infanta de Portugal, Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden. Esperou pelos 100 anos para partir para junto do Senhor e em boa hora foi condecorada com a Ordem de Mérito pelo extraordinário testemunho de Humanidade e Coragem.
Que Deus a tenha no eterno descanso merecido. Apresento à Família Real os meus sentidos pêsames.
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”A morte é uma transição, é como se fosse ao Brasil ou à Indonésia, se eu fosse à Austrália durante 5 anos era muito mais longe.
A Minha fé facilita muito o fim da vida, porque o caminho é claro.
Se morrer hoje eu sei concretamente qual é o meu futuro.
A questão de se ter duvidas é a dificuldade de não se saber bem o que é que vai acontecer.
Ter fé facilita muito o fim da vida” .(...) - Infanta Dona Maria Adelaide de Bragança van Uden -* 31 de Janeiro de 1912 - + 24 de Janeiro de 2012

ERA UMA VEZ UMA PRINCESA

Reportagem transmitida a 31-Jan-2012 na SIC no dia em que festejou os Seus 100 anos de vida.

RUAS DE LISBOA COM HISTÓRIA

Rua Augusta - (Início do século XXI) Foto de autor não identificado - (Pormenor superior do «ARCO DA RUA AUGUSTA» em LISBOA).
 Rua Augusta - (ant. 2008) Foto de autor não identificado (Arco da "RUA AUGUSTA" em Lisboa.
 Rua Augusta - (s/d) Foto de autor não identificado (O Arco da "RUA AUGUSTA" pormenor da parte de cima do monumento).
Rua Augusta - (ant. a 1873) Foto de autor não identificado (O arco da "RUA AUGUSTA" em construção).
Rua Augusta - (1867) Foto de fotógrafo não identificado -(negativo de gelatina e prata em acetato de celulose) (A "Praça do Comércio" vendo-se no lado direito o "ARCO DA RUA AUGUSTA" ainda por concluir).
Rua Augusta - (c. 1862) -Foto de Wenceslau Cifka - Prova em albumina montada em cartão - (Construção do Arco da "RUA AUGUSTA" que, curiosamente se manteve durante algumas décadas com este aspecto) (Provas Originais 1858-1910).

O «ARCO TRIUNFAL DA RUA AUGUSTA» inserido no projecto de reedificação da cidade de Lisboa, de «MANUEL DA MAIA» e «EUGÉNIO DOS SANTOS» ergue-se na parte norte da «PRAÇA DO COMÉRCIO» com abertura para a «RUA AUGUSTA», cuja denominação deriva do facto dele dar acesso à conhecida artéria central da «BAIXA POMBALINA».
Começou a ser construído no ano de 1759, tendo o seu processo de construção sido bastante moroso, por isso, no ano de 1843, ainda estava por concluir a parte superior.
Deve-se a concepção do magnifico conjunto arquitectónico ao arquitecto «EUGÉNIO DOS SANTOS», que de imediato interveio não só na reconstrução da cidade, como na criação dessa obra de arte, para o efeito elaborado em 1759 um projecto que, presente à apreciação do «MARQUÊS DE POMBAL», mereceu deste a respectiva aprovação. Não obstante esse importante despacho, outros projectos foram entretanto surgindo, nomeadamente o de «CARLOS MARDEL», cujas sugestões e pareceres vieram a influenciar substancialmente aquando da adjudicação do empreendimento, concorrendo para a escolha do estudo de «VERÍSSIMO JOSÉ DA COSTA», aprovado por «COSTA CABRAL» em Março de 1844.
A sua estrutura correspondia à evolução do gosto oitocentista, tão arredado já do «ROCAILLE» como das modas egípcias do principio do século. As perturbações políticas de momento impediram por longos anos a execução da obra, e os projectos parece terem sido esquecidos.
Na «EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DO PORTO» em 1865 surge porém a fotografia do projecto «aprovado pelo Governo em 1861, sendo logo principiado o grupo da coroação», modelado por «ANATOLE CALMELS» (um escultor Francês). Mas só onze anos depois a obra seria realizada com desenho fotografado, ou com novas modificações apresentadas por «VERÍSSIMO DA COSTA».
Com as influências de «EUGÉNIO DOS SANTOS» e «CARLOS MARDEL» (na arquitectura) e de «ANATOLE CALMELS» (no conjunto escultórico superior) e de «VÍTOR BASTOS» relativamente às restantes figuras humanas. Das várias alterações introduzidas no projecto inicial contam-se as do remate do arco, onde em substituição das armas portuguesas passou a existir um grupo escultórico do artista francês, já atrás referido.
Fotos de Ask e AFML
Ruas de Lisboa com alguma História

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VISITA DE DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA - TIMOR-LESTE

Dom Duarte Pio de Bragança visitou o Subagrupamento Bravo da Guarda Nacional Republicana em Timor-Leste, no dia 14 de Fevereiro.
Foi-lhe feita uma apresentação relativa ao trabalho desenvolvido pela Guarda Nacional Republicana em Timor-Leste, seguida de um porto de honra onde, foram proferidas algumas palavras pelo visitante. A visita terminou com uma mensagem deixada no livro de honra do Subagrupamento Bravo, por parte de Dom Duarte Pio de Bragança, onde se lê: “Muito grato pela vossa hospitalidade e pela excelente obra realizada!”

DE CIMA VEM O EXEMPLO

A simplicidade de uma "GRANDE". A princesa Maha Chakri Sirindhorn por ocasião dos 500 anos de Relações de Amizade entre a Tailândia e Portugal. A classe política portuguesa tem muito a aprender em humildade, atitude e respeito com os nossos amigos tailandeses. Uma Princesa que sai do seu lugar no auditório do Museu do Oriente, e se dirige ao palco onde, durante 30 minutos, é mais uma a tocar (e bem!). Antes, no jardim de Belém, falou de forma simples com quem a aplaudia de forma vibrante.
Pedro Quartin Graça

FOTOS DE S.A.R., DOM DUARTE NA INAUGURAÇÃO DA SALA THAI POR S.A.R., A PRINCESA DA TAILÂNDIA

A Princesa Tailandesa Maha Chakri Sirindhorn está em Lisboa em visita de dois dias a Portugal por ocasião das celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao reino do Sião. Hoje foi inaugurada em Lisboa a Sala Thai.
A Princesa da Tailândia Maha Chakri Sirindhorn, herdeira do trono, inaugurou hoje em Lisboa [às 15.00 horas] a Sala Thai, um pavilhão tailandês implantado em Belém no âmbito das comemorações dos 500 anos de relações diplomáticas entre o seu país e Portugal.
O pavilhão tailandês foi construído em Banguecoque e transportado de barco até ao Jardim Vasco da Gama em Belém, numa viagem de poucos dias, talvez seguindo o mesmo percurso que os marinheiros portugueses fizeram há cinco séculos, quando pela primeira vez chegaram àquele país asiático.
Foi em 1511 que o navegador português Duarte Fernandes chegou a Ayuthaya, capital do Reino do Sião. Recebido na corte do Rei Ramatibhodi II, deu início a uma aliança entre os dois países que se mantém até hoje.
Dourado e com quatro aberturas remete para a cidade dos anjos, Banguecoque, e para o Mosteiro dos Jerónimos, obra que inspirou o arquitecto Athit Limmu e que acabou por representar o «símbolo da amizade» entre os dois países.O telhado foi coberto com placas que se assemelham à pele de um dragão ou às escamas de um peixe, enquanto os pináculos são anjos estilizados. Na parte de baixo existe um quase varandim inspirado nas ogivas dos Jerónimos em tons verdes. Porém, é o dourado a cor dominante, conseguida com mil finas folhas de ouro.
A Câmara de Lisboa deu apoio logístico à estrutura, que demorou seis meses a ser construída na Tailândia, depois dos três meses que Athit Limmun dedicou a conceber o projecto. O pavilhão está montado no jardim de Belém desde o fim do ano passado.Hoje é inaugurado pela Princesa Tailandesa Maha Chakri Sirindhorn. Durante a passagem por Lisboa, Maha Chakri Sirindhorn visita ainda o Museu do Oriente, o Museu do Azulejo e o Centro de Investigação da Fundação Champalimaud.
Lusa/SOL
Fotos e vídeos LISBOA S.O.S.
S.A.R., A Princesa da Tailândia no discurso de inauguração
S.A.R., O Duque de Bragança foi recebido pelo Chefe de Protocolo de Estado Embaixador José de Bouza Serrano.
 S.A.R., O Senhor Dom Duarte no final da cerimónia.
Fotos: Facebook

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SOBRE A CRISE DA CHEFIA DE ESTADO REPUBLICANA


Intervenção de Nuno Pombo, candidato a presidente da direcção da Real Associação de Lisboa e blogger do 31 da Armada , a propósito do “impedimento presidencial” e os constrangimentos do modelo português de chefia de Estado no programa Combate de Blogs na TVI 24.
Real Associação de Lisboa

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CONVITE: INAUGURAÇÃO SALA THAI

É já amanhã, pelas 15.00 horas, que se realiza no jardim fronteiro ao palácio de Belém o acto de inauguração do pavilhão em teca dourada - Sala Thai - oferecido pelo Estado tailandês ao povo de Lisboa, na evocação de meio milénio de relações entre os dois países. A cerimónia, aberta ao povo de Lisboa, será presidida pela Princesa Maha Chakri Siridhorn, em representação de S.M., O Rei Rama IX. Peço a todos os amigos deste blogue, assim como a todos quantos compreendem o significado deste acto, que não deixem de participar.
COMBUSTÕES

O FAROL DA RAZÃO

Há muito que S.A.R., Dom Duarte, Duque de Bragança vem alertando para o facto de Portugal estar a seguir um modelo errado de desenvolvimento.
Não se ficando por avisos de coisas banais ou óbvias (tão característicos desta República), mais uma vez Dom Duarte soube ser verdadeiro homem de visão, característica fundamental para o exercício da Chefia de Estado. Usando uma analogia tantas vezes usada pelos monárquicos, Dom Duarte soube ser verdadeiro Farol. Quando todos ignoravam (?) o perigo, já o Duque de Bragança o avistava ao longe e lançava alertas.

Portugal não soube perceber os sinais de alerta e as consequências estão à vista.

O alerta que o Duque de Bragança lançou continua a fazer sentido e, por isso, ainda continua a ser feito por Dom Duarte. Portugal, por seu lado, continua a ignorar os avisos, tal como tem feito até aqui. Será assim tão difícil reconhecer a voz da razão? Será assim tão difícil reconhecer em Dom Duarte de Bragança um homem de elevadíssimo patriotismo e enorme visão de futuro? Quanto mais tempo irá Portugal perder desnecessariamente? Até quando se irá ignorar S.A.R., Dom Duarte de Bragança, verdadeiro Farol da razão?

domingo, 19 de fevereiro de 2012

PALÁCIO DE BELÉM FALHA PROTOCOLO?

No próximo dia 21 de Fevereiro, será inaugurado o monumento Sala Thai, excepcional honra concedida a Portugal pelo Reino da Tailândia. No âmbito da celebração dos 500 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, a Casa Real tailandesa será representada ao mais alto nível pela Princesa Maha Chakri Sirindhorn que no protocolo daquele Estado, substitui Sua Majestade o Rei Bhumibol Adulyadej.
As relações de Portugal com aquela potência asiática, situadas no quadro da viragem da política mundial que se vai centrando no âmbito das margens do Pacífico, revestem-se hoje de uma extrema importância, facto que o Palácio de Belém não poderá ignorar. Seria desejável a máxima representação do Estado naquela cerimónia que dentro de poucos dias decorrerá em Belém, mas existem informações absolutamente fidedignas acerca de mais uma não-presença presidencial naquele acto. A Chefia do Estado é antes do mais representativa e protocolar, assim se entendendo o seu alegado caracter supra-partidário e simbólico. Embora reconhecendo-se a quimera deste distanciamento numa forma de representação republicana cujos limites são bem conhecidos, a Presidência da República deveria esforçar-se por entender o peso de uma história que conta perto de um milénio. Marcando sempre posição em qualquer reunião empresarial ou do restrito mundo da plutocracia de elite, a Presidência da República tem ignominiosamente descurado os seus deveres protocolares, precisamente aqueles que não se compadecem com crises económicas ou apetites de sector, seja este político ou financeiro.
Sabemos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros procedeu a diligências no sentido de proporcionar a máxima dignidade ao acto. Quando do planeamento da visita da Princesa Sirindhorn, causa estranheza não ter sido prevista uma visita real à iniciativa mais relevante no âmbito das comemorações do V Centenário. Encontrando-se patente na Biblioteca Nacional de Lisboa a importante exposição documental alusiva às relações entre Portugal e a Tailândia, o Estado deveria ter incluído uma visita à mesma.
O Portugal de sempre estará representado nesta excepcional honra que o Reino da Tailândia presta ao seu mais antigo aliado europeu. Na pessoa de S.A.R., O Duque de Bragança, o sucessor do Rei Dom Manuel I que há cinco séculos com o Rei Ramathiboti II iniciou as relações luso-siamesas, o nosso país em Belém terá o seu representante legítimo e livre de peias, temores ou más disposições de circunstância.
Samuel de Paiva Pires
Nuno Castelo-Branco

sábado, 18 de fevereiro de 2012

METÁFORA DA REPÚBLICA

Havia antigamente nas grandes casas umas figuras, masculinas ou femininas, de idade incerta e vestindo de cinzento ou preto, que davam pelo nome de governantas ou mordomos (ainda podemos vê-los em filmes de época ingleses), a quem eram confiadas todas as chaves da casa, que ostentavam com ar austero e grave, por onde quer que circulassem.
Tudo estava sob o seu controlo, desde o inventário de roupas e pratas, às existências da despensa, bem como o comando da criadagem, que era tratada em geral como soldadesca em presença de General. Passavam pelas jóias da Senhora sem as cobiçar, pelos charutos e pelos Porto Vintage do Senhor sem ponta de inveja, pelas pratas do "présentoir", pelo faqueiro e até pelos bifes e pelo caviar sem quaisquer deslumbramentos. Tutelavam, no fundo, a casa e velavam, com fidelidade canina, por cada um dos membros da família. Assumiam a missão com um voluntarismo e uma entrega que estavam muito para além de uma mera relação laboral.
A dedicação foi porém dando lugar a servilismo. Os Senhores deram lugar a Patrões e as governantas e os mordomos converteram-se em empregados. Mais qualificados, mas não especialmente mais dedicados do que os outros. Os nexos de honra foram substituídos por vínculos laborais. Este funcionalismo lida com os patrões com uma subserviência hipócrita. Ocupa-se mais com a gestão da sua imagem do que com a boa governança da casa. Se por acaso falta alguma coisa, isso só é problema se os patrões fizerem perguntas e, nessa circunstância, logo fazem rolar alguma emblemática cabeça, sem que, no entanto, a sua honorabilidade seja minimamente beliscada ou questionada. E os próprios patrões, desde que tenham cuidadas refeições, a horas na mesa, não se perdem com minudências.
Temos tido, na nossa Casa, sucessivas personagens destas que contratámos (por meio de votações que nunca corresponderam, em verdade, a uma autêntica livre escolha) e nós, que há muito abdicámos de ser Senhores sem que ao menos tenhamos aprendido a ser bons patrões, temos vindo a ser, há décadas, espoliados por estes funcionários a quem pagamos e que vão dispensando serviçais menores ao sabor das suas conveniências ou conivências, não sem antes lhes passarem cartas de referência para uma outra qualquer casa, não vão estes denunciá-los pelos seus pecadilhos.
Quem lhes pede hoje, a esses funcionários de zelo aparente, o inventário, as contas, as chaves e uma mínima responsabilidade? Quem? E lá continuamos de dez em dez anos a contratar, por meio de votos, um novo mordomo, de entre a criadagem antes despedida, provavelmente convencidos de que o sindicato dos mordomos tem sede em Portugal…
Dom Vasco Teles da Gama in Diário Digital (15-Fev-2012)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

OUTRAS VANTAGENS DE SER MONÁRQUICO

"O PR disse ser o provedor do povo . O povo. Aquela coisa distante. A va...ntagem de ser monárquico é nestas coisas. Um Rei não diz ser o provedor do povo. Nem diz ser do povo. Diz que é povo."
31 da Armada

BANDEIRA DE LOURENÇO MARQUES NA MONARQUIA (INÍCIO DO SÉ. XX)

Fotografia do IICT, restaurada. O brasão de armas da cidade foi desenhado pelo Major Joaquim Lapa.A fotografia foi tirada por Manuel Romão Pereira.
Sobre a fotografia em cima, diz Alfredo Pereira de Lima em “O Palácio da Cidade de Lourenço Marques”: “…..o Estandarte da Cidade: O Município, além da sua Bandeira de grande cerimoial, em cetim com as armas bordadas (1,65×1,35), possui um estandarte de seda natural (verde), com as dimensões de 1,00×1,00m, totalmente bordado a ouro, prata e matiz,em trabalho manual,com haste de metal dourado de 2,25metros de comprimento. provido de vareta. O estandarte de conformidade com o art. 92 do Decreto Lei 41 169, de 29 de junho e 1957, que deu nova redacção ao Brazão originalmente concedido por El-Rei Dom Luis I, foi confeccionado pela Casa Buttler de Lisboa.”
THE LAGOA BAY WORLD

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

TIMOR, UMA LONGA LUTA QUE A REPÚBLICA SOUBE APAGAR

A luta pela lusofonia, sempre foi uma aspiração concretizada no terreno pelo Herdeiro ao Trono Português. Preso entre uma ditadura que se opunha às livres aspirações dos povos de lingua portuguesa e a ligação fraterna que unia os povos que falavam a lingua de Camões, que reconheciam desde longa data os Reis de Portugal como seus, a luta por esse Portugal que não confundia as habituais paradas de timorenses vestidos de minhotos do velho slogan :”Portugal do Minho a Timor” com a realidade muito mais complexa. A Republica (a democrática e a “menos democrática”) fez de tudo, desde puro exílio até barcos avariados para não perder o holofote sobre os seus gordos “filhos pródigos” em deterimento daquele que não tendo Trono é reconhecido com Rei de Portugal de “Minho a Timor”.
Foi preciso Portugal entrar na I Guerra Mundial com milhares de mortos e uma economia falida para que se salvasse a única coisa que tornava Portugal relevante na geopolitica internacional: os territórios de “Além-mar”. Em boa verdade Lisboa , a republicana que ia de S. Bento ao Chiado, não via nas colónias mais do que “um quintal que saia demasiado ao erário Público” nas próprias palavras de Salazar (que só em plena guerra colonial viria a alterar a politica colonial). Esta visão reducionista fez as suas vitimas, primeiramente nos próprios monárquicos com , não menos que o ex-governador de Angola, Paiva Couceiro a escrever a Salazar chamando-o de “inapto” para gerir o legado territorial da nação e fazendo voz publica do erro que o Acto Colonial significava para o futuro. Paiva Couceiro teve razão, menos sorte tiveram os portugueses que lá viviam.
A visão das várias repúblicas nunca foi diferente da do “quintal” e o resultado foi a pura entrega desses territórios a todo o tipo de vilanagem. Não admira que o reconhecimento destes povos, note-se …povos! tenha sido sempre uma pedra no sapato dos mais altos representantes de um regime que nunca teve semelhante reconhecimento pelo seu próprio povo….. falamos de Portugal.

Dom Duarte na senda da Lusofonia

quando chega à maioridade Dom Duarte Começa a fazer declarações públicas incómodas, como aquela em que defendeu a autonomia de Cabinda. Em 1971, foi transferido para a Metrópole, por ordem de Marcello Caetano, numa tentativa frustrada de o silenciar e, entretanto, acaba por ser desmobilizado. Posteriormente, em 1973, tentou organizar uma candidatura de oposição às eleições, em Angola; foi então que Marcello Caetano ordenou a sua expulsão daquele território, com escolta da polícia política.
O excessivo centralismo político da metrópole conduziria inevitavelmente à génese dos movimentos independentistas. Dom Duarte era partidário de uma maior participação dos africanos na vida pública e a evolução para a democracia enquadrava-a numa federação ou comunidade lusófona, com uma única moeda e Forças Armadas, mas com administrações locais eleitas pelas populações, que poderiam exprimir a sua vontade com independência. Desse modo, respeitar-se-iam as liberdades dos povos, ao mesmo tempo que perduraria o «sentido histórico comum». Esperanças baldadas… as estruturas democráticas e a consulta das populações são realidades ainda miríficas, passados mais de vinte anos desde a estada de Dom Duarte em Angola.
Alguns chefes indígenas de África guardavam na memória a visita do Príncipe da Beira, Dom Luís Filipe, filho de Dom Carlos, em 1907. A ligação aos povos do «Império» vem deste período particularmente marcante da sua vida: Dom Duarte sente um dever moral para com estes povos que falam português, como de resto já o sentira seu pai.
Quando se deu o 25 de Abril, estava Dom Duarte no Vietname, depois de uma viagem a Timor e à Indonésia. A sua jornada por Timor, durante o mês de Março, terminara com nova expulsão. Dom Duarte visitou o interior da ilha com Mário Carrascalão, seu antigo colega em Agronomia, e, quando se preparava para uma conferência, foi convidado a dar uma volta num navio cia Marinha Portuguesa, que avariou propositadamente.
Na longínqua decada de 80 do séc. passado, Dom Duarte foi presidente da Campanha “Timor 87”, uma campanha nacional da apoio à independência de Timor-Leste (antiga colónia portuguesa que era, na época, ocupada pela Indonésia) e aos timorenses residentes em Portugal e noutros países. Tal iniciativa deu destaque à causa timorense, unindo personalidades como Maria Cavaco Silva, esposa do então Primeiro-Ministro português, João Soares, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Portuguesas e os representantes das Centrais Sindicais Portuguesas (a Intersindical e a UGT). Esse príncipio veio a culminar na consciência publica de todo o Portugal, fazendo voz publica da indignação face à indiferença de S. Bento à realidade. Quem não se lembra de Durão Barrosoa a apelar ao bom senso e ao politicamente correcto quando em todo o Portugal a unica coisa que se fazia ecoar nas consciências era a imagem de três mulheres a rezaream a Nossa Senhora… também eles rezavam em Português. Recordando uma recente homenagem a Paiva Couceiro: “Portugal só estende as mãos a Deus“…o resultado foi unico com a comunidade internacional a entrar em sintonia a e a forçar a Indonésia a reconhecer algo que foi confirmado em eleições, Timor queria ser independente. Timor já o era há muito e no terreno ficou entre outros apoios, a construção de um bairro de quarenta casas para timorenses desalojados conseguido por Dom Duarte. Através da Fundação Dom Manuel II, a que preside, enviou ainda ajudas para Timor-Leste no valor de várias centenas de milhares de euros muito embora a maior contribuição tenha sido a visibilidade publica que Dom Duarte deu a esta Causa que era “perdida” para a geração do pós 74 que estava no Poder.
A distinção agora recebida por S.A.R., Dom Duarte só será estranha para quem anda a dormir neste País governado por uma muito antiga “canalhocracia”. Felizmente alguns de nós não andam ou já falariamos castelhanos há muito.
Ricardo Gomes da Silva

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A PROPÓSITO DE UMA INFÂMIA ONTEM DERROGADA

Foi ontem derrogada a humilhação que nos tolhia a espontaneidade do coração e a liberdade da razão. Foi ontem a enterrar esse sentimento hipócrita de uns e a ingénua despreocupação de muitos que, cúmplices por cobardia, foram também eles responsáveis. Foi ontem e esta gente cala, esconde, vira os olhos para os futebóis, as troikas, as Merkel e essa crise dos metecos que querem mais moedas quando já não há nem pão nem honra. Não percebem que ontem nos libertámos de uma culpa, que os 300.000 que entregámos à morte já não pesam na consciência dos que ficaram com o futuro limpo, por escrever? Imaculados e perdoados. Hoje pensei nestes trinta e tal anos de catacumbas e do mistério da revelação da verdade pelo tempo histórico. Os patetas não pensam nessas coisas; as amibas também não. Abri, do velho amigo já falecido, o Eu Fui ao Fim de Portugal e só me saíram duas palavras: OBRIGADO, TIMOR.
Miguel Castelo-Branco

VÍDEO DA RTP: S.A.R., DOM DUARTE JÁ É CIDADÃO TIMORENSE


Dom Duarte Pio também é a partir desta terça-feira cidadão de Timor. O Parlamento de Dili decidiu atribuir nacionalidade timorense ao Herdeiro da Coroa Portuguesa. O Duque de Bragança agradeceu e disse que até tem planos para ir viver em Timor Leste com a família.
Jornal da Tarde da RTP de 14 de Fevereiro 2012

O EQUÍVOCO - ARTIGO DE OPINIÃO

Jornal "O Diabo" de 14 de Fevereiro de 2012